Repertório 451 MHz,

451 MHz #13: Marighella, cidades

O podcast da Quatro Cinco Um recebe Mário Magalhães, autor da biografia de Carlos Marighella, sua neta, a atriz Maria Marighella, e a ensaísta Bianca Tavolari

06mar2020

Está no ar o décimo terceiro episódio do 451 MHz, o podcast da revista dos livros! Duas vezes por mês, trazemos entrevistas, debates e informações sobre os livros mais legais publicados no Brasil. 

No programa desta semana os temas são o político, escritor e líder guerrilheiro Carlos Marighella e a história, a vida e o futuro das cidades. No primeiro bloco, o apresentador Paulo Werneck recebe Mário Magalhães, autor da biografia de Carlos Marighella, recém-adaptada para o cinema, e a atriz Maria Marighella, neta do líder revolucionário, que atua no filme e trabalha na publicação dos escritos do avô. 

No segundo bloco, a ensaísta Bianca Tavolari fala sobre a seção que passa a editar na Quatro Cinco Um, sobre a história, a vida e o futuro das cidades.

Ouça o episódio aqui e agora: 

A página Repertório 451 MHz reúne os links para o último episódio e para os livros citados, listas, além de imagens, sugestões de leitura e outras indicações para se aprofundar nos temas discutidos. 

O podcast 451 MHz pode ser ouvido gratuitamente no site da revista e também nos principais tocadores de podcasts. Ele é publicado na primeira e na terceira sexta-feira de cada mês. 

A apresentação é do editor Paulo Werneck e a direção é da jornalista Paula Scarpin, da Rádio Novelo, start-up de podcasts que produz o 451 MHz para a Associação Quatro Cinco Um. Para contribuir com a realização do podcast, convidamos você a fazer uma assinatura da Quatro Cinco Um, a revista dos livros.

Bloco 1 (4:13)
Mário Magalhães e Maria Marighella


O jornalista e escritor Mário Magalhães [Daniel Bianchini]

No primeiro bloco, Paulo Werneck recebe Mário Magalhães, autor da biografia Marighella (Companhia das Letras), e a atriz Maria Marighella, neta do líder revolucionário que enfrentou a ditadura de Vargas e a prisão e entrou para a luta armada na ditadura de 1964.

Eles falam sobre o longa Marighella, dirigido por Wagner Moura, que, após enfrentar dificuldades em seu lançamento em 2019, com sinais claros de censura, tem estreia nacional prevista para 14 de maio. "Ninguém é obrigado a ir ao cinema, ninguém é obrigado a gostar do filme do Wagner, ninguém é obrigado a gostar do meu livro, ninguém é obrigado a gostar da figura histórica de Carlos Marighella, mas a questão é a seguinte: em uma democracia, cidadãs e cidadãos têm o direito de assistir ao filme que bem entenderem. O contrário disso é ditadura", diz Magalhães, que prepara uma biografia de Carlos Lacerda.


A atriz Maria Marighella [Pedro Marighella]

"Na medida em que vai se ficando complicado produzir esse filme no Brasil, pelos contornos políticos, ele vai se tornando cada vez mais urgente. Ele é atravessado pelo que está acontecendo no Brasil desde 2013. Um pouco dessa explosão de afeto, da urgência de se falar em Marighella, Marighella podendo inspirar as lutas contemporâneas, a morte de Marielle…", diz Maria Marighella, que faz o papel de sua avó no filme sobre o avô. "Marighella merece ser visto pelo povo brasileiro. O povo não precisa de heróis, precisa ter direito à sua história."

Para conhecer mais sobre Carlos Marighella, recomendamos a reunião de ensaios, cartas, manifesto e poemas Chamamento ao povo brasileiro, recém-editado pela Ubu, com organização de Vladimir Safatle.

Bloco 2 (25:57)
Bianca Tavolari


A ensaísta Bianca Tavolari [Divulgação]

No segundo bloco, Paulo Werneck recebe a ensaísta Bianca Tavolari, colaboradora da Quatro Cinco Um que recentemente passou a editar a seção mensal "As cidades e as coisas", em que discute temas relacionados à cidade por diferentes perspectivas, tais como a arquitetura, o urbanismo, a economia e a literatura.

Durnte a conversa, Bianca fala sobre Uber, Airbnb, Rappi, direito à moradia, utopias tecnológicas e desafios econômicos, sociais e políticos das megalópoles como São Paulo. Ela discute também os livros A cidade inteligente: tecnologias urbanas e democracia, de Evgeny Morozov e Francesca Bria (Editora Ubu), que resenha aqui, e Construir e habitar, de Richard Sennett (Record), resenhado aqui.

"Geralmente, quando a gente gosta de uma cidade, a gente lembra de coisas tortas. À ideia de uma cidade absolutamente perfeita, a olha e gente fala: 'não gostaria de viver numa cidade como essa, porque ela não tem diversidade o suficiente para me atrair", diz ela, que é também professora do Insper e pesquisadora do Cebrap.

Parênteses

FGV (24:45)

Você que acompanha o nosso podcast sabe que gostamos muito de falar de livros que façam pensar sobre a atualidade. É um bom momento, então, para refletir sobre o ambiente político no Brasil e em nossos países vizinhos. E também é um momento oportuno para entender o funcionamento de regimes autoritários, pois eles voltaram a ganhar força. Para ajudar na reflexão sobre esse fenômeno, a FGV Editora, em conjunto com a Editora PUC do Rio Grande do Sul, traz de volta o livro "Autoritarismo e Cultura Política", com impressão sob demanda nos sites das duas editoras. A obra, organizada pelos professores Luciano Aronne de Abreu e Rodrigo Patto Sá Motta, é uma coletânea de textos sobre regimes autoritários no Brasil, Argentina e Chile. Os autores pretendem elucidar as razões e impulsos que levam forças autoritárias à ação – mas, sem abrir qualquer espaço para condescendência com crimes por elas cometidos. Como eu disse, o livro está disponível nos sites das editoras, com impressão sob demanda. Acesse editora.fgv.br e editora.pucrs.br/digital.

Ficha técnica:
O 451 MHz é uma produção da Rádio Novelo para a Quatro Cinco Um
Apresentação: Paulo Werneck
Direção: Paula Scarpin
Edição: Cláudia Holanda, Évelin Argenta e Paula Scarpin
Produção: Aline Scudeller e Vitor Hugo Brandalise
Produção musical: Guilherme Granado e Mario Cappi
Finalização e mixagem: João Jabace
Identidade visual: Quatro Cinco Um
Coordenação digital: Kellen Moraes
Gravado no estúdio Tyranosom (SP)
Para falar com a equipe: [email protected]