Ben Wilson, Claudia Cavalcanti, Stefano Mancuso e mais 10 lançamentos

Nesta última semana de fevereiro, agora sim*, chega às livrarias Metrópole: a história das cidades, a maior invenção humana, do historiador Ben Wilson. A edição deste mês da revista dos livros traz uma entrevista com o autor, feita por Bianca Tavolari. A colunista da Quatro Cinco Um fez a curadoria do especial “As Cidades e as Coisas”, tema do especial da edição de fevereiro.

Também nesta semana, chegam às livraria os romances de Claudia Cavalcanti, Stendhal, Cadão Volpato e Genki Kawamura; a poesia de Katia Marchese; a biografia em HQ de Primo Levi, por Pietro Scarnera; e mais novidades quentinhas.
 
Viva o livro brasileiro!

Metrópole: a história das cidades, a maior invenção humana. Ben Wilson.
Trad. Odorico Leal • Companhia das Letras • 496 pp • R$ 149,90

O historiador britânico reconstitui a história das cidades desde suas origens — começando com Uruk, na antiga Mesopotâmia, retratada na Epopeia de Gilgamesh. Ele mostra que, desde que surgiram, os centros urbanos estimularam o comércio e produziram novas profissões, religiões e atividades artísticas. Examinando várias cidades célebres — Atenas, Bagdá, Amsterdã, Paris, Londres, Nova York, Xangai —, ele aponta as inovações comportamentais trazidas por cada nova formação social. 

“‘Muito antes de haver países, impérios ou reis, havia cidades.’ A afirmação do historiador britânico Ben Wilson nos oferece algumas camadas de leitura. Em primeiro lugar, a cidade é o começo. Aqui estamos diante do marcador de tempo em ordem cronológica: os assentamentos territoriais aos quais atribuímos o nome de cidade existem pelo menos desde 4 mil anos antes de Cristo; precedem, portanto, qualquer outra forma de organização associativa.” Leia na íntegra o texto de Bianca Tavolari.

Ouça também: A editora de ‘As Cidades e as Coisas’, Bianca Tavolari, e a arquiteta e escritora Joice Berth discutem as questões em jogo nos espaços de disputa das cidades no 451 MHz, podcast da revista dos livros

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Avenida Beberibe. Claudia Cavalcanti. 
Fósforo • 88 pp • R$ 64,90

Autora de A vida dos outros e a minha (Cultura e Barbárie, 2021), a escritora e editora pernambucana reconstitui, neste romance memorialístico, os cenários urbanos que marcaram a sua vida — como a prisão e espancamento do líder comunista Gregório Bezerra em 1964, a experiência de ter assistido ao National Kid, o super-herói vindo da galáxia Andrômeda para nos salvar dos ataques dos incas venusianos, e a história da mansão em que viveu o escritor Thomas Mann em Munique.

Leia mais: Compilação de imagens de conflitos no Brasil mostra todos os tons do nosso pendor para a violência política

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Nação das plantas. Stefano Mancuso.
Trad. Regina Silva • Ubu • 128 pp • R$ 59,90

Autor de A revolução das plantas (Prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica em 2018) e criador da neurobiologia vegetal, o botânico italiano tem se dedicado a divulgar o potencial das plantas para a solução dos problemas contemporâneos. Nestes novos ensaios, redigidos como uma Constituição para uma nação, faz das plantas protagonistas da política urbana.

Leia também: O cientista italiano Stefano Mancuso quebra mais um paradigma ao se voltar para a mobilidade dos vegetais

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Vida de Henry Brulard. Stendhal.
Trad. Júlio Castañon Guimarães • Autêntica • 432 pp • R$ 101,90

Autobiografia do grande escritor francês, que se estende dos primeiros anos em Grenoble à descoberta da Itália, acontecimento que marcaria a vida do autor de O vermelho e o negro. Nessa trajetória, Stendhal relembra em detalhes episódios e personagens dignos de seus melhores romances, como a morte da mãe quando ele tinha sete anos, o pai preocupado apenas com suas ambições sociais e a tia que parecia dedicada apenas a crueldades. 

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Herbário da memória. Katia Marchese.
 Posfácio de Mickhael O. Simões • Quelônio • 60 pp • R$ 62

O novo livro de poemas da escritora santista, autora de Mulheres de Hopper (Patuá, 2020), recorre a imagens de flores e folhas para expor as “melancolias de tudo aquilo que irá nos faltar”. Traz dezesseis poemas em edição bilíngue (português/espanhol) que refletem sobre a crise ambiental (o que fazer com “um céu que está caindo”), a passagem do tempo, as recordações de família, os afetos persistentes.

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Abaixo a vida dura. Cadão Volpato.
Faria e Silva • 224 pp • R$ 67,90

Romance do jornalista e músico paulistano inspirado na trajetória de vários militantes da Libelu (Liberdade e Luta), tendência trotskista que atuou no movimento estudantil nas décadas de 70 e 80 e da qual participavam muitos jovens que, mais tarde, se tornaram políticos e jornalistas (Antônio Palocci, Ricardo Melo, Markus Sokol, Josimar Melo, José Arbex, Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Cleusa Turra, Luis Gushiken).

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Uma estrela tranquila: retrato sentimental de Primo Levi. Pietro Scarnera.
Trad. Michele de Aguiar Vartuli • WMF Martins Fontes • 256 pp • R$ 99,90

Um dos fundadores da Graphic News, revista online de informação sobre quadrinhos, o jornalista produz um retrato sentimental do escritor italiano. A biografia, que conquistou o Prix Révélation do Festival de Angoulême, não se limita a falar de sua vida no campo de concentração de Auschwitz, mas descreve a sua trajetória, seu trabalho como químico, seus livros e seu interesse pela ciência.

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Se os gatos desaparecessem do mundo. Genki Kawamura.
Trad. Tomoko Gaudioso • Bertrand Brasil • 176 pp • R$ 49,90 

O romance de estreia do cineasta japonês tem como protagonista um jovem carteiro que vive sozinho tendo apenas um gato como companhia. Ele recebe o diagnóstico de que sofre de uma doença em estágio terminal e tem apenas algumas semanas ou meses de vida. Mas aí o Diabo aparece em sua casa e lhe faz uma proposta: para cada coisa que ele estiver disposto a fazer desaparecer do mundo, ele ganhará um dia extra de vida. Sua existência ganha uma nova dinâmica: como distinguir o essencial do dispensável?

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+ novidades quentinhas

Juntos e separados. Virginia Woolf.
Trad. Ana Carolina Mesquita • Nós • 40 pp • R$ 46

Dois personagens de meia-idade são apresentados por Mrs. Dalloway numa de suas festas. Tanto o homem quanto a mulher conhecem bem a cidade de Cantuária, principal centro religioso inglês, mas logo percebem que guardam lembranças bem diferentes da região.

A arte de driblar destinos. Celso Costa.
Fósforo • 288 pp • R$ 84,90

Vencedor do prêmio Leya de 2022, o segundo romance do matemático paranaense narra a trajetória de um garoto pobre que vive no interior de um país violento e patriarcal, cuja mãe investe na educação do filho para que ele tenha uma vida melhor.   

Tem dendê, tem axé: etnografia do dendezeiro. Raul Lody.
Pallas • 168 pp • R$ 55

Além de destacar o uso culinário do dendê e apresentar algumas receitas e glossário, o antropólogo e museólogo carioca revela um universo de significados bem mais amplo do que representa o dendezeiro na vida social e religiosa no Brasil. 

Martinho da Vida. Martinho da Vila.
Planeta • 320 pp • R$ 69,90

Livro de memórias do grande compositor fluminense, que lançou seu primeiro álbum em 1969, que já trazia sucessos como “Casa de bamba”, “O pequeno burguês”, “Prá que dinheiro” e “Quem é do mar não enjoa”.

Prazer, Stan: a biografia em quadrinhos do lendário Stan Lee. Tom Scioli.
Trad. Érico Assis • Conrad • 208 pp • R$ 109

HQ que narra a vida de Stan Lee, criador de super-heróis como Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Pantera Negra, Doutor Estranho, Hulk, Viúva Negra, X-Men e muitos outros.

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