Crítica Literária,
Erotismo na literatura brasileira e teoria poética sobre Roland Barthes inauguram coleção Ensaio Aberto
Unindo literatura, filosofia e poesia, Eliane Robert Moraes e Paloma Vidal lançam os primeiros volumes da série, uma parceria da Universidade NOVA de Lisboa, PUC-Rio e as editoras Tinta-da-China e Tinta-da-China Brasil
03out2023 | Edição #75Dois livros que discutem o lugar do erotismo no cânone literário brasileiro, de Eliane Robert Moraes, e a obra do crítico francês Roland Barthes, de Paloma Vidal, inauguram Ensaio Aberto, a nova coleção dedicada a ensaios que aproximam literatura e filosofia.
Idealizada e coordenada por Tatiana Salem Levy, professora da Universidade NOVA de Lisboa, e Pedro Duarte, da PUC-Rio, a coleção nasce de uma parceria entre essas duas instituições e as editoras Tinta-da-China, em Lisboa, e Tinta-da-China Brasil (selo editorial da Associação Quatro Cinco Um), em São Paulo.
As escritoras Paloma Vidal e Eliane Robert Moraes inauguram a coleção Ensaio Aberto [Carolina Valentim/Fábio Seixo]
A parte maldita brasileira: literatura, excesso, erotismo, de Eliane Robert Moraes, reúne dezesseis ensaios que marcam sua notável trajetória de crítica literária. Produzidos nos últimos 25 anos, os textos se debruçam sobre a obra de autores brasileiros desde o fim do século 19 até os dias de hoje, como Machado de Assis, Hilda Hilst, Nelson Rodrigues, Roberto Piva e Reinaldo Moraes.
“Este é o tipo de obra que necessitamos mais do que nunca. Aquele que nos convida a lidar com o caráter imaginativo da literatura em seus extremos mais gozosos e horripilantes”, escreve a crítica literária e escritora Amara Moira na orelha do livro.
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Em Não escrever [com Roland Barthes], a poesia contracena com a teoria. O livro de Paloma Vidal traz textos produzidos nos anos 2010 a partir de sua pesquisa em torno do crítico francês. O ponto de partida da autora é o romance que Barthes não concluiu, Vita nova, e o curso “A preparação do romance”. Aproximando-se da rotina, das buscas, dos medos, do corpo e da obra de Barthes, ela se lança numa investigação que navega entre a criação e a reflexão.
Para o crítico e jornalista Schneider Carpeggiani, os ensaios do livro nos impelem “não apenas à leitura-busca de Vidal como pesquisadora de Barthes”, mas também nos questionam “sobre os momentos em que tanto precisamos nos fantasiar de um autor”, como escreve na orelha do livro.
Moraes e Vidal são professoras na USP e na Unifesp, respectivamente, e tiveram seus manuscritos selecionados por meio de revisão por pares em sistema duplo-cego. A coleção recebe financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de Portugal. Os próximos títulos de Ensaio Aberto, que saem em 2024, já têm autores definidos: Pedro Süssekind (UFF) e João Constâncio (NOVA).
Lançamentos: Portugal e Brasil
Na próxima segunda, 9, autoras e coordenadores da Ensaio Aberto se reúnem para lançar a coleção em Lisboa, com debates e sessão de autógrafos.
Das 14h às 18h, na NOVA FCSH (campus da avenida de Berna), Eliane Robert Moraes e Paloma Vidal se reúnem com Tatiana Salem Levy, Pedro Duarte e os professores João Constâncio, Clara Rowland, Joana Matos Frias e Omar Salomão para um seminário (veja aqui a programação completa).
Em seguida, a partir das 19h, haverá sessão de autógrafos e apresentação da coleção com moderação de Anabela Mota Ribeiro na Livraria da Travessa de Lisboa. No dia 24, o grupo se reúne em São Paulo, no MariAntonia, centro universitário da USP, para uma conversa seguida de sessão de autógrafos. E, no dia 30, autoras e coordenadores estarão no Rio, para um debate na PUC-Rio e lançamento dos livros.
Matéria publicada na edição impressa #75 em outubro de 2023.
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