451,

A Quatro Cinco Um de março traz o especial ‘Atentas e fortes’

A edição #79 examina os 60 anos do golpe de 1964 na visão de mulheres, em entrevistas, resenhas e artigos sobre a sombra da ditadura na política e na cultura

01mar2024

A Quatro Cinco Um de março traz o especial “Atentas e fortes” — os 60 anos do golpe de 1964 vistos pelas mulheres. A edição traz uma entrevista com Heloísa Teixeira, autora de Rebeldes e marginais: cultura nos anos de chumbo (1960-1970), sobre o impacto da ditadura na produção cultural, por Adriana Ferreira Silva; e resenhas dos diários de Mércia Albuquerque, defensora de presos políticos durante a ditadura, que inspirou um monólogo com Andrea Beltrão, por Helena Aragão, e de Chumbo, HQ de Matthias Lehmann que ilustra como a política separa famílias desde o golpe de 64, por Clara Rellstab.

Ainda sobre a ditadura: Renan Quinalha resenha livro que resgata a memória de Herbert Daniel, guerrilheiro gay que participou de ações de combate ao regime; Heloisa Fernandes Câmara escreve sobre fantasmas autoritários que assombram a política atual; e Deborah Neves analisa os efeitos do autoritarismo nas cidades. A imagem da capa é uma intervenção de Isadora Bertholdo sobre foto de Evandro Teixeira.


Mulher passa pela escadaria do Theatro Municipal cercado por policiais militares durante a Passeata dos Cem Mil na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968. Foto de Evandro Teixeira/Acervo IMS

A edição traz ensaios da escritora inglesa Zadie Smith, sobre a queda do seu eu adolescente, e de Nara Vidal, sobre autoficção e a obsessão pela “verdade” na literatura; Branca Vianna escreve sobre a morte da artista Ana Mendieta, o filme Anatomia de uma queda e a dinâmica de gênero e poder nos casais heterossexuais; além de uma crônica sobre a Ucrânia em guerra, por Marina Slhessarenko Barreto e uma entrevista com Morgana Kretzmann, por Iara Biderman.


Sandra Hüller e Samuel Theis em cena do filme Anatomia de uma queda, de Justine Triet [Reprodução]

+ colunas: Paulo Roberto Pires escreve sobre opiniões fortes (e polêmicas); Juliana Borges fala de escritoras negras fundamentais; Bianca Tavolari resenha Arquiteturas políticas, de José Henrique Bortoluci; crônicas sobre a violência na escrita, por Djaimilia Pereira de Almeida; o ator Paul Giamatti e o ensino literário, por Humberto Brito; a literatura feita de pequenas reminiscências, por Ondjaki; e um retrato de Vilma Arêas, por Renato Parada.

+ resenhas: especulações e memórias do cineasta Quentin Tarantino, por Marcelo Miranda; crônicas desenterradas de Nelson Rodrigues, por Rui Cardoso Martins; o terceiro volume da série japonesa de Toshikazu Kawaguchi, por Paula Carvalho; como explicar como nascem as palavras para as crianças, por Renata Penzani.

A edição traz destacados 11 livros e um listão com 96 lançamentos, em 23 áreas.

Livros destacados na edição:

  1. Água turva (Companhia das Letras), de Morgana Kretzmann.
  2. Vozes negras: a arte e o ofício da escrita (DarkSide), de Claudia Tate. Tradução de Ana Cunha Vestergaard, Dandara Palankof, Lubi Prates e Valéria Lima
  3. Codinome Daniel (Ercolano), de Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia.
  4. Arquiteturas políticas: projeto, trabalho e habitação popular em São Paulo (Alameda), de José Henrique Bortoluci.
  5. Rebeldes e marginais: cultura nos anos de chumbo (1960-1970) (Bazar do Tempo), de Heloisa Teixeira.
  6. Diários 1973-1974 escritos por Mércia Albuquerque Ferreira (Editora Potiguariana), de Roberto Monte (Org.).
  7. Chumbo (Nemo), de Matthias Lehmann. Tradução de Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe.
  8. A vida como ela é… 25 histórias inéditas (Nova Fronteira), de Nelson Rodrigues.
  9. Antes que o café esfrie 3: a morte não precisa ser o fim da vida (Valentina), de Toshikazu Kawaguchi. Tradução de Jefferson José Teixeira.
  10. Especulações cinematográficas (Intrínseca), de Quentin Tarantino. Tradução de André Czarnobai.
  11. Eudice (Biruta), de Carolina Delboni & Lumina Pirilampus.