Bela Gil, poemas da floresta e leituras cantadas encerram programação infantil d’A Feira do Livro

O último dia d’A Feira do Livro 2025 no Espaço Rebentos foi cheio de música, dança e, claro, literatura. Além do tão aguardado bate-papo com a escritora e culinarista Bela Gil e o ilustrador Daniel Kondo, os pequenos também puderam curtir a conversa com a dupla de artistas Lalau e Laurabeatriz, a roda de samba com o músico e escritor Cristiano Gouveia e a contação de histórias musical da escritora Mafuane Oliveira, ao lado dos músicos Rafael Galante e Loiá Fernandes. 

Neste domingo (22), quem abriu a programação do palco infantil do festival literário foram os ilustradores e autores de livros infantojuvenis Lalau e Laurabeatriz. Pela manhã, eles leram trechos de Vovôs e vovós da floresta (FTD), coletânea de poemas ilustrados que retrata a cooperação entre animais de gerações diferentes. Os dois ainda conversaram sobre a principal inspiração de seus livros: a flora e a fauna brasileira.

A dupla contou que seus livros envolvem muito estudo. “Sempre que fazemos uma pesquisa sobre um animal ou uma ave, descobrimos alguma coisa que a gente precisa falar a respeito. É sempre uma surpresa. Por isso a gente incentiva bastante as crianças a continuarem essa pesquisa”, contou Lalau. “A cada livro a gente aprende um monte de coisa. Estamos ficando sábios”, brincou Laurabeatriz. 

A conversa teve a participação do pequeno leitor Joaquim, que perguntou à dupla quais eram seus animais favoritos. “A onça pintada aí da capa. É um bicho forte, corajoso e precisa ser muito defendido”, respondeu Laurabeatriz. “Eu sou declaradamente apaixonado por passarinho”, declarou Lalau. Joaquim disse que seu preferido era o peixe-boi e, em seguida, leu para o público o poema do livro sobre o animal. 

Na cozinha com Bela Gil

Um bate-papo com uma receita especial da culinarista e escritora Bela Gil marcou o encerramento da programação do Espaço Rebentos. A autora de Florisbela (WMF Martins Fontes) conversou com Daniel Kondo, ilustrador do livro, sobre como a educação alimentar foi trabalhada na obra. “[O livro] faz com que as crianças sintam uma abertura maior para provar os alimentos. Acredito muito na educação alimentar como uma ferramenta de criar pessoas que entendam melhor o impacto das nossas escolhas alimentares para o mundo, para a nossa saúde e para o meio ambiente”, disse a chef de cozinha. 

Além disso, Bela Gil divertiu as crianças trazendo um pouco de sua cozinha para o palco. As crianças fizeram uma dinâmica similar à do enredo de Florisbela: escreveram cartinhas contando suas comidas favoritas e as leram para o público — teve arroz com feijão, macarrão, farofa, ovo e até tofu defumado. Em seguida, a culinarista preparou ao vivo uma limonada tie-dye, feita a partir de flor de clitória, um corante natural. O público pôde provar e entender as possibilidades culinárias da flor.

Aos pais e crianças presentes, a convidada enfatizou que a educação alimentar deve ser realizada já na infância: “É muito mais fácil nós educarmos quando criança do que ter que reeducar quando adulto. Não podemos sequestrar o direito da criança de comer bem. Ela vai levar isso para o resto da vida”, afirmou. 

Histórias cantadas 

Autora de Cinderela do rio, Mafuane Oliveira celebrou a cultura afro-brasileira a partir de uma leitura cantada e teatralizada do livro, que teve a participação dos músicos Rafael Galante e Loiá Fernandes. Os pequenos participaram atentos da contação de história, e um deles expressou para todos a sua identificação: “Meu nome também é africano!”, disse Lukeni. 

A partir do livro Histórias encantadas de pequenos sambistas (FTD), que reúne contos populares e a obra musical de grandes sambistas brasileiros, o autor Cristiano Gouveia agitou o Espaço Rebentos com uma roda de samba para os pequenos. A contação de história foi acompanhada de músicas, sons de tambor e palmas das crianças e adultos presentes, que seguiam o ritmo e aprendiam e cantavam as letras na hora. 

A quarta edição d’A Feira do Livro 2025 acontece de 14 a 22 de junho, na praça Charles Miller, no Pacaembu. Realizado pela Associação Quatro Cinco Um, pela Maré Produções e pelo Ministério da Cultura, o festival literário paulistano, a céu aberto e gratuito, reúne mais de duzentos autores e autoras do Brasil e do exterior em uma programação com mais de 250 atividades, entre debates, oficinas, contações de histórias e encontros literários. Confira a programação e outras notícias do festival.