Literatura infantojuvenil,

Leitores de carteirinha: janeiro de 2021

Jovens frequentadores de bibliotecas comunitárias resenham seus livros preferidos

01jan2021 | Edição #41 jan.2021

Maria Graziely, 15 – Fortaleza (CE)

Rick Riordan. O ladrão de raios. Percy Jackson e os olimpianos: Livro um
Tradução de Ricardo Gouveia
Intrínseca • 400 pp • R$ 44,90

Percy Jackson e os olimpianos é uma série juvenil de livros de fantasia e romance escrita por Rick Riordan, publicada no Brasil em 2008. O livro conta as aventuras de Percy Jackson, um garoto de doze anos que se descobre um semideus. Ele passa por diversos contratempos, como ser perseguido por um Minotauro e atacado por um cão infernal. No decorrer do caminho, ele descobre ser filho de Poseidon e que estava sendo acusado de ter roubado o Raio-Mestre de Zeus, sendo obrigado a ir a uma missão para evitar uma guerra no Olimpo. Começa, então, a jornada longa de Percy Jackson, junto de Grover, seu melhor amigo sátiro, e Annabeth, filha de Atena.

O livro conta com personagens principais neurodivergentes, com tdah e dislexia 

Percy Jackson e o ladrão de raios é uma leitura fluida, educacional e cativante, além de ter um humor excelente. Não importa sua idade, você vai se identificar com Percy. E para quem ama mitologia grega é um prato cheio. Nesse livro, você aprende sobre o assunto. Rick Riordan conseguiu mesclar muito bem a mitologia com o mundo atual.

A representatividade aparece na forma de neurodiversidade, com personagens principais neurodivergentes, com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e dislexia. Crianças neurodivergentes se sentindo representadas é maravilhoso. É uma ótima opção de leitura leve e descontraída. Quando você notar, já estará no quinto livro da série. É viciante. Recomendo demais.

Luiz Augusto, 17 – Olinda (PE)

Ricardo Azevedo. Contos de enganar a morte.
Ática • 64 pp • R$ 44,22

Contos de enganar a morte foi lançado em 2003 pelo escritor, ilustrador e pesquisador Ricardo Azevedo e publicado pela editora Ática. O livro reúne quatro contos de suspense e que prendem a atenção do leitor.

Contos

Em “O homem que enxergava a morte”, um homem muito pobre que tem seis filhos descobre que vai ter o sétimo. Em seguida, o homem encontra a morte e a convida para ser madrinha do seu filho. A morte, querendo o melhor para o seu afilhado, transforma o homem pobre em um médico famoso e rico. Mas o tempo passa rápido, e o homem percebe que já estava muito velho e a morte, sua comadre, bate em sua porta querendo levá-lo. 

Já “O último dia na vida do ferreiro” é um conto engraçado que mostra como a morte enganava os seres humanos, mas um dia ela encontrou um rapaz que não foi enganado por ela. O rapaz era pobre, generoso e não cobiçava  as coisas dos outros. Um dia, o rapaz encontrou uma senhora com fome e quis repartir o pão com ela. Como forma de agradecimento, a senhora lhe deu três desejos que o rapaz utilizou espertamente para enganar a morte.

“O moço que não queria morrer” conta a história de um jovem viajante que um dia se viu frente a frente com a morte. Após o encontro, ele achou injusto o fato de as pessoas terem que morrer, então foi em busca de alguma terra onde a morte não o encontrasse. O último conto, “A quase morte de Zé Malandro”, narra de forma divertida a história do homem que não gostava de trabalhar e ficava o dia todo de papo para o ar. Com a ajuda de um viajante, conseguiu enganar a morte, o diabo e a diaba. O livro mostra de uma maneira engraçada como é difícil enganar a morte e que uma hora ela pode vencer essa luta.

Nathan, 14 – Nova Iguaçu (RJ)

Antoine de Saint-Exupéry. O Pequeno Príncipe.
Tradução de Marcos Barbosa
Agir • 96 pp • R$ 25

Antes de falar sobre o livro, vou falar um pouco sobre a minha relação com a Biblioteca Comunitária Professora Judith Lacaz. Então, meu primeiro contato com a biblioteca foi a mais ou menos uns cinco, seis anos. Até então eu nunca tinha lido um livro nem visitado uma biblioteca. Quando entrei lá, foi tipo um amor à primeira vista. A biblioteca mudou minha vida e sou muito grato às mediadoras, porque foi um time de gigantes para me aturar, pois eu era muito atentado. Mas sou muito grato e só tenho a agradecer a Deus por ter colocado a biblioteca e as pessoas que trabalham lá na minha vida. Amo muito a Biblioteca Comunitária Professora Judith Lacaz e todas que trabalham lá.

Ler essa obra foi como sentir minha mente saindo do mundo real direto para o da imaginação

O livro sobre o qual vou falar é O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry. Ler essa obra foi como sentir minha mente saindo do mundo real direto para o da imaginação. Eu adorei. Foi uma experiência nova. O que eu tirei para minha vida, o que eu entendi, é que não podemos desistir dos sonhos. E é bem assim, se nós temos uma meta, temos que seguir, não importa o que vão falar. É colocar na mente que eu consigo, e ir. E que a melhor fase da nossa vida é a infância e que devemos aproveitá-la ao máximo. Eu creio que foi a minha leitura preferida, porque ela me tirou daqui direto para a terra da imaginação.

Este texto foi realizado com o apoio do Itaú Social.

Quem escreveu esse texto

Maria Graziely Gomes Rodrigues

15 anos, estuda em Fortaleza (CE)

Nathan Rodrigues Nascimento

14 anos, estuda em Nova Iguaçu (RJ).

Luiz Augusto Oliveira da Silva

17 anos, estuda em Olinda (PE).

Matéria publicada na edição impressa #41 jan.2021 em dezembro de 2020.