Infantojuvenil,
O peso de ser mulher
A jovem Júlia, 16, de Mauá, em São Paulo, resenha livro que fala da dor das perdas, dos traumas e da solidão
01out2019 | Edição #27 out.2019“Entendo que o tempo sempre leva as nossas coisas preferidas no mundo, e nos esquece aqui, olhando pra vida sem elas.” É uma das frases da obra O peso do pássaro morto, de Aline Bei, que retrata a história de uma mulher e suas perdas durante a vida. Traz a dor das perdas, dos traumas e da solidão, mexendo com os sentimentos e levantando questionamentos sobre o peso de ser mulher.
No decorrer da história, a escritora possibilitou que eu enxergasse e sentisse as mesmas dores da personagem. Ela consegue isso devido ao seu modo autêntico de escrever, o que faz a leitura ser atraente do início até o final, pois ela utiliza frases impactantes e outras estratégias que prendem a nossa atenção.
A autora não nos revela a sua identidade, porque carrega dentro de si um pouco de cada mulher
Retrata para o leitor o peso da maternidade — situação vivida pela personagem — e mostra como ela é, porém não nos revela a sua identidade, porque na verdade ela carrega dentro de si um pouco de cada mulher e deixa transparecer suas frustrações por meio da poesia.
Tive a honra de encontrar a autora desse livro e me surpreendi, porque se revelou diferente do que eu imaginava. Foi uma conversa muito agradável, que me fez valorizar ainda mais essa obra, pois ficaram notáveis outras questões nela abordadas, como a brutalidade poética, em que as palavras vão se colocando perfeitamente. Sem dúvida é um livro que todas as pessoas deveriam ler em algum momento de sua vida.
Este texto foi realizado com o apoio do Itaú Social
Matéria publicada na edição impressa #27 out.2019 em setembro de 2019.