Infantojuvenil,

Liberdade e conformidade

O jovem Davi Irineu, 15, de Paraty, no Rio de Janeiro, resenha um clássico de Pedro Bandeira

01out2019 | Edição #27 out.2019

A droga da obediência fala de um grupo secreto de jovens (“os Karas”) que investiga o desaparecimento de alunos de escolas nas redondezas de São Paulo. Graças a pistas e palpites, eles descobrem uma organização que fornece comprimidos que deixam as pessoas lerdas e submissas, apelidados de a “droga da obediência”. Os Karas conseguem se infiltrar na organização, na qual conhecem o terrível Doutor Q.I. 

A história é bem interessante, e  cada capítulo dá vontade de ler o próximo. Além de ter jovens detetives e personagens legais e divertidas, a história foi muito bem-feita. Vejo muitas semelhanças com a sociedade atual.

Acho que a desobediência é uma necessidade que as pessoas têm para se expressarem sobre aquilo com que não concordam. Porém, o mundo preza uma sociedade unida: para isso são feitas as leis. Mas será que a obediência coletiva faz a sociedade perfeita?

Não ter mais liberdade de expressão é muito grave, mas hoje infelizmente passa pela cabeça de algumas pessoas tirar a liberdade das outras. O livro pode ser uma tentativa de nos avisar de que existe essa vontade de dominação. Por meio da propaganda, do entretenimento e das informações manipuladas é possível definir o que vamos fazer sem nos apercebermos. Hoje, a tv, o celular, o rádio são muito acessíveis: assim a mídia pode ser infiltrada para ajustar a informação e modificá-la do jeito que os seus donos querem.

Video games também servem para nos manipular. Como eles fazem isso? Colocando coisas que nós, jovens, gostamos, missões desafiadoras para concluirmos e assim nunca sairmos dos  jogos, controlando a nossa rotina, pois se mostrar grande é importante nos games. O livro é muito bom — a história é bem completa. Recomendo muito para jovens e adultos que gostem de suspense, drama e ação. Espero ler mais livros dessa série na biblioteca comunitária do meu bairro. 

Este texto foi realizado com o apoio do Itaú Social

Quem escreveu esse texto

Davi Irineu de Souza

15, estuda em Paraty (RJ).

Matéria publicada na edição impressa #27 out.2019 em setembro de 2019.