Infantojuvenil,

Leitores de carteirinha: março de 2020

Em parceria com o Itaú Social, publicamos resenhas de livros escolhidos por jovens que frequentam bibliotecas comunitárias

01mar2020 | Edição #31 mar.2020

A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC) é um dos projetos mais importantes de articulação entre leitores e bibliotecas no Brasil. Publicamos aqui resenhas de livros escolhidos por jovens que frequentam a Biblioteca Comunitária manns, a Varanda Literária Maria de Lourdes Miranda e o Espaço Literário Balaio de Leitura, em Duque de Caxias (RJ). Contamos com eles para manter acesa a chama da leitura! Conheça e saiba como apoiar a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias no site rnbc.org.br.

Evellyn, 17
Duque de Caxias, RJ

John Green. A culpa é das estrelas.
Tradução de Renata Pettengill
Intrínseca • 288 pp • R$ 39,90/24,90

O livro A culpa é das estrelas, escrito por John Green, foi publicado em 2012. Nele, Hazel Grace é forçada pelos pais a ir a um grupo de apoio às pessoas com câncer. No grupo, Hazel conhece Augustus Waters. Hazel e Augustus passam a se conhecer melhor. Augustus descobre que Hazel é apaixonada pelo livro Uma aflição imperial, do escritor Peter Van Houten, do qual gosta muito também. Augustus resolve que vai levar Hazel até o escritor, que mora em Amsterdã, para saber mais sobre o final inesperado do livro. Lá, eles vivem momentos românticos, exceto quando visitam o escritor. Também foi em Amsterdã que Augustus disse para Hazel do seu câncer, um osteossarcoma, que está espalhado por todo seu corpo. E, juntos, os dois aprendem a lidar com o amor mesmo com a doença.

A culpa é das estrelas é um livro envolvente com um final trágico e sem continuação. Durante a leitura do livro, derramei diversas lágrimas e fiquei intrigada com a história que deixa a entender que quem vai morrer é Hazel por suas recaídas com o câncer. O livro é totalmente inspirador. A mensagem que eu guardo dele é que: independentemente de qualquer situação e do final… Vale a pena amar!

Todos deveriam ler esse romance e inspirar-se nele. Mesmo não tendo uma continuação, tenho a percepção de que Hazel nunca será a mesma depois do Augustus.

Kaíssa, 15
Duque de Caxias, RJ

Daniel Munduruku. Sobre piolhos e outros afagos.
Ilustrações de MaryCallis • 88 pp • R$ a definir

Sobre piolhos e outros afagos, do autor Daniel Munduruku, é composto de textos que refletem um modo de pensar e agir que se baseia na tradição e que procura lembrar que somos todos responsáveis pelo que acontece ao nosso redor e em todo o planeta.

Esse livro, lançado em 2005, traz um jeito diferente de olhar a educação, a partir de um referencial cultural que significa, nas palavras de Daniel Munduruku, “conversas ao pé da fogueira sobre o ato de educar(-se)”. Essa pequena história me fez entender um pouco que nós devemos ser mais responsáveis pelo que acontece ao nosso redor. Aliás, pelo que acontece no mundo todo.

Na minha opinião, o certo seria que todo ser humano desenvolvesse seus dons e talentos para o bem de todos e que não fosse algo que deixasse nosso mundo ainda mais desvalorizado. O ideal seria que toda a sociedade estivesse voltada para a realização de todos e não apenas de alguns privilegiados, que se sentem como deuses e querem decidir a vida das pessoas. É preciso reverter esse quadro.

A educação, para mim, é um ato responsável, que traz crescimento para a vida das pessoas, que devem se responsabilizar pelos acontecimentos do nosso país. Por isso, devemos mudar esse cenário para que elas olhem para si mesmas, e vejam e entendam que a educação é o que faz o país melhor.

Acho que todos deveriam parar para ler livros como esse, pois a leitura também traz um jeito diferente de olhar e de viver. Traz educação, cultura, histórias para nós, jovens.

Daniel Munduruku fez esse livro para você também ler. E aí? Vamos nos juntar para fazer acontecer o que está escrito no livro? Vamos viajar nessa obra, para depois você contar por aí como é bom ler e viajar? Para mim, a educação tem que ser para muitos!

Daphine, 18
Duque de Caxias, RJ

Kiera Cass. A seleção.
Tradução de Cristian Clemente
Seguinte • 368 pp • R$ 37,90/24,90

A seleção é uma distopia e o primeiro livro de uma trilogia. Porém, analisar a sociedade não é seu objetivo. As críticas sociais estão presentes como um pano de fundo para dar contexto à história. Os focos principais do livro são o ar de conto de fadas e o triângulo amoroso formado pelos protagonistas.

A história se passa no país fictício de Illéa, dividido em oito castas, sendo a primeira pertencente à realeza e a última aos mais pobres. Logo percebemos que essas castas eram divididas pela renda das famílias, e elas não podiam se misturar. Para tornar esse esquema “justo”, o país tinha uma tradição de que o príncipe deveria se casar com uma moça do povo.

A competição é feita entre 35 jovens garotas de todas as castas, para decidir quem se casaria com o príncipe Maxon. Para América, a protagonista, uma artista pertencente à casta 5, estar entre as selecionadas era um pesadelo. Ela teria que deixar para trás por um tempo sua família e — pior ainda — o homem que ela ama, Aspen, da casta 6. Ela não queria nada daquilo, mas tudo muda quando conhece Maxon pessoalmente.

Além disso, América e as outras mulheres também correm risco de vida ao ir morar no palácio, que é alvo de ataques rebeldes. A narrativa possui o poder de prender o leitor. É desses livros que se leem sem perceber, pois a narrativa traz segredos da família real, suas mentiras e seus mistérios, perigos e esquemas.

Estes textos foram realizados com o apoio do Itaú Social

Matéria publicada na edição impressa #31 mar.2020 em fevereiro de 2020.