Revoar,
A democracia dá conta do clima?
Por que a democracia tem falhado diante da crise climática? Governos preocupados em se eleger podem equacionar o desafio do clima?
21jan2021Ouça mais Episódios
Mais de 2.500 anos depois da sua invenção na Grécia Antiga, a democracia é hoje o regime mais valioso, mais digno de respeito e com maior legitimidade. O autogoverno coletivo deixou de ter competidores à altura e está em todos os manuais e cartilhas sobre política. Nele, o povo conseguiria governar a si mesmo e ter suas liberdades respeitadas.
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Mas por que a democracia tem falhado diante da crise climática? Será que governos preocupados em se eleger podem equacionar o desafio do clima?
A democracia tem muitos inimigos internos no enfrentamento da crise climática (negacionismo, desinformação, retórica populista, recusa da legalidade). Possui dificuldade para agir a longo prazo e para levar em conta as futuras gerações. Está sujeita à interferência do poder econômico dos que perdem com a transição para a economia pós-carbono. E precisa reduzir as desigualdades que a corroem. Esses são alguns dos desafios.
Mas, então, se as democracias atuais não dão conta das urgências do clima e o autoritarismo climático também não é uma saída eficaz, qual é o modelo de democracia que vale defender?
Para refletir sobre essas questões, o Revoar conversa com Natalie Unterstell, especialista em políticas climáticas e riscos, Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, e Paloma Costa, assessora do Instituto Socioambiental e jovem consultora da ONU em mudanças climáticas.
Sem tentar prever se a democracia enfrentará a crise climática ou se emergirá um regime que não reconheceremos como democracia, o episódio ‘A democracia dá conta do clima?’ apresenta muitas razões para defender a democracia como caminho para um futuro melhor – do ponto de vista climático e de nossas liberdades.
O programa também mostra que é necessário tornar a democracia mais representativa, mais participativa, mais deliberativa, mais integrada (transterritorial), mais sensível às futuras gerações, mais permeável ao interesse público e mais capaz de fazer frente ao grande poder econômico.