Mercado editorial,
A retomada do mercado editorial gaúcho
Editoras, livrarias, sebos e bibliotecas do Rio Grande do Sul se unem para reparar os estragos causados pelas enchentes; saiba como ajudar
06jun2024“O pessoal está limpando os estoques para ver o tamanho do estrago e o que se salvou, mas além do que molhou, tem muita umidade depois de um mês inteiro. A gente sabe que livro úmido e mofado não dá”, conta Fernanda Scherer, editora da Piu e representante do Clube dos Editores do Rio Grande do Sul, entidade que une produtores de livros.
No final de maio, cerca de um mês depois das primeiras enchentes que devastaram o estado, editoras gaúchas começaram a contar, literalmente, o estrago. Nos cálculos do Clube dos Editores do RS, que tem 22 editoras associadas, o setor deve ter perdido mais de 50 mil exemplares. Pelo menos 25 editoras, sebos e 23 bibliotecas públicas foram afetadas.
A L&PM, por exemplo, anunciou que irá mudar o endereço da sede depois do local ser tomado pelas águas em Porto Alegre e perder cerca de 10 mil exemplares. Editoras menores, como a Artes e Ofícios e a Libretos, perderam a estrutura e praticamente todo estoque.
“Agora o pessoal está pensando em começar a fazer impressão sob demanda, baixas tiragens, porque vai demorar para repor esses livros”, relata Scherer. “Sobre o imobiliário e materiais de trabalho, como computadores, ainda nem chegaram a fazer o levantamento completo.”
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Outro problema, segundo a representante das editoras gaúchas, são as estradas bloqueadas. Nem mesmo a gigante Amazon consegue fazer entregas no estado, com regiões isoladas. Como o atendimento das transportadoras ainda não retomou completamente, quem tem estoque em outras cidades também não consegue continuar vendendo.
Apesar das informações ainda serem escassas, os próximos passos para a retomada do mercado editorial gaúcho, um dos mais relevantes do país, incluem uma feira de reconstrução, redução no valor dos livros e dos fretes para entrega, campanhas nas redes sociais com influenciadores e até pedido de isenção das taxas de inscrição de títulos do estado no Prêmio Jabuti, o principal do país.
A Quatro Cinco Um reuniu orientações de como ajudar editoras, livrarias, sebos e bibliotecas gaúchas. Confira a seguir.
Compre de editoras gaúchas
Muitas editoras estão apostando nas vendas dos exemplares que não foram danificados pelas chuvas e os que já estavam nas livrarias em outras regiões do Brasil. É possível também comprar títulos em formato digital. Confira uma lista de editoras gaúchas:
- Arquipélago Editorial @arquipelagoeditorial
- Artes e Ofícios @arteseoficios
- AVEC Editora @aveceditora
- CirKula @cirkula444
- Editora Edelbra @edelbraeditora
- BesouroBox(@editorabesourobox
- Editora Metamorfose @editorametamorfose
- Editora da PUCRS @edipucrs
- Editora Cassol @editoracassol
- Editora Concórdia @editoraconcordia
- Editora Coragem @editoracoragem
- Editora Dublinense @dublinense
- Editora Sulina @editorasulina
- Editora Piu @editorapiu
- Editora Projeto @projetoeditora
- Editora Zouk @editorazouk
- Artmed @artmedoficial
- Libretos Editora @libretoseditora
- L&PM Editores @lepmeditores
- Tomo Editorial @tomoeditorial
- Clube dos Editores do RS @clubedoseditoresrs
Divulgue campanhas nas redes
A tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul gerou um movimento de solidariedade nas redes. Diversas campanhas buscaram arrecadar doações e incentivar a compra de produtos gaúchos, como os livros. A rede Livraria da Travessa deu destaque para editoras do Rio Grande do Sul em suas unidades e no site. A campanha segue nas redes com a hashtag #EditorasGauchas e no perfil do Clube dos Editores do RS.
Apoie sebos e bibliotecas
Esses espaços culturais, fundamentais para a difusão da literatura nas comunidades, também foram afetados pelas águas. Alguns sebos e bibliotecas estão aceitando doações de livros ou contribuições via Pix. Confira uma lista:
- Sebo Só Ler (@sebosolerpoa), doações na unidade da Senhor dos Passos
- Sebo Café Riachuelo (@_sebocaferiachuelo_), compras pela Estante Virtual ou na unidade Riachuelo
- Absurda Sebo (@absurda.sebo), compras pela Estante Virtual
- Biblioteca pública de Lajeado (@secel.lajeado), títulos infantojuvenis, quadrinhos, espiritismo, psicologia e autoajuda.
- Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães (@bpmjg)
Combine um prazo maior
Com estradas bloqueadas por todo o Rio Grande do Sul, mesmo as editoras que conseguiram continuar com as vendas não conseguiram fazer as entregas. Se a livraria estiver em uma área ainda inacessível ou com a operação interrompida, é preciso que o leitor aceite um prazo de entrega maior.
Peraí. Esquecemos de perguntar o seu nome.
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