
451, Repertório 451 MHz,
Bruna Beber estreia como colunista do 451 MHz
Uma vez por mês, a poeta e tradutora fluminense soma seu repertório literário ao podcast
25abr2025O podcast da revista dos livros está com uma grande novidade no ar. Neste mês de abril, a poeta Bruna Beber estreia como colunista do 451 MHz. Uma vez por mês, a escritora e tradutora fluminense vai conduzir entrevistas sobre grandes livros e grandes autores ao lado de Paulo Werneck, editor da Quatro Cinco Um e apresentador do podcast. Além de compartilhar seu humor sagaz e repertório literário com os ouvintes, Beber passa a contribuir com pautas e novos formatos de matérias para o programa.
“Me sinto contente de ser áudio-colunista do 451 MHz porque minha formação literomusical foi baseada no ouvido: ouvindo as histórias das outras pessoas, descobrindo a história da música pela música, cercada de parentes, vizinhos, amigos. Então fui criada para ser ouvinte”, conta Beber, que fez seu primeiro estágio em uma rádio e criou o seu próprio programa em 2006.
A nova colunista acrescenta que a escrita de seus poemas sempre esteve relacionada com o áudio e a escuta, o que também despertou seu interesse por podcasts: “Sempre gravei meus poemas em voz alta para mim mesma como uma das etapas da edição”.
No livro que resultou de seu mestrado, Uma encarnação encarnada em mim: cosmogonias encruzilhadas em Stella do Patrocínio (José Olympio, 2022), Beber aprofunda as relações entre voz e literatura a partir do Falatório de Stella do Patrocínio. No 451 MHz, ela pretende seguir unindo esses dois mundos: “É a primeira vez que vou ter uma coluna e é ainda mais especial porque vou juntar minhas duas grandes paixões: som e livros”, diz.
Mais Lidas
A primeira participação de Beber como colunista do 451 MHz é no 136º episódio do podcast — “Paulo Leminski na Flip 2025” — dedicado ao poeta curitibano Paulo Leminski, autor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty deste ano. No programa, publicado nesta sexta-feira (25) e disponível no site da revista e nos tocadores, ela conversa com Ana Lima Cecilio, curadora do festival.
Autora do premiado Veludo rouco (Companhia das Letras, 2023), Beber lança em junho a coletânea Romance em doze linhas e outros poemas, que reúne seus cinco primeiros livros e sai pelo selo Poesia de Bolso, da Companhia das Letras. A coleção tem o título de um dos seus poemas mais conhecidos, sobre as fases de um relacionamento, e que viralizou nas redes sociais.
Versos
Beber estreou na poesia há quase vinte anos com A fila sem fim dos demônios descontentes, publicado pela 7Letras em 2006. Ela é também autora das coletâneas de poemas Sal de fruta (Círculo de Poemas, 2023), Rua da padaria (2013) e Ladainha (2017), ambas publicadas pela Editora Record, e de um ensaio sobre Stella do Patrocínio, Uma encarnação encarnada em mim (José Olympio, 2022).
Veludo rouco, um de seus livros mais recentes, foi vencedor do prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e resenhado na Quatro Cinco Um pelo jornalista Carlos Marcelo no ano de lançamento.
“O passado da escritora nascida em 1984 no estado do Rio de Janeiro está presente nas (muitas) vozes familiares que incorpora aos versos impregnados de cheiros, canções populares, dizeres transfigurados, simples certezas de pessoas próximas”, escreve Carlos Marcelo. “O que realmente chama atenção no livro é o mergulho em reminiscências distantes e recentes à procura não da nostalgia, mas do desconcerto. Beber vai buscar, no infinito ao seu redor, o que Chacal, no início dos anos 2000, preconizou sobre os que enxergam com ‘olhos que não usam viseiras’.”
Como tradutora, Beber assinou a edição brasileira do romance De quatro, da norte-americana Miranda July, publicado pela Amarcord em 2024 — e sobre o qual ela falou no 128º episódio do 451 MHz, ao lado de Branca Vianna. Ela ainda traduziu Compaixão, da também estadunidense Anne Sexton, publicado pela Relicário em 2023.
Colunistas
Bruna Beber se junta ao time de colunistas da revista dos livros, que inclui Bianca Tavolari, Djaimilia Pereira de Almeida, Humberto Brito, Juliana Borges, Fernando Luna, Ondjaki, Renato Parada e Renan Quinalha.
Professora do Insper e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Tavolari fala sobre sobre planejamento urbano, arquitetura e a vida nas metrópoles na coluna A Cidade e As Coisas.
O pensamento feminista negro, a justiça racial e políticas de promoção do livro e da leitura são explorados pela escritora e pesquisadora Juliana Borges em Perspectiva Amefricana. Já temas relacionados à literatura LGBTQIA+ são pautados pelo professor da Unifesp Renan Quinalha na coluna Livros e Livres.
Do outro lado do oceano Atlântico, o escritor e fotógrafo português Humberto Brito faz textos sobre lembranças e reflexões cotidianas junto à romancista angolana Djaimilia Pereira de Almeida, além de resenhas sobre livros de arte e fotografia, em Onde Queremos Viver. Também nascido em Angola, o autor de livros de poesia, romances, contos e literatura infantojuvenil Ondjaki traz crônicas de memórias, afetos, visitações e saudades na coluna Deslembramentos.
Na Folha de Rosto da Quatro Cinco Um, o fotógrafo Renato Parada traz retratos de grandes autores da literatura. Em Crítica Cultural, o editor da revista serrote Paulo Roberto Pires analisa com doses de bom-humor, duas vezes por mês, temas de cultura pop, literatura, política e sociedade. O também jornalista Fernando Luna escreve sobre seu relacionamento íntimo com um livro em Autobibliografia e resume clássicos da literatura com emojis em The Emoji Review nas redes sociais.
De outubro de 2019 a junho de 2022, o músico e escritor angolano Kalaf Epalanga assinou a coluna Um Benguelense em Berlim, em que abordou música, língua e identidade africanas.
Porque você leu 451 | Repertório 451 MHz
Paulo Leminski na Flip 2025
A curadora Ana Lima Cecilio celebra a poesia acessível e irreverente do homenageado deste ano. Episódio marca a estreia de Bruna Beber como colunista do 451 MHz
ABRIL, 2025