Listão da Semana,
A história da ameaça aos livros e mais 10 lançamentos
O biblioteconomista Richard Ovenden escreve sobre a história de 3 mil anos dos registros escritos
28out2022 | Edição #62Desde que a informação passou a ser registrada por escrito, em tábuas mesopotâmicas, controlar e destruir saberes tem sido objetivo de diversos indivíduos, nações, corporações e regimes políticos. Essa história de 3 mil anos de destruição é contada pelo biblioteconomista Richard Ovenden em Queimando livros, que chega nesta semana às livrarias brasileiras. O conhecimento está sob ataque. Talvez compreender os meandros dessa ameaça histórica seja um caminho para nos ajudar a entender como protegê-lo.
Completam a seleção da semana romances da italiana Natalia Ginzburg, do suíço Joël Dicker e do britânico Julian Barnes; ensaios de Pedro Meira Monteiro, cocurador da Flip; e um livro infantojuvenil antirracista de Lilia Schwarcz, além de outras novidades quentinhas.
Viva o livro brasileiro!
Queimando livros: uma história sobre o ataque ao conhecimento. Richard Ovenden.
Trad. Santiago Nazarian • Globo Livros • 296 pp • R$ 54,90/ 34,90
Richard Ovenden, bibliotecário-chefe da Universidade de Oxford, analisa a história dos livros — desde as tabuletas de argila mesopotâmicas aos formatos digitais da atualidade — para explicar os perigos que ameaçam o conhecimento: desde a Antiguidade as bibliotecas têm sido destruídas por motivos políticos, financeiros e religiosos.
Leia também: Iluminismo e distopia compõem o clássico Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
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A cidade e a casa. Natalia Ginzburg.
Trad. Iara Machado Pinheiro • Companhia das Letras • 304 pp • R$ 79,90/ 39,90
Neste romance da italiana Natalia Ginzburg, um conjunto de cartas narra a vida de um grupo de amigos na Itália na virada dos anos 70 para os 80. As mensagens, em tom melancólico, descrevem as perdas e os desencontros ao longo da jornada, as mágoas acumuladas e as alegrias amargas de cada personagem.
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O caso Alaska Sanders. Joël Dicker.
Trad. Debora Fleck e Maria de Fátima Oliva do Coutto • Intrínseca • 512 pp • R$ 89,90/ 62,90
O romancista suíço Joël Dicker retorna ao universo de seu best-seller A verdade sobre o caso Harry Quebert (2014). Em uma pacífica cidade de New Hampshire, Marcus Goldman tenta ajudar um dos investigadores do caso do rumoroso assassinato de Alaska Sanders, uma jovem de 22 anos, a descobrir o que realmente aconteceu.
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Elizabeth Finch. Julian Barnes.
Trad. Léa Viveiros de Castro • Rocco • 192 pp • R$ 59,90
Mais Lidas
Ganhador do Man Booker Prize e do Prêmio Médici, o escritor britânico Julian Barnes descreve uma rigorosa e enigmática professora de cultura e civilização que, ao morrer, deixa seus diários e cadernos de notas aos cuidados de um ex-aluno. Ele então se dedica a prosseguir com os estudos de sua mestra sobre a história de Juliano, o Apóstata, último imperador pagão de Roma, que desafiou o pensamento monoteísta.
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Nós somos muitas: ensaios sobre crise, cultura e esperança. Pedro Meira Monteiro.
Relicário • 208 pp • R$ 62,90
O escritor Pedro Meira Monteiro, cocurador da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, reúne ensaios escritos ao longo de mais de uma década que analisam a literatura, a música, o cinema, as artes visuais e a filosofia. O livro, multiplataforma, inclui QR Codes que levam a participações especiais do músico Arto Lindsay, da tradutora Flora Thomson-DeVeaux e do artista Rogério Barbosa.
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Óculos de cor: ver e não enxergar. Lilia M. Schwarcz.
Ils. Suzane Lopes • Companhia das Letrinhas • 144 pp • R$ 54,90/ 29,90
Em seu primeiro livro para o público infantojuvenil, a historiadora Lilia Schwarcz trata de temas como a cegueira racial, o pacto narcísico do privilégio de pessoas brancas e o silenciamento sistemático do povo negro na história e do apagamento de sua memória.
Em texto que prepara para a Quatro Cinco Um de novembro, Nina Rizzi escreve: “É preciso reconhecer a diversidade, o lugar que ocupamos e, se for uma pessoa branca, oportunizar o protagonismo de pessoas negras e se aliar à luta antirracista, atuando para desmantelar o racismo e diminuir as desigualdades. […] É desde a infância, quando preconceitos e racismo são inexistentes, que devemos começar o trabalho antirracista”.
Leia também: Uma seleção de 12 livros para educar sobre o racismo.
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Vapt-vupt
+ novidades quentinhas
A sociedade dos textos. André Botelho, Maurício Hoelz, Andre Bittencourt.
Relicário • 260 pp • R$ a definir
Reúne ensaios inspirados nas ideias de Anthony Giddens e Niklas Luhmann, que abordam as obras de Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Pedro Nava, Ferreira Gullar e Silviano Santiago.
Amora. Natalia Borges Polesso.
Dublinense • 256 pp • R$ 79,90/ 49,90
Vencedor dos prêmios Jabuti e Açorianos, traduzido e publicado em diversos países, o livro reúne 33 contos centrados em relações afetivas entre mulheres.
Entre Orfe(x)u e Exunouveau: análise de uma estética de base afrodiaspórica na literatura brasileira. Edimilson de Almeida Pereira.
Fósforo • 248 pp • R$ 79,90
O professor e ficcionista apresenta um olhar singular sobre o mito de Exu, pautado pela diáspora africana, para entender as variantes da literatura nacional.
Fábulas cabulosas e outras histórias subversivas. Henrique Rodrigues.
Ils. Arnaldo Branco • Rocco • 128 pp • R$ 44,90
Uma releitura crítica e satírica de fábulas e histórias infantis da literatura universal, atualizando-as com a inserção de parafernálias do universo digital e tendências comportamentais contemporâneas.
O mundo do avesso: verdade e política na era digital. Letícia Cesarino.
Ubu • 304 pp • R$ 72
Professora de antropologia da UFSC explica a ascensão do populismo, da pós-verdade, do negacionismo e do conspiracionismo na sociedade contemporânea.
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Matéria publicada na edição impressa #62 em outubro de 2022.
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