Tinta-da-China Brasil

Obra vencedora do prêmio PEN de ensaios na qual o historiador português explora as razões pelas quais António de Oliveira Salazar comandou Portugal por 48 anos, na mais longeva ditadura da Europa no século 20. Ao longo dos textos, o autor de Salazar e os fascismos: ensaio breve de história comparada (Tinta-da-China Brasil, 2023) reflete sobre as bases ideológicas do totalitarismo e os sistemas de controle fascistas.

“Fernando Rosas não tergiversa: o salazarismo é uma modalidade de fascismo, e o título do seu Salazar e os fascismos antecipa o cotejo entre o modelo luso e os demais fascismos europeus. O ensaio do historiador português é marcado pela sua experiência acadêmica: a introdução e os cinco capítulos passam por uma rápida revisão da historiografia. Para além disso, ele discute as relações entre história e memória, as condições em que o fascismo surgiu, elabora um esboço comparativo dos regimes, apresenta o Estado Novo português e finda com reflexões sobre as perspectivas atuais”, escreve Lincoln Secco em resenha para a Quatro Cinco Um sobre a obra anterior de Rosas que também trata do salazarismo.

Leia a resenha na íntegra

Professor e tradutor especialista na obra e vida de Pessoa, Jerónimo Pizarro revisita e organiza uma série de manuscritos de poemas e missivas escritas pelo poeta português para a namorada Ofélia de Queiroz e para seu último interesse amoroso, a inglesa Madge Anderson.

Entre considerações e debates sobre os limites do humor, o volume reúne os episódios da primeira temporada do podcast de mesmo nome apresentado pelo humorista e cronista português. Recorrendo a textos e eventos que definem a humanidade desde a Antiguidade até a contemporaneidade, o autor de Estar vivo machuca (2022) trata do medo, piadas e aborrecimentos que alavancam o humor.

Trecho:

“Um homem está à procura de alguma coisa no chão. Chega um amigo e dispõe-se a ajudar:

— O que é que perdeste?

— As minhas chaves.

— Tens ideia de onde as perdeste?

— Dentro de casa.

— Então porque é que estás a procurá-las na rua?

— Aqui há mais luz. ”

Leia o trecho na íntegra

A pesquisadora da literatura de viagens e escritora portuguesa narra a trajetória de mulheres que desafiaram normas sociais ao viajarem sozinhas. Traçando dois percursos — o geográfico-histórico e a evolução do protagonismo feminino em um campo antes dominado por homens —, Serrano elenca viajantes desde o período da Antiguidade até o século 21.

Em resenha para a Quatro Cinco Um, a jornalista e historiadora Paula Carvalho escreve:

“O título vem preencher uma lacuna sobre o papel das mulheres na história das viagens, muitas das quais foram apagadas ou simplesmente ignoradas. Foi em fevereiro de 2010, ao organizar uma exposição sobre a escritora, viajante e fotógrafa suíça Annemarie Schwarzenbach (1908-42), que Serrano percebeu esse apagamento histórico.”

Nova edição dos relatos de viagem do poeta, romancista e crítico de arte paulistano durante sua expedição à Amazônia, realizada entre maio e agosto de1927, em que esteve a bordo da comitiva da mecenas Olívia Guedes Penteado. Publicado postumamente, o diário de viagem de Mário percorre as porções amazônicas do Peru e da Bolívia, compondo um relato de um dos fundadores do modernismo brasileiro sobre o contato direto com as culturas e os povos indígenas da região.

Há algum tempo esgotado nas livrarias, a nova edição da Tinta-da-China Brasil, selo editorial da Associação Quatro Cinco Um, inclui uma apresentação de Flora Thomson-DeVeaux, pesquisadora que traduziu a obra para o inglês.

“Não é um diário de viagem, é um diário”, diz Thomson-Devaux. “Tem muitas fugas dele mesmo, da viagem, da paisagem, muita fantasia. É um terreno irregular.”

No evento de lançamento, Flora Thomson-DeVeaux falou das muitas facetas do modernista, com fama de péssimo viajante, em sua incursão pelo Norte e Nordeste