Literatura israelense,

O Fim da Nova Paz

Putin está mergulhando a humanidade em uma nova era de guerras e a sobrevivência de nossa espécie pode estar em risco

17fev2023

Há alguns anos, publiquei 21 Lições para o Século 21, que tinha um capítulo dedicado ao futuro da guerra. Com o subtítulo “Jamais subestime a estupidez humana”, argumentei ali que as primeiras décadas do século 21 haviam sido o período mais pacífico da história da humanidade, e que do ponto de vista econômico e geopolítico já não havia muito sentido em dar início a novos conflitos. Mas sem dúvida esses fatos não bastaram para garantir a paz, pois “a estupidez humana é uma das mais importantes forças da história” e “até mesmo os líderes racionais fazem com frequência coisas muito estúpidas”.

Apesar dessas reflexões, em fevereiro de 2022, fiquei chocado ao ver a tentativa de Vladimir Putin de conquistar a Ucrânia. As consequências previsíveis para a própria Rússia — e a humanidade como um todo — eram tão destrutivas que esse parecia um ato improvável, mesmo para um megalomaníaco de sangue frio. Todavia, o autocrata russo decidiu encerrar o período mais pacífico da história da humanidade e lançá-la em uma nova era de guerras que pode ser pior que qualquer coisa já vista. Na verdade, pode ameaçar até mesmo a mera sobrevivência de nossa espécie.

Estamos falando de uma tragédia, sobretudo porque vimos nas últimas décadas que a guerra não é uma força inelutável da natureza. Ela é uma escolha humana que varia conforme a época e o lugar. De 1945 para cá, não vimos nem sequer um caso de guerra entre grandes potências, nenhum caso de um Estado internacionalmente reconhecido aniquilado por conquistadores externos. Conflitos restritos a lugares e regiões específicos ainda são relativamente comuns: moro em Israel, de modo que sei muito bem disso. Mas, à parte a ocupação israelense da Cisjordânia, tornou-se raro que um país tente expandir suas fronteiras unilateralmente por meio da violência. Esse é um dos motivos por que a ocupação israelense atrai tanta atenção e gera tantas críticas. Aquilo que foi a norma durante milhares de anos de história imperial se tornou um anátema.

A bomba atômica converteu a guerra entre superpotências em um ato de suicídio coletivo

Mesmo se levarmos em conta guerras civis, insurgências e episódios de terrorismo, as guerras das últimas décadas mataram muito menos gente que o suicídio, os acidentes automobilísticos ou as doenças ligadas à obesidade. Em 2019, cerca de 70 mil pessoas morreram em conflitos armados ou trocas de tiro com a polícia, cerca de 700 mil pessoas se suicidaram, enquanto 1,3 milhão morreram em acidentes de carro e 1,5 milhão morreram de diabetes.

Mudança psicológica

A paz, porém, não é mera questão numérica. Talvez a mudança mais importante das últimas décadas seja de ordem psicológica. Por exemplo, entre as três Guerras Púnicas travadas entre Roma e Cartago tivemos décadas de paz, mas todo romano e todo cartaginense sabia que essa “Paz Púnica” poderia ser desfeita a qualquer momento. A política, a economia e a cultura eram todas moldadas em torno da expectativa de guerra.

Durante o final do século 20 e início do 21, o significado da palavra paz mudou. Enquanto a Velha Paz designava apenas “a ausência temporária de guerra”, a Nova Paz passou a significar “a improbabilidade de guerra”. Em muitas (embora não todas) regiões do mundo, os países deixaram de temer que seus vizinhos os invadissem e aniquilassem. Os tunisianos já não tinham medo de uma invasão italiana, os costa-riquenhos não achavam que o exército nicaraguense poderia atacar San José, e os samoanos não viam no horizonte a possibilidade de uma guerra repentina contra Fiji. Como podemos afirmar que os países não estavam preocupados com isso? Basta examinar os orçamentos dos governos.

Até pouco tempo atrás, os gastos militares costumavam ser o item de maior peso no orçamento de todos os impérios, sultanatos, reinos e repúblicas. Os governos gastavam pouco com saúde e educação, porque destinavam a maior parte de seus recursos ao pagamento de soldados, construção de muros e produção de navios de guerra. Os gastos militares comiam de 50% a 75% do orçamento no Império Romano, 80% na dinastia Sung (960-1279) e 60% no Império Otomano do final do século 17. Entre 1685 e 1813, a parcela de gastos militares do governo britânico jamais ficou abaixo de 55%, atingindo uma média de 75%. Durante os grandes conflitos do século 20, tanto as democracias como os regimes militares se afundaram em dívidas para financiar tanques, submarinos e metralhadoras. Quando vivemos sob o temor de que nossos vizinhos possam nos invadir a qualquer momento para saquear nossas cidades, escravizar nosso povo e anexar nossas terras, essa é uma decisão sensata.

Os orçamentos nacionais do período da Nova Paz são muito mais persuasivos que qualquer tratado pacifista jamais escrito. No início do século 21, o gasto médio governamental com defesa foi de meros 6,5% e mesmo os Estados Unidos, a superpotência dominante, destinou apenas cerca de 11% do orçamento à manutenção de sua supremacia. Como as pessoas deixaram de viver sob o pânico de uma invasão externa, os governos puderam investir muito mais em saúde, bem-estar e educação. O gasto médio com saúde, por exemplo, foi de 10,5% do orçamento, cerca de 1,6 vezes o montante destinado à defesa. Para muitas pessoas hoje, o fato de que o orçamento de saúde é maior que o de defesa não parece importante. Mas se dermos a Nova Paz por certa e negligenciarmos sua manutenção, podemos perdê-la muito em breve.

A nova paz é resultado de três forças principais. Em primeiro lugar, as mudanças tecnológicas, com destaque para o desenvolvimento de armas nucleares, elevaram muito o custo de uma guerra entre superpotências. A bomba atômica converteu a guerra entre superpotências em um ato ensandecido de suicídio coletivo, razão por que as superpotências não entram em conflito direto desde Hiroshima e Nagasaki.

Em segundo lugar, transformações econômicas reduziram drasticamente os lucros provenientes da guerra. Outrora, os ativos econômicos de maior relevância eram recursos materiais que podiam ser conquistados à força. Quando Roma derrotou Cartago nas Guerras Púnicas, ela enriqueceu ao saquear o rival derrotado, vendendo seu povo como escravo e assumindo o controle de minas de prata na Espanha e de campos de trigo no Norte da África. Nas últimas décadas, contudo, em muitos lugares o conhecimento científico, técnico e organizacional passou a ser o ativo econômico mais importante. O Vale do Silício não tem minas de silício. Empreendimentos com valor estimado em trilhões de dólares, como Google e Microsoft, dependem do que está dentro das mentes de engenheiros e empreendedores, e não no que está no solo sob seus pés. É fácil tomar minas de prata à força, mas não se pode adquirir conhecimento desse modo. Essa realidade econômica levou a uma queda acentuada da lucratividade de uma conquista.

Embora as guerras por recursos materiais ainda ocorram em certas partes do mundo — como o Oriente Médio —, as grandes economias do período pós-1945 cresceram sem conquistas imperiais. Alemanha, Japão e Itália tiveram seus exércitos dizimados e seus territórios reduzidos, mas, após a guerra, suas economias decolaram. A China alcançou seu milagre econômico sem se envolver em nenhuma grande guerra desde 1979.

Líderes do mundo todo uniram forças para construir uma ordem mundial funcional 

No início de novembro, enquanto eu escrevia este texto, soldados russos pilhavam a cidade de Kherson e enviavam para a Rússia caminhões cheios de tapetes e torradeiras roubadas de casas ucranianas. Isso não tornará a Rússia rica, e não compensará os russos pelo imenso custo da guerra. No entanto, como prova a invasão da Ucrânia por Putin, as mudanças tecnológicas e econômicas não bastam para garantir a Nova Paz. Alguns líderes são tão irresponsáveis e têm tanta fome de poder que são capazes de iniciar uma guerra mesmo quando o preço disso for arruinar a economia de seu próprio país e mergulhar a humanidade inteira em um apocalipse nuclear. Em conformidade com isso, o terceiro pilar essencial da Nova Paz é cultural e institucional.

Culturas militares

Por muito tempo, as sociedades humanas foram dominadas por culturas militares que encaravam a guerra como inevitável ou mesmo desejável. Aristocratas de Roma e Cartago acreditavam que a glória militar era a maior realização possível, bem como meio ideal para obtenção de poder e riquezas. Artistas como Virgílio e Horácio empregaram seu talento para discorrer sobre armas e guerreiros, glorificando batalhas sangrentas e imortalizando conquistadores brutais. Durante a era da Nova Paz, os artistas canalizaram seus talentos para expor os horrores da guerra, enquanto os políticos tentaram deixar sua marca reformando os sistemas de saúde, e não pilhando cidades estrangeiras. Líderes do mundo todo — influenciados por mudanças essenciais da economia e por novas tendências globais — uniram forças para construir uma ordem mundial funcional que permitisse aos países se desenvolverem pacificamente e, ao mesmo tempo, reprimisse eventuais líderes beligerantes.

Essa ordem mundial tinha como base ideias liberais, mais especificamente as de que todos os humanos têm direito às mesmas liberdades básicas, nenhum grupo humano é inerentemente superior a nenhum outro e todos os humanos compartilham as mesmas experiências, valores e interesses essenciais. Esse ideário estimulou os líderes a evitar a guerra e a trabalhar em conjunto para defender valores comuns e promover interesses comuns. A ordem mundial liberal uniu a crença em valores universais ao funcionamento pacífico das instituições globais.

Embora estivesse longe de ser perfeita, essa ordem mundial melhorou a vida de pessoas não só nos antigos centros imperiais, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, mas também em muitas outras partes do mundo, da Índia ao Brasil e da Polônia à China. Países de todos os continentes se beneficiaram do crescimento do comércio e dos investimentos internacionais, e quase todos os países desfrutaram dos dividendos da paz. Canadá e Dinamarca não foram os únicos a poder redirecionar recursos de tanques para professores; Nigéria e Indonésia fizeram o mesmo.

Antes de se queixarem dos defeitos da ordem mundial liberal, os críticos deveriam responder perguntas simples: “Você poderia, por favor, apontar uma década em que a espécie humana esteve melhor do que nos anos 2010? Que década é sua era de ouro perdida?” Os anos 1910, com a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Bolchevique, Jim Crow e a exploração brutal pelos impérios europeus de boa parte da África e Ásia? Talvez sejam os 1810, com as Guerras Napoleônicas atingindo seu clímax sanguinário enquanto camponeses russos e chineses eram explorados por seus senhores aristocráticos, a Companhia das Índias Orientais estabelecia controle sobre a Índia e a escravidão ainda era legalizada nos Estados Unidos, no Brasil e na maior parte do resto do mundo? Talvez esteja chorando de saudade dos anos 1710, com a Guerra da Sucessão Espanhola, a Grande Guerra do Norte, as guerras de sucessão Mogol e um terço das crianças do mundo morrendo em decorrência de doenças ou desnutrição?

Sem cooperação, a humanidade é incapaz de se proteger contra um vírus ou outra ameaça comum

A Nova Paz não é resultado de um milagre divino. Ela foi alcançada quando todos os humanos tomaram decisões melhores e construíram uma ordem mundial funcional. Infelizmente, muitas pessoas acharam que essa conquista seria permanente. Talvez achassem que a Nova Paz era garantida, sobretudo, por forças econômicas e tecnológicas, e que seria capaz de sobreviver mesmo sem o seu terceiro pilar — a ordem mundial liberal. Como consequência, essa ordem foi negligenciada e atacada de forma cada vez mais virulenta.

O ataque começou pelas mãos de Estados perniciosos, como o Irã, e líderes perniciosos, como Putin, mas eles sozinhos não seriam capazes de dar fim à Nova Paz. O que de fato sabotou a ordem mundial foi o fato de seus principais beneficiários (incluindo China, Índia, Brasil e Polônia) e os países que a construíram (com destaque para Reino Unido e Estados Unidos) terem lhe dado as costas. A votação do Brexit e a eleição de Donald Trump em 2016 simbolizam essa virada.

Fortalezas

A maioria dos críticos da ordem mundial liberal não desejava a guerra. Queria apenas promover o que julgava ser melhor para o seu país e argumentaram que cada Estado-nação deveria defender e desenvolver suas próprias tradições e identidades sagradas. Todavia, eles jamais explicaram como cada uma dessas nações se relacionaria com as demais na ausência de valores universais e instituições globais. Os opositores da ordem mundial não ofereceram nenhuma alternativa clara. Pareciam achar que, de algum modo, todas as nações simplesmente se dariam bem e o mundo se tornaria uma rede de fortalezas muradas mas amigáveis.

Fortalezas, porém, quase nunca são amigáveis. Cada fortaleza nacional costuma ambicionar um pouquinho mais de terra, segurança e prosperidade para si às custas de seus vizinhos, e sem a ajuda de valores universais e instituições globais essas fortalezas rivais são incapazes de estabelecer regras de comum acordo. O modelo da rede de fortalezas era uma receita para o desastre.

E o desastre não demorou a chegar. A pandemia demonstrou que, sem cooperação eficaz a nível global, a humanidade é incapaz de se proteger contra um vírus ou outra ameaça comum. Assim, talvez por ter visto como a Covid corroeu ainda mais a solidariedade internacional, Putin concluiu que era capaz de infligir o golpe final e quebrar o maior tabu da era da Nova Paz. Putin pensou que, se conquistasse a Ucrânia e a incorporasse à Rússia, alguns países até ficariam pasmos e o condenariam, mas ninguém tomaria qualquer providência concreta contra ele.

O argumento de que Putin foi obrigado a invadir a Ucrânia contra sua vontade para prevenir um ataque do Ocidente não passa de propaganda sem sentido. Uma ameaça ocidental abstrata não serve de desculpa legítima para destruir um país, saquear suas cidades, estuprar e torturar seus cidadãos e impor sofrimentos indizíveis a dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças. Quem acredita que Putin não teve escolha deveria especificar que país estava se preparando para invadir a Rússia em 2022. Você acha que o exército alemão estava se agrupando para cruzar a fronteira? Consegue imaginar Napoleão levantando do túmulo para conduzir a Grande Armée mais uma vez em direção a Moscou, deixando Putin sem opção senão antecipar-se à iminente investida francesa? Lembremos que Putin invadiu a Ucrânia pela primeira vez em 2014 — não em 2022.


Borodianka, Kyiv Oblast, 6 de Abril de 2022 [Oleksandr Ratushniak/UNDP Ukraine/Reprodução]

Putin preparou essa invasão durante muito tempo. Ele jamais aceitou o desmantelamento do Império Russo, e nunca viu Ucrânia, Geórgia ou qualquer outra república pós-soviética como nações independentes legítimas. Enquanto os gastos militares representaram, em média, 6,5% dos orçamentos governamentais ao redor do mundo e 11% nos Estados Unidos, na Rússia eles foram muito mais altos. Não sabemos ao certo o quanto mais altos, pois se trata de um segredo de Estado. Mas estimativas apontam para algo em torno de 20%, talvez até mais de 30%.

Se a aposta de Putin der certo, o resultado será o colapso final da ordem mundial e da Nova Paz. Autocratas do mundo todo aprenderão que as guerras de conquista voltaram a ser uma possibilidade, e as democracias também serão forçadas a se militarizar para garantir sua proteção. Já vimos como a ofensiva russa levou países como Alemanha a aumentarem drasticamente seus orçamentos de defesa, e também levou países como Suécia a reimplementarem o alistamento universal. O dinheiro que deveria ir para professores, enfermeiros e assistentes sociais irá para tanques, mísseis e armas cibernéticas. Ao completarem dezoito anos, pessoas do mundo todo cumprirão seu serviço militar obrigatório. O mundo todo ficará parecido com a Rússia — um país de exército inchado cujos hospitais sofrem com a falta de pessoal. O resultado será uma nova era de guerra, pobreza e doença.

Promover a paz é um esforço de longo prazo para proteger normas e valores universais

Também há a possibilidade de que Putin seja contido e punido e a ordem mundial não seja aniquilada por seus feitos, mas fortalecida. Seria um bom lembrete de que não se pode fazer uma coisa dessas e sair impune.

Qual desses cenários se materializará? Para a sorte de todos nós, a despeito de seus preparativos militares, Putin se mostrou desastrosamente despreparado para um elemento crucial: a coragem do povo ucraniano. Os ucranianos obrigaram os russos a recuar com uma série de vitórias impressionantes nas regiões de Kiev, Kharkiv e Kherson. Mas, até agora, Putin se recusa a reconhecer seu erro e reage às derrotas com brutalidade crescente. Tendo visto que seu exército é incapaz de superar os soldados ucranianos na linha de frente, Putin está tentando matar civis ucranianos por congelamento dentro de suas próprias casas. É impossível prever como será o fim da guerra, e qual será o destino da Nova Paz.

A história nunca é determinista. Após o fim da Guerra Fria, muitas pessoas acharam que a paz era inevitável e perduraria mesmo se negligenciássemos a ordem mundial. Após a invasão russa da Ucrânia, houve quem adotasse a opinião oposta, afirmando que a paz jamais passou de ilusão, a guerra é uma força incontrolável da natureza e a única escolha possível para os humanos é entre ser presa ou predador.

As duas visões estão erradas. Guerra e paz são decisões, não fatos inevitáveis. As guerras são provocadas por pessoas, não por leis da natureza. E os mesmos humanos que promovem a guerra são capazes de promover a paz. Mas promover a paz não é uma decisão pontual: é um esforço de longo prazo para proteger normas e valores universais e construir instituições cooperativas.

Patriotismo

Reconstruir a ordem mundial não significa retomar o sistema que se desintegrou nos anos 2010. Uma nova ordem mundial aprimorada poderia atribuir papéis mais importantes a potências não ocidentais dispostas a integrá-la. Essa nova ordem também deveria reconhecer a importância das lealdades nacionais.

A ordem mundial se esfarelou principalmente por causa do ataque de forças populistas, para as quais as lealdades patrióticas e a cooperação global são incompatíveis. Políticos populistas pregam que, se você é patriota, deve se opor às instituições globais e à cooperação global. Mas não existe nenhuma contradição inerente entre patriotismo e globalismo, pois a base do patriotismo não é o ódio ao estrangeiro. A base do patriotismo é o amor pelos compatriotas. No século 21, se você deseja proteger seus compatriotas contra guerras, pandemias e catástrofes ecológicas, a melhor estratégia é cooperar com estrangeiros.

(Tradução de Bruno Mattos)
Essa editoria tem apoio do Instituto Brasil-Israel.

Quem escreveu esse texto

Yuval Noah Harari

É autor de Sapiens: uma breve história da humanidade(Companhia das Letras).