Ilustração de Jan Limpens

Literatura infantojuvenil, Rebentos,

Leitores de carteirinha: abril 2025

Jovens frequentadores de bibliotecas comunitárias resenham seus livros preferidos

01abr2025 • Atualizado em: 31mar2025 | Edição #92

Iane Marceli Dalmazo Ribeiro, 15 — Eldorado do Sul (RS)

Taran Matharu. O aprendiz.
Tradução de Edmo Suassuna
Galera • 350 pp • R$ 69,90

O aprendiz é o primeiro livro da trilogia Conjurador e conta a história de Fletcher, um adolescente órfão de quinze anos. 

A história começa com o protagonista caçando um grande alce e levando-o para a cidade de Pelego antes do anoitecer. Na entrada, vê que os portões estão fechados. O jovem fica indignado, pois o nono sino ainda não havia tocado. Ele pede para entrar e diz que não ficaria lá fora só porque os guardas queriam encher a cara. Já sem paciência, chuta o portão e chama a atenção do guarda Didric, o filho do homem mais poderoso de Pelego e maior desafeto do protagonista.

Didric fala que ele mesmo tinha liberado os outros guardas e que só abriria os portões se Fletcher lhe desse o alce. O garoto recusa e propõe outro acordo: que, em vez de dar o alce inteiro, lhe daria só os chifres. Depois de certa resistência, o jovem guarda acaba cedendo. Fletcher joga as partes por cima do muro, mas o guarda não faz questão de pegar, se despede e admite que abrirá o portão apenas pela amanhã. Uma hora depois, o guarda Jakov o deixa entrar com a condição de que lhe pague uma bebida na próxima vez que se encontrarem. 

No dia seguinte, Fletcher é acordado por Berdon, que o aconselha a se arrumar para os mercadores que viriam comprar e vender coisas na cidade. Nesse momento, um flashback lembra o dia em que os dois se conheceram, quando, durante um frio muito intenso, o ferreiro Berdon encontra o garoto abandonado em uma floresta de Pelego e o adota após nenhum dos ricos moradores o quererem. 

Gostei que o autor Taran Matharu criou um vilão tão bom que até me fez ter ódio do personagem

Um velho soldado veterano chega junto dos mercadores e arma sua barraca perto de Fletcher. Curioso, o adolescente se surpreende com as coisas que o homem vende: pontas de flecha de sílex, colares feito de dentes, olheiras com pingentes delicados, chifre de rinoceronte, caveiras de orcs (criaturas muito hostis no universo da trilogia, constantemente em guerra com outras seres) e o livro mágico do Conjurador.

À noite, Fletcher e o soldado Rotherham vão a uma taverna onde bebem muito, arrumam briga e falam sobre o livro, o qual Rotter diz ter conseguido com alguns magos e antigos companheiros.

No dia seguinte, o jovem encontra o livro e um bilhete do velho, então tenta conjurar um demônio a partir dos escritos. Para sua surpresa (e minha também, que realmente achava que não seria possível), ele consegue evocar na primeira tentativa.

Gostei muito do livro, mas até agora, infelizmente, só consegui ler o primeiro volume da saga. Super-recomendo para quem gosta de livros de ficção, fantasia e contos de fadas, como as histórias de Harry Potter e O Senhor dos Anéis, nos quais, aliás, foi inspirada. Acho que a narrativa poderia ter mais profundidade, detalhes e diálogos mais realistas, que pareciam um tanto falsos ou rasos. Muitas coisas do mundo mágico poderiam ter sido usadas. 

O que mais gostei foi o desenvolvimento de Fletcher e dos personagens secundários. Também gostei que o autor Taran Matharu conseguiu fazer com que eu odiasse Didric. Geralmente acho esse tipo de personagem indiferente, mas este, em especial, é insuportável. Matharu criou um vilão tão bom que até me fez ter ódio do personagem.

Quem escreveu esse texto

Iane Marceli Dalmazo Ribeiro

Tem 15 anos, estuda em Eldorado do Sul (RS). 

Matéria publicada na edição impressa #92 em abril de 2025. Com o título “Leitores de carteirinha”

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