Literatura infantojuvenil,

Leitores de carteirinha: julho de 2020

Frequentadores da bibliotecas Biblioteca Comunitária de Ítalo (BA), Espaço Cultural Nossa Biblioteca (PA) e Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança (CE) escolhem e resenham livros

01jul2020 | Edição #35 jul.2020

Railany, 16 – Salvador (BA)

Hamilton Borges dos Santos. O livro preto de Ariel.
Reage • 24 pp • R$ 50

O livro preto de Ariel, do autor baiano Hamilton Borges dos Santos, é um romance que se passa na Bahia e que traz à tona vários problemas estruturais racistas, tais como o genocídio da população negra, as ações truculentas e perversas cometidas pela Polícia Militar da Bahia durante as operações, as condições desumanas a que os detentos das penitenciárias baianas e seus familiares são submetidos. A obra também retrata a influência da mídia no pensamento da população e a duvidosa veracidade dos fatos. Segundo o autor, a história também é banhada por um erotismo sensual e elegante.

O ponto principal da história é o amor que o jovem Ariel tem pelos livros

O romance tem como personagem principal o jovem Ariel, que é um menino negro, amante do livro, da literatura, morador do Nordeste de Amaralina, bairro periférico de Salvador. O ponto principal da história é o amor do jovem Ariel pelos livros.

A história também conta com o protagonismo das mulheres, que são de profunda importância para o desenvolvimento do enredo, como Dona Lúcia, tia de Ariel, uma voz militante, imponente e atuante na luta contra o racismo das ações da polícia contra a população negra e pobre. Também há a personagem Suzana, sua amada namorada, que é uma aliada de Dona Lúcia na luta que se desencadeará na busca persistente pela liberdade de Ariel e de outros jovens que outrora foram maltratados, encarcerados e condenados pelo racismo institucional.

Nielly, 15 – Belém (PA)

Veronica Roth. Divergente.
Tradução de Lucas Peterson
 Rocco • 504 pp • R$ 49,90/25,50

Esse é o primeiro livro da saga Divergente, de Veronica Roth. A história fala de Beatrice, que nasceu na Abnegação e que vê sua vida mudar completamente. Ela mora numa cidade chamada Chicago Futurista, no pós-guerra, dividida em facções, sendo elas Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição. Nessa cidade, os adolescentes, quando completam dezesseis anos, são obrigados a se submeter a um “teste de aptidão”, em que passam por uma situação que mostra em que facção se encaixam. Depois, eles podem escolher entre continuar na mesma facção e ir para uma nova.

Grande guerra

Beatrice faz seu teste de aptidão e descobre que é uma divergente (pessoa que se encaixa em mais de uma facção) e isso é considerado um perigo para a sociedade. Tudo piora quando ela decide sair da Abnegação, deixando para trás seus familiares e amigos para entrar na Audácia. Com medo de as pessoas descobrirem que ela é divergente, muda seu nome para Tris. Durante seu treinamento na Audácia, ela conhece o instrutor Quatro e fica sabendo que ele também é divergente. Tris descobre que a Erudição está destruindo a Abnegação e manipulando o governo de Chicago. Isso dará início a uma grande guerra entre facções. Os pais de Tris, ao descobrirem que ela está em perigo, arriscam a própria vida para salvar sua filha, mas eles morrem. Isso dá mais força para Tris e Quatro tentarem acabar com a guerra.

Beatrice ganha uma grande batalha, mas não será a última. E assim começa a primeira fase da série Divergente. Mesmo com dificuldades, vitórias e derrotas, ela nunca desistiu. Assim como Tris, nunca desisti. Nós temos sempre que lutar pelo que nós acreditamos que é o certo.

Thamires, 16 – Fortaleza (CE)

Amanda Lovelace. A princesa salva a si mesma neste livro.
Tradução de Izabel Aleixo
Leya • 208 pp • R$ 29,90

É o primeiro livro da série As mulheres têm uma espécie de magia, composta de A princesa salva a si mesma neste livro, A bruxa não vai para a fogueira neste livro e A voz da sereia volta neste livro. Nessa obra, a escritora quer mostrar como temos forças para nos salvarmos de nossas próprias prisões e medos e nos reconstruirmos sozinhas. 

O livro é dividido em fases de crescimento e autoconhecimento da personagem

As partes do livro são divididas nas fases de crescimento e autoconhecimento da personagem retratada nos poemas. Na fase da infância, ela enxerga o mundo de uma forma cruel, mesmo sendo uma criança. A da donzela já trata de uma etapa mais velha da personagem, em que ela conta sobre os amores, perdas e dores que sofreu naquela fase. A rainha retrata um pouco do relacionamento dela com os familiares, amigos e amores, e também mostra a relação entre as diferentes gerações e sobre como a morte afetou o seu cotidiano. “Você” é a fase final do livro, em que a personagem se reconstrói, se refaz, se conhece, se ama para ser a rainha de sua própria história.

Esse livro retrata o amor e o autoconhecimento. Se você está precisando se amar e entender que dores não são para sempre, esse livro vai fazer você ficar com lágrimas e ter esperança de que as coisas irão melhorar logo ali na frente, quando você perceber que as dores não são infinitas e que se pode aprender com elas.

Ilustrações de Jan Limpens
Este texto foi realizado com o apoio do Itaú Social
 

Quem escreveu esse texto

Railany Lopes dos Santos

16 anos, estuda em Salvador (BA).

Thamires do Nascimento Santos

16 anos, estuda em Fortaleza (CE).

Maria Nielly Pena Soeiro

18 anos, estuda em Belém (PA).

Matéria publicada na edição impressa #35 jul.2020 em maio de 2020.