Literatura brasileira,

Ziraldo, 1932-2024

Criador de personagens emblemáticos da literatura infantojuvenil e um dos fundadores do Pasquim morreu no último sábado, aos 91 anos

12abr2024

Criador d’O Menino Maluquinho, Flicts e do semanário Pasquim, Ziraldo Alves Pinto morreu no último sábado, 6 de abril, aos 91 anos. Ele foi o criador de personagens emblemáticos da literatura infantojuvenil e um dos fundadores do Pasquim — semanário que desafiou a ditadura no Brasil e até riu dela (em uma de suas charges famosas publicadas no Pasquim, há um homem com uma espada atravessando seu tronco e a legenda: “só dói quando eu rio”).

Além de inesquecíveis, seus protagonistas podem ser considerados personagens revolucionários. O que dizer de um protagonista que é uma cor rara e triste?

“Lendo Flicts aprendemos sobre forma e cor, na arte e na ciência; sobre subjetividade e melancolia, sobre integração e diferença, sobre a política da época e a de sempre; sobre ciência e tecnologia; sobre poesia visual e poesia verbal, e também algo que poderíamos chamar de prosa visual”, escreve Paulo Werneck na edição de setembro de 2019 da Quatro Cinco Um, na ocasião da edição comemorativa dos 50 anos de Flicts. 

E como explicar o sucesso d’O menino maluquinho, que atravessou gerações, vendeu milhões de exemplares em pelo menos uma dezena de países e foi parar no streaming? O apelo do personagem vem “do fato básico de que tudo o que as crianças querem é brincar, ser amadas e felizes”, disse Ziraldo em entrevista a Paula de Carvalho na edição de outubro de 2020 da revista dos livros, quando se comemorava os quarenta anos da primeira aparição do personagem. 

Além de ser entrevistado e de ter seus livros resenhados, Ziraldo esteve na Quatro Cinco Um com seu traço inesquecível, em uma espécie de flagrante do leitor onívoro, na ilustração feita pela campanha da associação #LivrosParaTodos.

Viva o Ziraldo! Viva o livro brasileiro!