
Listão da Semana,
O Twitter de Elon Musk; o romance em pajubá de Amara Moira; Judith Butler e mais 17 lançamentos
Livro-reportagem tenta responder o que está por trás da polêmica aquisição da rede social pelo não menos polêmico bilionário
11out2024O que afinal está por trás da polêmica aquisição da rede social Twitter, renomeada para X, pelo não menos polêmico bilionário Elon Musk? É o que o livro-reportagem Limite de caracteres, de Kate Conger e Ryan Mac, que chega esta semana às livrarias, tenta responder.
A seleção de lançamentos também traz um romance escrito em pajubá, de Amara Moira; Sujeitos do desejo, de Judith Butler; o Bestiário brasileiro, de Luiz Antonio Simas; uma HQ sobre o tráfico de escravizados no Cais do Valongo, de Silvana Jeha e Braziliano; uma antologia poética de Hans Magnus Enzensberger; crônicas de José Luís Peixoto; ensaios de Darcy Ribeiro; poemas de Alice Sant’Anna; a história de ex-escravizdos que retornaram à África, de Carlos Fonseca; e mais novidades quentinhas.
Viva o livro brasileiro!
Veja os lançamentos de semanas anteriores.
Mais Lidas
Limite de caracteres: como Elon Musk destruiu o Twitter. Kate Conger e Ryan Mac
Trad. Bruno Mattos, Christian Schwartz, Marcela Lanius e Mariana Delfini // Todavia // 488 pp // R$109,90
No final de agosto, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a rede social X (antigo Twitter), após Elon Musk ter fechado o escritório do site no Brasil como resposta aos pedidos do ministro para suspender perfis investigados pelo Supremo por discursos extremistas. Sem representantes legais no país, Musk acusou as decisões de Moraes como censura. Anteriormente um usuário assíduo, em 2022 o próprio bilionário começou a expressar sua insatisfação com as diretrizes do site sobre monitoramento e regulação de conteúdo, até que passou a comprar ações da empresa em sigilo. Em outubro do mesmo ano, o empresário e CEO da SpaceX e Tesla levou a rede social por 44 bilhões de dólares e a renomeou X. Neste livro-reportagem, os jornalistas do The New York Times examinam passo a passo o processo de aquisição da rede social Twitter por Musk, além de traçar um retrato de seu perfil controverso, polêmico e questionável, e a façanha estruturada por seus advogados e investidores.
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Neca: romance em bajubá. Amara Moira.
Companhia das Letras // 120 pp // R$ 59,90
Romance de estreia da escritora e professora, autora de E se eu fosse puta (N-1 Edições, 2023), anteriormente publicado como monólogo na antologia A resistência dos vaga-lumes (Nós, 2019). Utilizando autores do cânone literário e a inventividade da literatura, Moira narra em pajubá o reencontro de uma travesti com um amor do passado, para quem ela conta as memórias das aventuras sexuais do tempo em que era prostituta no Brasil e na Europa.
“Passada! O ocó, cê acredita que ele pediu pra eu nenar na neca dele? Ainda bem que na neca e não na boca, porque cê sabe que tem. Nenar nenar, mona, que chequinho no truque nada. O negoção é que ele queria, a melequeira toda e ele lá se esbaldando. Se rolou? Oras, que jeito? A chuca feita recém, água saindo translúcida, praticamente potável, e dois minutos depois, não chegou nem a dar dois, olha quando me liga o lixo. Sem xoxação, eu ainda sentada no trono… e o futum de prova, tava só por Deus. Aqüé babado que ele ia me dar, bicha. Uó.”
Trecho de Amara Moira “Neca: romance em bajubá”
Saiba mais sobre o livroAssinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site do Grupo Companhia das Letras. Conheça o Clube de Benefícios 451.
Veja também: Um retrato de Amara Moira, por Renato Parada
Stardust. Léonora Miano.
Trad. Dorothée de Bruchard // Autêntica Contemporânea // 144 pp // R$ 64,90
Engavetado por mais de vinte anos, o primeiro romance da escritora franco-camaronesa convidada da Flip 2024 e vencedora do Goncourt por Contornos do dia que vem vindo (Pallas, 2009) descreve, com tons autobiográficos, a sobrevivência árdua de Miano como uma jovem mãe e imigrante em meio a abrigos e centros de acolhimento coletivos na periferia parisiense.
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Leia também: Judith Butler retoma o tema dos estudos de gênero, que a tornou alvo de conservadores no Brasil
Bestiário brasileiro: monstros, visagens e assombrações. Luiz Antonio Simas.
Ils. Bárbara Quintino // Bazar do Tempo // 192 pp // R$ 84
O escritor e historiador carioca, autor de O corpo encantado das ruas (Civilização Brasileira, 2019), estrutura um inventário de criaturas, animais e feras que fazem parte do imaginário popular brasileiro. A partir do curupira, mula-sem-cabeça, boitatá, loira do banheiro e outros seres que habitam o folclore, as lendas e os mitos, o vencedor do Jabuti desvenda a cultura de um povo que possui fascinação por histórias que dialogam com o cotidiano e o sobrenatural.
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Leia também: O historiador Luiz Antonio Simas fala sobre carnaval, Exu e a necessidade de se ocupar a cidade
Sujeitos do desejo. Judith Butler.
Trad. Beatriz Zampieri, Carla Rodrigues, Gabriel Lisboa Ponciano e Nathan Teixeira // Autêntica // 304 pp // R$ 89,80
Vencedora do Prêmio Adorno por suas análises nos estudos de gênero, a polêmica filósofa estadunidense entrelaça as ideias de Hegel à filosofia francesa para tecer uma série de reflexões sobre heteronormatividade, papéis de gênero, raça e alteridade. Nos ensaios, a autora de Feminismo e subversão da identidade (Civilização Brasileira) mescla antropologia e psicanálise para debater as diferentes formas de segregação.
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Leia também: Judith Butler retoma o tema dos estudos de gênero, que a tornou alvo de conservadores no Brasil
Valongo. Silvana Jeha e Braziliano.
Veneta // 64 pp // R$ 49,90
A historiadora, autora de História da tatuagem no Brasil (Veneta, 2019), e o quadrinista gaúcho traçam a crua realidade do tráfico de escravizados trazidos ao Cais do Valongo, região central do Rio de Janeiro, entre 1771 e 1831. Unindo pesquisa histórica e ficção, os autores examinam os impactos deixados pela região, o maior pólo do tráfico escravista nas Américas, na sociedade brasileira.
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Leia também: Quadrinho de Marcelo D’Salete conta a história da escravizada Tiodora para mostrar a escravidão urbana do século 19
Abraço. José Luís Peixoto.
Record // 490 pp // R$ 79,90
Coletânea de 162 crônicas do escritor português vencedor do Prêmio Literário José Saramago 2001 por Nenhum olhar (Dublinense, 2018) e do Prêmio Oceanos 2016 por Galveias (Companhia das Letras, 2015). Nelas, Peixoto rememora memórias e paixões de seu passado no Alentejo, como o primeiro amor e outras descobertas da infância e adolescência.
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Darcy Ribeiro, uma utopia.
Org. Dulci Lima, Márcio Farias e Ronaldo Vitor da Silva. Perspectiva // 176 pp // R$ 59,90
Oito ensaios críticos sobre o antropólogo e historiador mineiro morto em 1997. Os textos reúnem análises de Ailton Krenak, Alexandre de Freitas Barbosa, Eric Nepomuceno, Geo Santana, Isa Grinspum Ferraz, Jones Manoel, Layza da Rocha Soares e Stelio Marras sobre as contribuições políticas e sociais do autor de O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil.
Leia também: Em vez de se resignar, Darcy Ribeiro combateu como poucos a perversa realidade educacional brasileira, pensada por e para as elites
Acrobata. Alice Sant’Anna.
Companhia das Letras // 88 pp // R$ 69,90
Vencedora do Prêmio APCA de poesia pela coletânea Rabo de baleia (CosacNaify, 2013), a poeta e editora carioca retrata experiências de mudança, como episódios da maternidade, o luto causado pela morte e a adaptação a uma nova casa: “a verdade é que morro de inveja/ do choro aberto das crianças/ e dos urros dos velhos/ tantas coisas que eles se permitem/ e enquanto isso/ só nos cabe pedir desculpas”.
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Veja também: Um retrato de Alice Sant’Anna, por Renato Parada
Os retornados: a história dos ex-escravizados que deixaram o Brasil e formaram comunidades afro-brasileiras no golfo do Benim. Carlos Fonseca
Pref. Laurentino Gomes // Record // 443 pp // R$ 89,90
O historiador, fotógrafo e diplomata brasileiro esquadrinha a história quase desconhecida de grupos de ex-escravizados e seus descendentes que retornaram à África e formaram comunidades afro-brasileiras em países como o Togo, Nigéria e Benim, em movimentos migratórios desde a década de 1830 até o século 20. Entre a ida voluntária ou compulsória — como aqueles que foram deportados após a Revolta dos Malês —, Fonseca traz relatos pessoais e entrevistas sobre raízes brasileiras e africanas, identidade, culinária, cultura e o pouco interesse das gerações mais novas de estarem em contato com os legados da escravidão.
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Vapt-vupt
+ novidades quentinhas
Mulheres em ponto cruz. Irlys Barreira.
Pref. Socorro Acioli // Primavera // 150 pp // R$ 54,90
Antologia de 25 contos da socióloga e escritora, que traça diferentes perfis de mulheres que podem ter em comum a liberdade de escolha.
Anel de vidro. Ana Luisa Escorel.
Pallas // 96 pp // R$ 38
Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2014, o primeiro romance da designer, editora e escritora paulistana descreve um casamento burguês permeado pela infidelidade.
Encontro com a invenção. Elisa Lucinda.
Trad. Cláudio Oliveira // Quina // 144 pp // R$ 58
Romance poético da atriz e poeta capixaba finalista do Jabuti 2022 por Quem me leva pra passear (Malê, 2022), descreve a jornada de um jovem vivendo uma difícil realidade e a descoberta do amor
«Arte». Yasmina Reza.
Âyiné // 120 pp // R$ 79,90
Autora de O deus da carnificina (Âyiné, 2021) e vencedora do Prêmio Moliére, a dramaturga e escritora francesa cria uma comédia ácida sobre a precificação e os sentidos da arte.
Destinatário desconhecido: uma antologia poética (1957-2023). Hans Magnus Enzensberger.
Org., trad. e posf. Daniel Arelli // Círculo de Poemas // 224 pp // R$ 74,90
Seleção de noventa poemas do poeta e ensaísta alemão que tratam da Alemanha nazista e da humanidade após a Segunda Guerra Mundial.
Foi, não foi. Duda Machado e Adriana Calcanhotto.
Bazar do Tempo // 48 pp // R$ 79
Com ilustrações da cantora e ilustradora gaúcha, a poeta baiana cria um universo atravessado por animais extraordinários que lidam com questões e ações humanas.
Gatos falando alemão. Claudia Schroeder.
Isto Edições // 88 pp // R$ 43
Agraciada com o Prêmio Carolina Maria de Jesus em 2013, a escritora e poeta gaúcha reúne 51 poemas sobre o despontar do desejo, o desencontro de amores e os traumas que permeiam a infância e a vida adulta.
Eu e minhas velharias. José Carlos Aragão.
Nauta // 200 pp // R$ 60
Antologia de crônicas do escritor, poeta e dramaturgo mineiro, em que reflete sobre envelhecimento e os avanços das tecnologias.
O dia escuro: contos inquietantes de autoras brasileiras. Socorro Acioli e Fabiane Secches (Orgs.).
Companhia das Letras // 232 pp // R$ 79,90
Vinte contos de terror escritos por autoras brasileiras contemporâneas como Amara Moira, Andréa del Fuego, Eliana Alves Cruz, Lygia Fagundes Telles, Mariana Salomão Carrara e Trudruá Dorrico.
Dentro do nosso silêncio. Karine Asth.
Paralela // 232 pp // R$ 64,90
Vencedor do Prêmio Jabuti 2023 na categoria Romance de Entretenimento , narra a história de um casal em dois momentos: lidando com a complexidade dos processos de engravidar e após o divórcio.