Listão da Semana,
Mulheres de Chimamanda
O esperado novo romance da escritora nigeriana entrelaça a vida de quatro personagens e trata de temas como imigração, racismo, política, além das relações entre mães e filhas
13mar2025O esperado lançamento do novo romance de Chimamanda Ngozi Adichie chega esta semana às livrarias. Em A contagem dos sonhos, a nigeriana entrelaça a vida de quatro mulheres e, por meio de suas conexões, trata de temas como imigração, racismo, política, além das relações entre mães e filhas e do amor. Também na seleção da semana, uma edição especial de Dom Casmurro, de Machado de Assis; uma coletânea de poemas de Adriana Lisboa; a Autobiografia do algodão, de Cristina Rivera Garza; contos de Mylena Queiroz; Perifobia, de Lilia Guerra; o romance inaugural de Kazuo Ishiguro; novos romances da brasileira Elisama Santos e da cubana Eilaine Vilar Madruga; o ensaio O ódio pela poesia, de Ben Lerner; e mais novidades quentinhas.
Veja os lançamentos de semanas anteriores.
A contagem dos sonhos. Chimamanda Ngozi Adichie.
Trad. Julia Romeu // Companhia das Letras // 424 pp // R$ 89,90
O novo romance da premiada escritora e ensaísta nigeriana, autora de Americanah (2014) e Sejamos todos feministas (2014), ressalta as conexões entre mulheres, além de tratar das relações entre mães e filhas e entre mulheres e homens. Em entrevista para a Quatro Cinco Um, Chimamanda afirma que o romance “é o primeiro em que ressalta as conexões entre mulheres”.
“Ao fim da escrita, Chimamanda diz ter se dado conta também da ênfase nas interações entre mães e filhas, algo que revela não ter sido ‘nada consciente’. Não à toa, Chimamanda dedica o romance à sua mãe, Grace Ifeoma Adichie, que morreu em 2021. ‘Não gosto de falar sobre isso porque me emociona’, explica. ‘Outro dia, olhei para a dedicatória e comecei a chorar sem parar. Decidi que sempre que abrir A contagem dos sonhos, vou pular essa página.’”, escreve Adriana Ferreira Silva. Leia o trecho
Trecho de Chimamanda Ngozi Adichie “A contagem dos sonhos”
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Mais Lidas
Dom Casmurro. Machado de Assis.
Apres. Hélio de Seixas Guimarães // Todavia // 368 pp // R$ 84,90
Edição especial do 21º livro e sétimo romance do escritor Machado de Assis (1839-1908). A apresentação de Hélio de Seixas Guimarães, pesquisador da obra machadiana, traça um panorama que vai da primeira publicação em 1900 e a recepção da crítica e do público à aclamação do romance no Brasil e no exterior.
“Rio de Janeiro, 1900. Foi no início deste ano que chegou às livrarias da então capital da jovem república a história completa do triângulo amoroso mais célebre da literatura nacional: Bentinho, Capitu e Escobar. Em pouco tempo, Dom Casmurro — que em março ganha nova edição pela Todavia, com este texto de apresentação — tornou-se o mais conhecido romance de Machado de Assis, que havia passado quase uma década sem publicar nada do gênero.” Leia o texto de Hélio de Seixas Guimarães na íntegra
Trecho de Machado de Assis “Dom Casmurro”
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Antes de dar nomes ao mundo. Adriana Lisboa.
Relicário // 112 pp // R$ 55,90
Conjunto de poesias da escritora e poeta carioca vencedora dos prêmios José Saramago e Moinho Santista, em que reflete sobre a efemeridade do tempo e as trocas entre o humano e o não humano. “a delicada carcaça / da ratazana que morreu faz / algumas semanas / a cada dia tem um / feitio novo”.
Leia três poemas de Antes de dar nomes ao mundo, de Adriana Lisboa
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Autobiografia do algodão. Cristina Rivera Garza.
Trad. Silvia Massimini Felix // Autêntica Contemporânea // 336 pp // R$ 89,80
Explorando a jornada de homens e mulheres de seu passado, o romance da escritora mexicana faz uma observação sobre o território ocupado por operários e camponeses que cultivavam algodão na fronteira entre o México e os EUA. Aqui, a vencedora do Pulitzer em 2024 por O invencível verão de Liliana (Autêntica, 2022), descreve a prosperidade socioeconômica da região, seu posterior declínio e a atualidade como um espaço de guerra contra o narcotráfico.
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Sangue de cabra. Mylena Queiroz.
Patuá // 1206 pp // R$ 60
Reúne nove contos de estreia da professora e escritora pernambucana, em que narra histórias de meninas e mulheres perseguidas pelos horrores do machismo, com suas tragédias, seus traumas e traições, suas injustiças de gênero e seu conservadorismo.
Perifobia. Lilia Guerra.
Todavia // 160 pp // R$ 59,90
Romance da escritora paulistana, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura por O céu para os bastardos (Todavia, 2023), no qual entrelaça as histórias de diversos personagens que partilham os casos, as emoções e a luta da vida nas zonas periféricas e negligenciadas das grandes metrópoles.
“Perifobia não é um romance, dizem os mais rigorosos, mas uma coleção de histórias, contos e crônicas. Mas quem aceitar o convite da leitura vai entender que é o romance de uma geografia, onde as narrativas e as personagens têm laços com outras histórias: elas começam numa e terminam na outra. Em nossos tempos fragmentados, uma tecelagem de mestre”, escreve Izabela Moi em resenha para a revista dos livros.
Leia a resenha na íntegra
Trecho de Lilia Guerra “Perifobia”
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Uma visão pálida das colinas. Kazuo Ishiguro.
Trad. Jorio Dauster // Companhia das Letras // 200 pp // R$ 89,90
Primeiro romance do escritor nipo-britânico vencedor do Nobel de Literatura em 2017, no qual relata a vida no pós-guerra em Nagasaki a partir da vida de duas mulheres. O autor, premiado com o Booker Prize por Os vestígios do dia, enlaça o destino das duas personagens como um espelho que reflete o país afundado em traumas emocionais e crise identitária geral.
O artigo indefinido do título do romance de estreia de Kazuo Ishiguro, Uma visão pálida das colinas, é um prenúncio dessa obra tão curta quanto instigante. As personagens da narrativa constantemente se observam, e também admiram paisagens a distância. Entretanto, o que se vê está em aberto: como alguém que tenta identificar formas nas nuvens, a vista pode ser tanto do tempo que já se foi quanto do que está por vir, seja com ansiedade ou com excitação, e os sentimentos que a contemplação desperta são dependentes das circunstâncias e do estado de espírito do observador. Leia a resenha na íntegra.
Trecho de Kazuo Ishiguro. “Uma visão pálida das colinas”
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Ensaios de despedida. Elisama Santos.
Record // 240 pp // R$ 64,90
Retorno da escritora e psicanalista baiana ao romance, em que narra a sobrecarga do trabalho doméstico e a pressão emocional vividas por mulheres casadas. Por meio de uma protagonista que conta à filha as razões por ter deixado o próprio lar, a autora de Mesmo rio (Record, 2022) relata um trauma comum e dá pistas sobre a compreensão entre gerações.
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O céu da selva. Elaine Vilar Madruga.
Trad. Marina Waquil // Instante // 240 pp // R$ 74,90
Novo romance da dramaturga e escritora cubana, vencedora do prêmio espanhol Cálamo por A tirania das moscas (Instante, 2023). Nesta espécie de fábula, Madruga navega pela violência e degradação que arruinam a América Latina ao narrar o nascimento de um universo que subjuga mulheres à maternidade e às suas obrigações em meio à selva.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da Instante. Conheça o Clube de Benefícios 451.
O ódio pela poesia. Ben Lerner.
Trad. Leonardo Fróes // Fósforo // 80 pp // R$ 67,90
Ensaio do escritor e professor estadunidense, finalista dos prêmios Pulitzer e National Book Award, em que reflete sobre os escritores e leitores de poesia e a poética do cotidiano. Nele, o autor do romance Estação Atocha (Rocco, 2020) mescla ironia, humor e erudição para elencar as possíveis razões que podem estar por trás do popular “ódio pela poesia”.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 20% de desconto no site da Fósforo. Conheça o Clube de Benefícios 451.
Vapt-vupt
+ novidades quentinhas
A crônica não mata: notas do isolamento. Luís Henrique Pellanda.
Arquipélago Editorial // 144 pp // R$ 59,90
O escritor e jornalista curitibano, finalista do Jabuti pela coletânea Na barriga do lobo (Arquipélago, 2021), reúne as “notas de isolamento”, de um personagem-flâneur enclausurado durante a pandemia de covid-19.
A mecânica bruta dos ossos. Alexandre Arbex.
7Letras // 120 pp // R$ 65
Livro de contos do escritor fluminense, nos quais trata das relações entre familiares e pares românticos, sempre seguidos pela posse, apego e desaparecimentos.
O Antropoceno e o pensamento econômico. José Eli da Veiga.
Editora 34 // 224 pp // R$ 65
Terceiro volume da obra do professor, economista e escritor sobre as interações humanas com o período Antropoceno.
Escrevo o que eu quero. Steve Biko.
Ils. Marcelo D’Salete // Trad. Marina Della Valle e Grupo Solidário São Domingos // Pref. Benedita da Silva // Veneta // 312 pp // R$ 99,90
A antologia de escritos do ativista sul-africano e líder da luta conta o Apartheid trazem suas reflexões sobre humanidade e coragem com as ilustrações do quadrinista premiado Marcelo D’Salete.
SOS Pantanal 15 anos. Tete Martinho.
Documenta Pantanal // 312 pp // R$ 80
Repleto de fotografias e relatos de pantaneiros — entre membros de comunidades tradicionais, representantes políticos e fazendeiros —, a obra celebra os quinze anos do Instituto SOS Pantanal.
Graciliano: retrato fragmentado — uma biografia. Ricardo Ramos.
Record // 210 pp // R$ 79,90
Biografia do escritor e jornalista alagoano escrita por seu filho — também escritor e jornalista, três vezes vencedor do Prêmio Jabuti —, em que mescla experiências pessoais ao legado literário do autor de Vidas secas (1938).
O escutador: as histórias de Ademir Lins. Carlos Marcelo.
Impressões de Minas // 216 pp // R$ 60
O jornalista e escritor, editor-chefe do jornal Estado de Minas, reúne pesquisa e ficção para remontar a suposta trajetória de um jovem escritor.
Devil in a coma. Mark Lanegan.
Trad. Carlos Messias // Terreno Estranho // 144 pp // R$ 105
Um relato do cantor e compositor estadunidense morto em 2022 sobre o período em que, internado por causa da covid-19, ficou em estado de coma por diversos meses.
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A voz da mulher
Considerada a obra-prima da ítalo-cubana Alba de Céspedes, Na voz dela, em que narra o inconformismo de uma mulher vivendo sob a opressão do fascismo, chega às livrarias
MARÇO, 2025
