Listão da Semana,

Humor em estado agudo

O que faz rir e os limites do humor são algumas das perguntas que Ricardo Araújo Pereira tenta responder, com erudição e leveza, nos ensaios de Coisa que não edifica nem destrói

20mar2025

O que te faz rir e os limites do humor são algumas das perguntas que Ricardo Araújo Pereira tenta responder, com erudição e leveza, nos ensaios de Coisa que não edifica nem destrói, que chega esta semana às livrarias. Também na seleção de lançamentos, o novo livro de Lázaro Ramos; o manifesto por um novo antifascismo, de Antonio Scurati; um diálogo entre bell hooks e Cornel West; cartas de Maurice Béjart; contos de Maílson Furtado; um thriller de Javier A. Contreras; reflexões do Dalai Lama; a ficção de terror de Jo Nesbø; diálogos antropológico-filosóficos de Geoffrey Lloyd e Aparecida Vilaça; e mais novidades quentinhas

Veja os lançamentos de semanas anteriores.


Coisa que não edifica nem destrói. Ricardo Araújo Pereira.
Tinta-da-China Brasil // 240 pp // R$ 74,90

Entre considerações e debates sobre os limites do humor, o volume reúne os episódios da primeira temporada do podcast de mesmo nome apresentado pelo humorista e cronista português. Recorrendo a textos e eventos que definem a humanidade desde a Antiguidade até a contemporaneidade, o autor de Estar vivo machuca (2022) trata do medo, piadas e aborrecimentos que alavancam o humor.


“Um homem está à procura de alguma coisa no chão. Chega um amigo e dispõe-se a ajudar:

— O que é que perdeste?

— As minhas chaves.

— Tens ideia de onde as perdeste?

— Dentro de casa.

— Então porque é que estás a procurá-las na rua?

— Aqui há mais luz. ”

Leia o trecho na íntegra

Trecho de Ricardo Araújo Pereira “Coisa que não edifica nem destrói”

Saiba mais sobre o livro

Leia também: Ricardo Araújo Pereira lista teorias e truques do humor e diverte ao compilar piadas tiradas de autores clássicos e contemporâneos

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 40% de desconto no site da Tinta-da-China BrasilConheça o Clube de Benefícios 451.


Na nossa pele: continuando a conversa. Lázaro Ramos.
Objetiva // 128 pp // R$ 69,90

O ator, cineasta e escritor Lázaro Ramos dá continuidade às reflexões sobre as desigualdades raciais e sociais no Brasil iniciadas em Na minha pele (Objetiva, 2017). Agora, o autor traz elementos desconhecidos sobre sua trajetória, aprofundando a história de sua mãe e conferindo à obra um caráter autobiográfico.

“Você que vem sendo minha companhia em mais esta viagem deve ter notado que falei muito de como a arte pode auxiliar nesse processo. A arte é o meu ofício, mas seja qual for a sua profissão meu sonho é que você encontre nela ferramentas e possibilidades para ser feliz.

Este livro fala sobre usar a arte como recurso para proporcionar diálogo e como auxiliar nos processos civilizatórios. Depois de tantos anos nesta profissão, aprendi nos processos de expressão artística que não há como não ser afetado. Para a produção artística, precisamos estar despertos e despertar. E a arte nos desperta mesmo quando não estamos atentos a isso. Ela está na nossa vida mesmo quando não percebemos. Não há como ouvir uma música e não se embalar pela melodia e harmonia, pela alegria, pela emoção que ela traz, da música mais dançante à mais reflexiva. E aí olha a conclusão…”

Trecho de Lázaro Ramos “Na nossa pele: continuando a conversa”

Saiba mais sobre o livro

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da Companhia das LetrasConheça o Clube de Benefícios 451.


Fascismo e populismo: manifesto por um novo antifascismo. Antonio Scurati.
Trad. Francesca Cricelli // Globo Livros // 104 pp // R$ 69,90

Baseado no discurso proferido pelo vencedor do Prêmio Strega em um encontro da ONU, a obra analisa as origens, características e transformações do fascismo e do populismo ao longo da história. Por meio de dados, contexto histórico e crítica, Scurati elabora o retorno de tais ideias na política atual e como afetam a democracia.

Leia também: Biógrafo de Mussolini, Antonio Scurati une histórias célebres e anônimas de resistência ao horror e explica o poder de sedução de autocratas atuais


Partindo o pão: vida intelectual negra insurgente. bell hooks e Cornel West.
Trad. floresta // WMF Martins Fontes // 352 pp // R$ 64,90

Um diálogo entre a educadora e ativista e o filósofo e crítico social estadunidenses sobre espiritualidade e religião, sociedades laicas, periferia, interseccionalidade, capitalismo, expectativas coletivas e a popularização da cultura. Grandes amigos, hooks e West intercalam momentos de concordância e discordância, sem abandonar a consciência política de seus discursos e o embate acerca do pensamento crítico negro nos EUA.

Leia também: Em primeiro livro de sua trilogia sobre o amor, bell hooks defende que amar é um ato político revolucionário


Cartas a um jovem bailarino. Maurice Béjart.
Trad. Roberto Borges // Ercolano // 64 pp // R$ 53

Reunião de cartas escritas pelo coreógrafo francês sobre suas viagens, entrevistas e a criação de sua primeira companhia de dança. Nos textos, Béjart se debruça sobre sua jornada como artista e suas ideias filosóficas, além de discorrer sobre os obstáculos e o aprimoramento de técnicas que o inspiraram a criar. Inclui ilustrações do artista visual Bruno Passos.

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 20% de desconto no site da ErcolanoConheça o Clube de Benefícios 451.


Litígio. Mailson Furtado.
Moinhos // 96 pp // R$ 60

Vencedor de dois prêmios Jabuti (Livro do Ano e Poesia) pela edição independente de à cidade (2018), o poeta cearense reúne aqui dezesseis contos sobre nascimento, crescimento e morte, enquanto questiona o encadeamento de acontecimentos litigiosos — repletos de contradições — que permeiam a vida cotidiana.

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da MoinhosConheça o Clube de Benefícios 451.


Animais tropicais. Javier A. Contreras.
Companhia das Letras // 176 pp // R$ 79,90

Thriller do escritor baiano, vencedor do Prêmio APCA por Crocodilo (Companhia das Letras, 2019), no qual reflete sobre o autoritarismo e a instabilidade social e política comuns por todo o território latino-americano ao narrar a busca de dois jornalistas por um colega desaparecido de maneira misteriosa na bucólica e arcaica cidade de Terra Luminosa.

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da Companhia das LetrasConheça o Clube de Benefícios 451.


A voz de uma nação: mais de sete décadas de luta contra a China por minha terra e meu povo. Dalai Lama. Trad. Natalie Gerhardt // HarperCollins // 288 pp // R$ 69,90

O líder espiritual do budismo tibetano e Nobel da Paz reúne uma série de reflexões pessoais, espirituais e históricas sobre os seus 75 anos de luta contra a China para proteger a região e o povo do Tibete. Além disso, o Dalai Lama chama a atenção sobre questões políticas ainda não resolvidas e o trabalho de uma vida para preservar a cultura, religião, história, meio ambiente e língua do Tibete.


A casa da noite. Jo Nesbø.
Trad. Ângelo Lessa // Record // 224 pp // R$ 59,90

Primeira ficção de terror do romancista best-seller norueguês, autor de Boneco de neve (Record, 2013) — adaptado para o cinema por Tomas Alfredson em 2017—, no qual o jovem protagonista investiga uma série de eventos sombrios e inexplicáveis em sua pequena cidade natal.

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 30% de desconto no site do Grupo Editorial RecordConheça o Clube de Benefícios 451.


Onças e borboletas: diálogos entre antropologia e filosofia. Geoffrey Lloyd e Aparecida Vilaça.
Trad. Fabiane Secches // Todavia // 152 pp // R$ 74,90

Após passar mais de trinta anos estudando os Wari’, povo indígena que habita o sudoeste da Amazônia brasileira, a antropóloga Aparecida Vilaça encontrou semelhanças entre os seus relatos etnográficos e as pesquisas do filósofo Geoffrey Lloyd sobre as ideias dos antigos gregos e chineses: o pensamento de ambos os grupos estudados podem causar estranheza à sociedade ocidental moderna. Nesse livro de diálogos, os dois pesquisadores embarcam em uma conversa que mostra as similaridades e particularidades de cada perspectiva.

Leia também: Contos da antropóloga Aparecida Vilaça e seu filho rompem com estereótipos e celebram patrimônio intelectual dos povos originários em excelente ficção

Assinantes da Quatro Cinco Um têm 20% de desconto no site da TodaviaConheça o Clube de Benefícios 451.


Vapt-vupt
+ novidades quentinhas

Mais: um relato sobre relacionamento aberto. Molly Roden Winter.
Trad. Laura Folgueira // Buzz // 304 pp // R$ 69,90
A autora reflete sobre as complexidades do casamento, maternidade e realização pessoal a partir da experiência vivida com o marido, durante o período em que se tornaram adeptos do relacionamento aberto.

Feminismo ou morte. Françoise d’Eaubonne.
Trad. Anna Bracher // Posfs. Myriam Bahaffou e Julie Gorecki // Bazar do Tempo // 256 pp // R$ 84,90
A obra funda o pensamento da escritora, filósofa e ativista francesa acerca do ecofeminismo.

O inventor de livros: Aldo Manuzio, Veneza e seu tempo. Alessandro Marzo Magno.
Trad. Antonio de Padua Danesi // Ateliê Editorial + Mnema // 272 pp // R$ 206
O jornalista e escritor italiano apresenta o impressor italiano Aldo Manuzio (1449–1515), considerado o primeiro editor da história.

Destruir, diz ela. Marguerite Duras.
Trad. Adriana Lisboa // Pref. Maurício Ayer // Relicário // 132 pp // R$ 65,90
A escritora e diretora de cinema francesa explora a complexidade psíquica de uma mulher hospedada em um hotel isolado na floresta.

Retrato do crítico quando jovem: crônicas de cinema de Luiz Carlos Bresser-Pereira. Bernardo Buarque de Hollanda (Org.). Pref. Carlos Augusto Calil // Apres. Luiz Carlos Bresser Pereira // Afluente // 310 pp // R$ 160
O pesquisador organiza uma coletânea de críticas de cinema escritas pelo economista, cientista político, professor e ex-ministro da Fazenda.

Sílex. Eliane Marques.
Círculo de Poemas // 72 pp // R$ 67,90
Poemas da escritora, poeta e tradutora gaúcha vencedora do prêmio São Paulo de Literatura por Louças de família (Autêntica Contemporânea, 2023).

O que os psiquiatras não te contam. Juliana Belo Diniz.
Posf. Claudemir Roque Tossato // Fósforo // 256 pp // R$ 89,90
A psiquiatra e pesquisadora entrelaça a história da psiquiatria a experiências em consultório, abordando os primeiros antidepressivos, a hipermedicalização e a patologização nas redes sociais.

Arquitetura e trabalho livre II: de Brasília aos mutirões. Sérgio Ferro.
Org. Pedro Fiori Arantes // Pref. Roberto Schwarz // Editora 34 // 216 pp // R$ 74
Segundo volume da reunião de ensaios do arquiteto, pintor, pesquisador e professor, nos quais aborda os movimentos políticos e arquitetônicos em destaque nos anos 1960.

Quem escreveu esse texto

Iara Biderman

Jornalista, editora da Quatro Cinco Um, é autora de Tantra e a arte de cortar cebolas (Editora 34).

Jaqueline Silva

É estudante de Jornalismo na ECA-USP e assistente editorial na Quatro Cinco Um.