Listão da Semana,
Dalton Trevisan, Micheliny Verunschk, Werner Herzog e mais 21 lançamentos
Chegam às livrias uma coletânea de textos críticos sobre Trevisan e novas edições de suas antologias de contos
14jun2024Nesta semana em que o escritor curitibano completa 99 anos, chegam às livrias uma coletânea de textos críticos sobre Trevisan e novas edições de suas antologias de contos. Dalton Trevisan: uma literatura nada exemplar é um e-book disponível gratuitamente, organizado por Fernando Paixão e Hélio de Seixas Guimarães. Já as novas edições das antologias Contos eróticos, Cemitério de elefantes e Macho não ganha flor chegam com textos de Fernada Torres, César Aira, Marçal Aquino e Augusto Massi.
Ainda na seleção de lançamentos, a obra poética de Micheliny Verunschk; as memórias de Werner Herzog; um romance da francesa Anne Sibran; uma nova HQ de Marjane Satrapi; as memórias de Neca Setubal sobre seu envolvimento em ações sociais; os contos em bajubá de Naty Menstrual; romances da suíça Fleur Jaeggy e da espanhola Sara Mesa; e mais novidades quentinhas.
Viva o livro brasileiro!
Veja os lançamentos de semanas anteriores.
Mais Lidas
Dalton Trevisan: Uma literatura nada exemplar. Fernando Paixão e Hélio de Seixas Guimarães (org.).
Tinta-da-China Brasil & IEB • 245 pp • R$ download gratuito
Os professores de literatura brasileira da USP reúnem um conjunto de leituras sobre o escritor curitibano, focados em seu estilo singular, contos célebres, os inúmeros prêmios e sua vida reclusa. Entre textos dos próprios organizadores, somam-se ensaios de Michael Wood, Eliane Robert Moraes, Alcides Villaça, Bruno Zeni, Arnaldo Franco Júnior e Jorge H. Wolff, além de um conto de André Sant’Anna e uma entrevista com a mais importante intérprete da obra de Trevisan, Berta Waldman.
Nesta quarta, 12, o e-book será lançado em um evento na USP, com a presença dos autores e convidados. Hélio de Seixas Guimarães, organizador da coletânea ao lado de Fernando Paixão, conta que Trevisan está “eufórico” com esse trabalho. Apesar de ser avesso a entrevistas e aparições públicas, o contista acompanhou todo o processo que esmiúça sua obra. Leia o texto na íntregra e um trecho inédito.
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Contos eróticos; Cemitério de elefantes; Macho não ganha flor. Dalton Trevisan.
Record • 128 pp; 112 pp; 112 pp • R$ 49,90 cada
Novas edições das antologias de contos do escritor curitibano, publicados entre as décadas de 60 e 80 e nos anos 2000. Contos eróticos recebe texto de Fernanda Torres e uma tirinha inédita da cartunista Laerte, e reúne “O Vampiro de Curitiba” entre outros clássicos do autor com temas do “arco sexual”. Cemitério de elefantes compila contos minimalistas e traz textos de orelha e quarta capa assinados por César Aira e Marçal Aquino. E em Macho não ganha flor, 22 contos curtos que analisam as contradições do século 21, os textos de orelha e quarta capa são de Augusto Massi e Caetano W. Galindo.
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Geografia íntima do deserto: e outras paisagens reunidas. Micheliny Verunschk.
Círculo de Poemas • 280 pp • R$ 74,90
A vencedora do Prêmio Jabuti de romance em 2022 com O som do rugido da onça (Companhia das Letras) reúne neste volume sua obra poética “incompleta”, como ela escreve na introdução. Em torno de sua obra de estreia,lançada há 21 anos,Geografia íntima do deserto (Landy), a coleção de textos reúne publicações como A cartografia da noite (Lumme, 2010), B de bruxa (Mariposa Cartonera, 2014), e o inédito Vestidos vazios, que convidam a experimentar “o milagre circular do movimento do tempo”, como afirma o poeta e compositor Lirinha no texto de orelha. Na antologia, Verunschk compartilha seu olhar e sua palavra para mostrar que é possível visitar o sonho, a memória e a realidade.
Cada um por si e Deus contra todos: memórias. Werner Herzog.
Trad. Sonali Bertuol • Todavia • 368 pp • R$ 99,90
Nesta autobiografia, o cineasta alemão, diretor de filmes como Aguirre, a cólera dos deuses (1972) e Fitzcarraldo (1982), revisita personagens, expedições, temas, filmes, óperas, livros e momentos de sua trajetória, lembrando também de colaboradores, como o diretor de produção Walter Saxer, que coordenou as difíceis filmagens de Fitzcarraldo na Amazônia brasileira e peruana, e que foi responsável por fazer um barco a vapor subir um barranco, e o encontro do cineasta com o ator Klaus Kinski:
“Apenas duas semanas após o meu nascimento, a capital do movimento, Munique, foi atingida por um dos primeiros ataques aéreos. Minha mãe morava na cidade, numa pequena mansarda na Elisabethstraße, 3. Treze anos depois, nos mudaríamos para uma pensão no mesmo edifício, apenas um andar abaixo, onde então conheci o colérico Klaus Kinski e seus acessos de fúria”, escreve Herzog.
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O primeiro sonho do mundo. Anne Sibran.
Trad. Adriana Lisboa • Relicário • 184 pp • R$ 65,90
Primeiro romance da escritora francesa publicado no Brasil, narra um encontro entre Paul Cézanne e o oftalmologista Barthélemy Racine. Sofrendo de catarata, o pintor pós-impressionista recorre ao tratamento proposto pelo médico, inventor de uma máquina que retira o cristalino do olho opaco. O contato dele com a esposa de Racine, uma indiana cega de nascença que vê aquilo que não pode ser visto a olho nu, revela a Cézanne as belezas de um mundo misterioso.
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Mulher, vida, liberdade. Marjane Satrapi (org.).
Trad. Julia da Rosa Simões • Quadrinhos na Cia. • 272 pp • R$ 99,90
A autora de Persépolis volta aos quadrinhos depois de vinte anos com a concepção e a organização deste volume, em que dezessete quadrinistas iranianos, europeus e americanos (incluindo a própria Satrapi) contam histórias do movimento que dá nome ao livro, cuja fagulha foi a prisão, espancamento e morte, em 2022, da estudante iraniana Mahsa Amini por não usar o hijab de maneira “correta”.
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Minha escolha pela ação social: sobre legados, territórios e democracia. Neca Setubal.
Pref. Sueli Carneiro • Tinta-da-China Brasil • 184 pp • R$ 69,90
A socióloga paulistana narra sua carreira profissional e a decisão de investir seu patrimônio em prol de oportunidades de promoção do desenvolvimento social e da consolidação da democracia. Por meio de memórias, descreve seu envolvimento com ações sociais e a criação da Fundação Tide Setubal, que promove justiça social e o desenvolvimento sustentável na periferia da zona leste, no bairro de São Miguel Paulista, onde sua mãe também realizou trabalhos sociais nos anos 70.
O livro nasce do desejo da autora de compartilhar sua trajetória e sua escolha, nem sempre bem compreendida, de priorizar o trabalho social e a filantropia em relação a uma carreira empresarial ou a outras escolhas mais previsíveis. Ao recuperar o contexto político desde a sua formação em ciências sociais, que coincide com a redemocratização do país, até os dias de hoje, com o amadurecimento do debate público na sociedade brasileira, o livro constitui uma valiosa fonte de inspiração e também um roteiro para aqueles que atuam ou desejam atuar em projetos sociais.
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Chuva dourada sobre mim. Naty Menstrual.
Trad. Amara Moira • Diadorim • 148 pp • R$ 68
A escritora argentina narra a realidade das noites de uma Buenos Aires cruel, mas por vezes afetiva, vivida por pessoas trans e travestis em contos inspirados em histórias reais. Para a tradução, a escritora e professora Amara Moira utilizou bajubá, língua que foi se forjando no seio da comunidade travesti.
“Bajubá significa ‘segredo’ em iorubá e seu propósito original era funcionar como uma língua de segurança, permitindo que conversássemos entre nós sem sermos compreendidas por quem não é do meio (clientes, policiais, gente passando na rua etc.) — algo importantíssimo quando o projeto de extermínio da população travesti estava no auge”, escreve Moira no prefácio do livro.
Os suaves anos do castigo. Fleur Jaeggy.
Trad. Prisca Agustoni • Âyiné • 120 pp • R$ 69,90
Vencedor dos prêmios Bagutta, Speciale Rapallo, Boccaccio Europa e John Florio quando foi publicado na Itália, em 1989, o romance se passa na década de 50, em um colégio feminino numa cidade idílica da Suíça, onde a protagonista é atraída e confrontada pela chegada de uma novata que parece dominar a paixão dos poetas, a experiência dos mais velhos e um segredo terrível. Jaeggy, nascida na Suíça, passou a infância e a adolescência em colégios internos em seu país, antes de se mudar para Roma, nos anos 60.
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A família. Sara Mesa.
Trad. Silvia Massimini Felix • Autêntica Contemporânea • 223 pp • R$ 74,90
A escritora espanhola retorna a uma narrativa sobre o controle e a imprecisão causadas pela linguagem, retratada anteriormente em seu romance Um amor (Autêntica, 2023), que inspirou o filme de mesmo nome. Neste, Mesa constrói um mosaico que alterna entre o passado e o presente de uma família, enquanto traça o perfil autoritário do pai, a submissão da mãe e os inúmeros segredos, mentiras e fingimentos entre os filhos.
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+ novidades quentinhas
Chico Buarque em 80 canções. André Simões.
Editora 34 • 368 pp • R$ 87
Às vésperas da comemoração dos 80 anos de Chico Buarque, o jornalista paulistano analisa sua carreira musical a partir de oitenta canções, escritas entre 1965 e 2022.
Som livre: uma biografia do ouvido brasileiro. Hugo Sukman.
Globo Livros • 238 pp • R$ 64,90
A “biografia” explora os bastidores e as histórias públicas da gravadora fundada em 1969 e responsável por revelar e consagrar artistas como Djavan, Rita Lee, Alceu Valença, Jorge Ben Jor, entre outros.
Anamorfose. Shintaro Kago.
Trad. Luiz Claudio Bodanese • Darkside • 224 pp • R$ 69,90
O autor dos mangás do gênero ero-guro Pedacinhos (Darkside) e Dementia 21, vol. 1 e 2 (Todavia), compila histórias de terror passadas durante um jogo que envolve um grupo em cenas reais de assassinatos.
Iguais e diferentes: uma jornada pela economia feminista. Regina Madalozzo.
Zahar • 248 pp • R$ 89,90
A partir de pesquisas que vem realizando há mais de duas décadas, a economista aborda questões como discriminação no trabalho e violência doméstica para expor as causas e consequências da desigualdade de gênero.
A caminho de Macondo: ficções 1950-1966. Gabriel García Márquez.
Trad. Ivone Benedetti, Édson Braga, Danúbio Rodrigues, Joel Silveira • Pref. Alma Guillermoprieto • Record • 476 pp • R$ 79,90
Antologia de textos escritos pelo Nobel de Literatura entre 1950 e 1954, com uma nota editorial de Conrado Zuluaga, um dos fundadores do Gabriel García Márquez Project da Universidade de Colorado (EUA).
As chaminés tocam o céu: um conto de Natal para crianças velhas. Jean-Claude Grumberg.
Trad. Rosa Freire d’Aguiar • Todavia • 72 pp • R$ 49,90
Do dramaturgo parisiense, detentor de nove prêmios Molière e roteirista de cinema, este romance acompanha uma senhora idosa que embarca em uma viagem entre passado e presente.
O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim. Ruy Castro.
Companhia das Letras • 232 pp • R$ 69,90
Uma espécie de perfil biográfico do maestro e compositor, apresentando diferentes facetas de Jobim, com histórias de bastidores a fatos inéditos da cena musical dos anos 50 e 60.
Picasso, o estrangeiro. Annie Cohen-Solal.
Trad. Alberto Flaksman • Record • 630 pp • R$ 139,90
A autora, conhecida por sua biografia do filósofo Jean Paul-Sartre, Annie Cohen-Solal, escreve sobre o pintor cubista, destrinchando principalmente a luta política de Pablo Picasso contra o fascismo.
Panfletos abolicionistas. Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e André Rebouças.
Org. Angela Alonso • Penguin-Companhia • 328 pp • R$ 69,90
A coletânea de textos de 1883, escritos por três figuras importantes da campanha abolicionista, remonta às mobilizações do movimento e a participação central das pessoas negras na luta pela abolição.
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Peraí. Esquecemos de perguntar o seu nome.
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No primeiro volume da trilogia sobre a Guerra do Paraguai, a vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura reúne diversas vozes e relatos históricos de pessoas que experenciaram o conflito
NOVEMBRO, 2024