Mais Paulo Freire, por favor

Autor da graphic novel Deus, essa gostosa (Companhia das Letras), em que Deus assume a forma de uma mulher negra proprietária de um sex shop, Rafa Campos Rocha (@rafacamposrocha) assina a capa da revista #25, de agosto de 2019, na qual o educador Paulo Freire (1921-1997) é ilustrado na clássica pose do físico Albert Einstein.

Um dos pensadores mais celebrados na pedagogia mundial, Freire é Patrono da Educação Brasileira e escreveu Pedagogia do oprimido, que, segundo uma pesquisa da London School of Economics com dados do Google Acadêmico, é o terceiro livro mais citado mundialmente na área das ciências sociais.

Rafa Campos Rocha trabalha como professor de história da arte, crítico, cenógrafo, artista plástico, cartunista, ilustrador e editor. É também autor de Magda (Companhia das Letras), misto de aventura e ficção científica, em que um predador pode ter sido responsável por extinções do passado se esconde na Terra. Ele também ilustrou a capa da Quatro Cinco Um #7, sobre batalhas culturais travadas na internet.

O Brasil precisa de mais Paulo Freire neste momento? Precisamos de mais Paulo Freire, de Vygotsky, de Piaget, de mais psicanálise, de mais filosofia e teoria crítica, de linguística, de ciências sociais. De física teórica, química e biologia, de Teoria, de pensamento abstrato, ambíguo, complexo e esclarecedor. A cruzada contra a cultura e o conhecimento deve ser travada com mais produção de cultura e conhecimento. 

Arte e política se misturam? Não existem separadas. A política sem arte é a anti-política dos chucros, dos feitores brutais, dos estupradores. A arte sem política é uma impossibilidade.

Se Paulo Freire e Einstein se encontrassem, qual você acha que seria o papo? Einstein o felicitaria por ter criado a oportunidade de aparecem novos Einsteins no Brasil.