Capa,
Leituras solares
Power Paola ilustra a edição especial de verão 2019 da Quatro Cinco Um, que traz os melhores livros do ano que passou
14dez2018 | Edição #19 dez.18/fev.19O nome artístico de Power Paola (@powerpaola) – uma brincadeira com a dificuldade que os parisienses, à época em que ela morou na Cidade das Luzes, tinham em pronunciar seu nome – lhe cai bem. Nascida no Equador e criada na Colômbia, a cartunista latinoamericana conquistou o mundo com seu traço fino, expressivo e detalhado, com o qual dá vida a temas como sexualidade, feminismo, família e identidade, sempre tratados por ela com espontaneidade e humor.
Entre seus maiores sucessos está a graphic novel Virus Tropical, lançada em 2011 e publicada em diversos países (no Brasil, foi editada pela Autêntica em 2015), e adaptada para o cinema em 2017 pelo diretor colombiano Santiago Caicedo. É de Paola a imagem de capa da revista #19, que traz um especial com os melhores livros de 2018.
Que mensagem essa ilustração de capa pretende passar aos leitores? Estamos em tempos difíceis. Uma forma de resistir é não deixar que a ignorância e a falta de interesse se apoderem de nós.
A edição trata dos melhores livros de 2018. Qual foi a sua leitura mais impactante neste ano? Foram Apegos Feroces, de Vivian Gornick, e Kentukis, de Samantha Schweblin.
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E o seu livro de cabeceira, qual é? El Río, de Wade Davis.
Como você avalia a produção contemporânea de quadrinhos na América Latina? É cada vez maior, felizmente, mas ainda faltam possibilidades para produzir e editar histórias em quadrinhos de fôlego e mais experimentais.
O que acha da representatividade das mulheres na indústria? Acho que agora somos mais, já deveriam nos tratar como iguais e parar de ficar surpresos por nos dedicarmos a isso.
Que nomes você indica para quem quer conhecer boas cartunistas mulheres? Julia Barata, Puiupo, Muriel Bellini, Camila Torre Notari, Marcela Trujillo e Sofía Garabito.
Seu trabalho tem muitos traços autobiográficos. Quais as vantagens e desvantagens de escrever sobre a própria vida? As vantagens são que você se torna consciente da sua vida e de tudo o que o rodeia. As desvantagens são que as pessoas pensam que te conhecem e não entendem que recriar a vida também é fazer ficção.
O que a inspira? As conversas com as pessoas, a rua, os erros cometidos, as escritoras e a paisagem.
Matéria publicada na edição impressa #19 dez.18/fev.19 em novembro de 2018.
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