A cobertura especial d’A Feira do Livro, que acontece de 14 a 22 de junho, é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras
MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS APRESENTAM


A FEIRA DO LIVRO 2025, Repertório 451 MHz,
Filhas, mães, avós
Aline Bei e Bruna Dantas Lobato falam sobre o protagonismo das mulheres em seus livros e suas histórias que investigam as relações em família
06jul2025 • Atualizado em: 04jul2025Está no ar o 144º episódio do 451 MHz, o podcast dos livros. Nesta edição, as escritoras Aline Bei e Bruna Dantas Lobato discutem a presença de protagonistas femininas em seus livros recentes e suas histórias que exploram as relações em família. Além dos relacionamentos entre mulheres que são filhas, mães ou avós, as autoras também falam de influências em sua escrita e dos desafios, no caso de Lobato, que vive nos Estados Unidos, da vida de imigrante — especialmente diante das políticas anti-imigratórias do governo Donald Trump.
A conversa, que foi mediada pela jornalista e pesquisadora de cinema e literatura Paula Jacob, aconteceu em junho durante A Feira do Livro 2025, na mesa Entre nós. Transformada em podcast, faz parte da temporada especial do 451 MHz com encontros da quarta edição do festival literário paulistano. O episódio foi realizado com apoio do Ministério da Cultura e tem apresentação exclusiva da Petrobras.
Uma das vozes mais populares da literatura contemporânea brasileira, Aline Bei lançou durante o festival literário seu terceiro romance, Uma delicada coleção de ausências (Companhia das Letras). O livro, apontou Giuliana Bergamo em resenha para a Quatro Cinco Um, compõe com os romances anteriores de Bei “uma espécie de trilogia em que [a autora] nos conduz, com poesia, à intimidade extrema de grandes personagens femininas.”
Na conversa, Bei fala sobre o papel da família em seus romances. “As relações familiares são uma obsessão bastante profunda pra mim, tanto que escrevi meus três primeiros livros em torno dessa obsessão, com papéis que vão se invertendo inclusive dentro da própria função [de mãe, filha ou avó]”, diz.
Mais Lidas
Ela também comenta o estilo híbrido de sua literatura, que mescla diferentes gêneros textuais.“Gosto de embaralhar os gêneros ao meu modo, um pouco de poesia, dramaturgia, prosa, oralidade, vou misturando tudo isso no meu caldeirão. Eu me perguntei: teria o romance uma história subterrânea, que vai fervendo por baixo do texto, que borbulha para cima e estraga a fôrma que está posta de forma plana?”

Escritora e tradutora potiguar radicada nos Estados Unidos, Bruna Dantas Lobato também analisa como as relações familiares inspiraram seu primeiro romance, Horas azuis, que acaba de ser publicado pela Companhia das Letras.“Eu sempre li muita literatura feminina no geral e sentia muita falta de livros que falassem da relação de mãe e filha com amor e não só com ressentimento. Foi daí que me deu muita vontade de escrever sobre o que é ser filha”.
Ela ainda fala sobre as dificuldades de morar nos Estados Unidos, onde vive desde 2011.“Ser imigrante [nos EUA] é uma coisa horrível. As coisas que estão acontecendo agora já aconteciam antes e sempre aconteceram”, diz.
Livros do episódio
Veja abaixo a lista de livros mencionados pelas convidadas nesta edição do 451 MHz, que inclui títulos lançados por elas e outras leituras recomendadas:
- O peso do pássaro morto, de Aline Bei (Nós, 2017).
- Pequena coreografia do adeus, de Aline Bei (Companhia das Letras, 2021).
- Uma delicada coleção de ausências, de Aline Bei (Companhia das Letras, 2025).
- Horas azuis, de Bruna Dantas Lobato (Companhia das Letras, 2025).
- A palavra que resta, de Stênio Gardel (Companhia das Letras, 2021).
- Esperando Godot, de Samuel Beckett (Companhia das Letras, 2017, trad. Fábio de Souza Andrade).
- Formas breves, de Ricardo Piglia (Companhia das Letras, 2004, trad. José Marcos Mariani de Macedo).
- A via crucis do corpo, de Clarice Lispector (Rocco, 2020).
- A pediatra, de Andréa Del Fuego (Companhia das Letras, 2021).
- Frantumaglia: os caminhos de uma escritora, de Elena Ferrante (Intrínseca, 2017, trad. Marcello Lino)
Mais sobre as convidadas
Aline Bei estreou em 2017 com o romance O peso do pássaro morto (Nós), vencedor do prêmio São Paulo de Literatura e do prêmio Toca. Em 2021, lançou Pequena coreografia do adeus (Companhia das Letras), finalista do Jabuti e do prêmio São Paulo de Literatura. Durante A Feira do Livro, ela lançou seu terceiro romance, Uma delicada coleção de ausências, também pela Companhia das Letras, que ainda publicou uma nova edição de O peso do pássaro morto.
Bruna Dantas Lobato é escritora e tradutora. Radicada nos Estados Unidos, já publicou nas revistas The New Yorker, Guernica, A Public Space e The Common. Como tradutora, verteu para o inglês livros de Caio Fernando Abreu, Jeferson Tenório, Giovana Madalosso e Amara Moira, entre outros, e recebeu o National Book Award em 2023 pela sua tradução de A palavra que resta, de Stênio Gardel, publicado pela Companhia das Letras em 2021.
Temporada especial
Em julho, mês em que completa seis anos no ar, o 451 MHz publica uma temporada especial de quinze episódios com mesas que fizeram sucesso n’A Feira do Livro 2025. Ou seja, a cada dois dias, até 1º de agosto, um episódio novo do podcast dos livros vai ao ar. Saiba mais aqui.
O 451 MHz é uma produção da Associação Quatro Cinco Um.
Apresentação: Paulo Werneck
Produção: Beatriz Souza e Mariana Franco
Edição e mixagem: Igor Yamawaki
Identidade visual: Quatro Cinco Um
Apoio: Ministério da Cultura
Apresentação exclusiva: Petrobras
Para falar com a equipe: [email protected]
A Feira do Livro 2025 · 14 — 22 jun. Praça Charles Miller, Pacaembu
A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais, e em parceria com a Prefeitura de São Paulo.
Porque você leu A FEIRA DO LIVRO 2025 | Repertório 451 MHz
Democracia, um trabalho árduo
O historiador Carlos Fico e o jornalista Eugênio Bucci alertam que é hora do Brasil criar mecanismos para afastar a persistente ameaça autoritária
JULHO, 2025