
Listão da Semana,
Mrs Dalloway, 100
A famosa protagonista do romance homônimo de Virginia Woolf continua entre nós: uma nova edição chega às livrarias no momento em que a publicação da obra faz cem anos
26jun2025A famosa protagonista do romance homônimo de Virginia Woolf continua entre nós — e cada vez mais atual. Neste ano em que a publicação da obra faz cem anos, novas edições comemorativas têm surgido. Esta semana, chega às livrarias a tradução de Ana Carolina Mesquita, doutora em Teoria Literária pela USP e especialista em Woolf.
Outros lançamentos: Reparação: memória e reconhecimento, organizado por Luciana da Cruz Brito; Eu nunca mais vou te chamar de pai, de Caroline Darian, que conta a história de sua mãe, Gisèle Pelicot; O falso mentiroso, de Silviano Santiago; Para onde vai a esquerda, de Guilherme Boulos, as memórias do cacique Raoni Mẽtyktire; a vida de Herbert Daniel, por James Green; e mais novidades quentinhas.
Veja os lançamentos de semanas anteriores.

Mrs Dalloway. Virginia Woolf. Trad. Ana Carolina Mesquita // Nós // 240 pp // R$ 89
Mais Lidas
O livro, cujo centenário foi capa da edição de maio da Quatro Cinco Um, ganha aqui mais uma tradução, a cargo de Ana Carolina Mesquita — a tradutora conversou com a jornalista Beth Leites sobre esse trabalho n’A Feira do Livro na quarta-feira (18). A trama narra um dia na vida da “senhora Dalloway” do título, uma socialite britânica que se prepara para dar uma festa em sua casa.
Em sua participação n’A Feira do Livro, Ana Carolina Mesquita analisou as críticas de Virginia Woolf à sociedade vitoriana presentes em Mrs Dalloway, como as restrições impostas pelos papéis sociais: “Clarissa é uma epítome de uma mulher que depois de muitos séculos pôde sair sem um acompanhante. A própria Virginia, quando era criança, não pôde fazer isso”.

Reparação: memória e reconhecimento. Luciana da Cruz Brito (org.).
Apres. Ebomi Cici de Oxalá // Posf. Luciana da Cruz Brito // Ils. Mayara Ferrão // Fósforo // 296 pp // R$ 94,90
O volume transpõe para o papel registros de oito rodas de conversa de um seminário promovido pelo Instituto Ibirapitanga entre pensadores brasileiros e estrangeiros e lideranças negras sobre a reparação aos danos causados pela escravidão no Brasil. A publicação foi tema de uma mesa com a sua organizadora, Luciana da Cruz Brito, e a jornalista Bianca Santana neste domingo (22) n’A Feira do Livro.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 20% de desconto no site da Fósforo. Conheça o Clube de Benefícios 451.

Eu nunca mais vou te chamar de pai. Caroline Darian.
Planeta // 192 pp // R$ 52,90
A filha da francesa Gisèle Pelicot, estuprada por mais de cinquenta homens após ser dopada por seu então marido, Dominique Pelicot, narra a história da mãe do momento em que ela e a família descobriram os abusos até o seu desfecho judicial, quando ele foi sentenciado a vinte anos de prisão.
“Em seguida, o investigador nos informa que nosso pai pode ser acusado de ‘administrar uma substância cuja natureza prejudica o discernimento ou o controle da vítima com o objetivo de cometer estupro ou agressão sexual, além de invasão de privacidade ao fixar, gravar ou transmitir imagem de caráter sexual, por agressão sexual com administração de substância à vítima, sem seu conhecimento, para alterar seu discernimento ou controle sobre suas ações, bem como de cumplicidade em estupros com diversas circunstâncias agravantes e autor desconhecido, por infrações, voyeurismo agravado e estupro com diversas circunstâncias agravantes’.”
Trecho de Caroline Darian “Eu nunca mais vou te chamar de pai”
Saiba mais sobre o livro
O falso mentiroso. Silviano Santiago.
Rocco // 224 pp // R$ 89,90
Um dos maiores escritores brasileiros leva às últimas consequências a ideia do narrador não confiável neste romance, que ganha uma nova edição após cerca de dez anos de seu lançamento original. Seu protagonista é Samuel, um artista plástico idoso. Mas será que a vida que ele narra pertence realmente a ele ou ao autor do livro?

Para onde vai a esquerda. Guilherme Boulos.
Contracorrente // 144 pp // R$ 90
O político analisa as razões do avanço recente da ultradireita para definir estratégias para que o campo progressista volte a pautar o debate público, propondo uma correção de rota nas formas como a esquerda atua e se comunica hoje.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 30% de desconto no site da Contracorrente. Conheça o Clube de Benefícios 451.

Memórias do cacique. Raoni Mẽtyktire.
Companhia das Letras // 296 pp // R$ 89,90
Um dos mais influentes líderes indígenas brasileiros da atualidade revisita a própria trajetória a partir de dezenas de horas de entrevistas feitas a seus netos ao longo dos anos. O resultado é uma introdução à cosmologia, à história e à luta de seu povo, os Mẽtyktire-Mẽbêngôkre, também conhecidos como Kayapó e Txukarramãe, além de uma forma de enxergar o Brasil pelos olhos daqueles que habitam as suas terras desde tempos imemoriais.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da Companhia das Letras. Conheça o Clube de Benefícios 451.

Revolucionário e gay. James Green
Civilização Brasileira // 416 pp // R$ 99,90
Morto em decorrência da Aids em 1992, Herbert Daniel foi um importante defensor dos direitos LGBTQIA+ no Brasil, além de membro da resistência armada contra a ditadura. James N. Green, professor de história brasileira na Universidade Brown, nos Estados Unidos, defende nesta biografia que o ativista é uma figura central para entender passado e presente dos movimentos sociais no país.
“Quem mais se mobiliza pela democracia é a comunidade LGBTQIA+”, disse Green n’A Feira do Livro de 2024, em uma mesa com Renan Quinalha, colunista da Quatro Cinco Um.
Assinantes da Quatro Cinco Um têm 25% de desconto no site da Record. Conheça o Clube de Benefícios 451
Vapt-vupt
+ novidades quentinhas
O museu da rendição incondicional. Dubravka Ugrešić.
Trad. Aleksandar Jovanović // Posf. Mercedes Monmany // Carambaia // 304 pp // R$ 129,90
Uma miscelânea de ensaios, memórias e ficções que aos poucos estabelecem relações entre si e abordam temas centrais para Ugrešić, como exílio, identidade e as consequências da guerra.
Civilização ou barbárie. Cheikh Anta Diop.
Trad. César Sobrinho // Pref. Kabengele Munanga // Zahar // 504 pp // R$ 139,90
O pensador senegalês revisita sua produção para fundamentar a tese de que a África representa a origem da humanidade em termos biológicos e culturais.
A voz do outro/Nós da província. Carlos Machado.
Arte & Letra // 180 pp // R$ 72
Enquanto os contos de Nós da Província exploram personagens marginalizados, os de A Voz do Outro se caracterizam pelo jogo entre memória e identidade.