Listão da Semana,

bell hooks; Martha Nowill; Kenzaburo Oe e mais 12 lançamentos

Em novo livro, bell hooks defende que o feminismo é também a saída para libertar os próprios homens das armadilhas do patriarcado

20fev2025 • Atualizado em: 26fev2025

Como incluir os homens nos debates de gênero? Para a professora e pensadora bell hooks, o feminismo é também a saída para libertar os próprios homens das armadilhas do patriarcado. É o que a autora de Tudo sobre o amor defende em A vontade de mudar: homens, masculinidades e amor, que chega esta semana às livrarias.

Também na seleção da semana, os diários da atriz e escritora Martha Nowill; As filhas de Safo, de Selby Wynn Schwartz; uma coletânea da poesia homoerótica contemporânea brasileira; um romance de Kenzaburo Oe; a vida de Lord Byron através de seus diários, poemas e outros textos; uma análise sobre o racismo religioso, de Carolina Rocha; o novo romance de Débora Ferraz; um romance da saudita Atheer Abdullah Al-Nashmi e mais novidades quentinhas.

Viva o livro brasileiro!

Veja os lançamentos de semanas anteriores.


 A vontade de mudar: homens, masculinidades e amor. bell hooks.
Trad. Manu Quadros e Lubi Prates // Elefante // 236 pp // R$ 70

Autora de Tudo sobre o amor (Elefante, 2021), a aclamada intelectual negra, teórica feminista, crítica cultural, artista e escritora estadunidense propõe que os homens adotem o feminismo como meio de superar a crise da masculinidade, destacando que, para mudar, os homens precisam abandonar o medo, as amarras da dominação e a falta de sensibilidade, aprendendo sobre o amor e o autoconhecimento.

“Hoje em dia, me impressiona que mulheres que defendem uma política feminista tenham tido tão pouco a dizer sobre os homens e a masculinidade. Nos primeiros escritos do feminismo radical, podia-se encontrar irritação, raiva e mesmo ódio aos homens. Contudo, não havia nenhuma tentativa significativa de oferecer caminhos para resolver esses sentimentos, para imaginar uma cultura de reconciliação em que mulheres e homens pudessem se encontrar e estabelecer pontos em comum. O feminismo militante deu às mulheres permissão para liberar sua fúria contra os homens, mas não nos permitiu discutir o que significa amar homens numa cultura patriarcal, nem saber como poderíamos expressar esse amor sem medo da exploração e da opressão.”

Leia o trecho na íntegra

Trecho de bell hooks “A vontade de mudar: homens, masculinidades e amor”

Saiba mais sobre o livro

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Coisas importantes também serão esquecidas: um diário. Martha Nowill.
Companhia das Letras // 224 pp // R$ 89,90

Diário de relatos da atriz, roteirista, escritora e dramaturga paulistana, onde esquadrinha o próprio íntimo: as questões acerca da carreira, a possibilidade de uma gravidez aos quarenta anos, as mudanças corporais e sentimentais que acompanham a chegada dos filhos — e tudo isso tendo como pano de fundo o início da pandemia de covid-19, em 2020.

“Ser ou não ser mãe? Essa questão é o ponto de partida de Coisas importantes também serão esquecidas, diário de gravidez e puerpério da atriz, roteirista e dramaturga paulistana Martha Nowill. Em maior ou menor grau, a dúvida assola todas as pessoas nascidas com útero. É o corpo que vem equipado com uma maquinaria própria para gerar outra pessoa, mas quem sofre o dilema — muitas vezes bem mais longo e complexo do que uma gravidez ou puerpério — é o ser inteiro.”

Leia a resenha de Giuliana Bergamo na íntegra

Trecho de Martha Nowill “Coisas importantes também serão esquecidas: um diário”

Saiba mais sobre o livro

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As filhas de Safo. Selby Wynn Schwartz.
Trad. Nara Vidal // Autêntica Contemporânea // 272 pp // R$ 79,80

Indicado ao International Booker Prize 2022, o romance de estreia da escritora e professora estadunidense se baseia na luta das mulheres por uma vida independente dos homens. Como uma espécie de homenagem a artistas e escritoras pioneiras do final do século 19 e início do século 20 — como Lina Poletti, Gertrude Stein, Colette, Virginia Woolf e Vita Sackville-West, entre outras —, Schwartz recria os laços entre mulheres reais e sua ligação centrada no amor, desejo e intimidade.

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Homem com homem: poesia homoerótica brasileira no século XXI. Ricardo Domeneck (Org.)
Pref. João Silvério Trevisan // Posf. Guilherme de Assis // Ercolano // 352 pp // R$ 98

Junto a retratos, polaroides, ilustrações e colagens de fotógrafos da Alemanha, do Brasil e da França, a antologia reúne poemas de 21 poetas brasileiros nascidos entre 1969 e 2000 que versam sobre desejo, corpos e amor entre homens.

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O menino da triste figura. Kenzaburo Oe.
Trad. Jefferson José Teixeira // Estação Liberdade // 512 pp // R$ 94

O escritor japonês vencedor do Nobel de Literatura em 1994 retorna ao seu alter ego, o escritor Kogito Choko — protagonista de A substituição (2022) e Adeus, meu livro! (2022), ambos publicados pela Estação Liberdade —, que volta à sua terra natal após a morte da mãe. Com a ajuda uma jovem pesquisadora, ele se embrenha pela floresta da ilha japonesa atrás de lendas locais e do “menino”, uma figura conhecida por salvar a vida de muitas pessoas na região.

Leia também: morto em março de 2023, Kenzaburo Oe se posicionou contra o militarismo durante toda a vida

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Byron: Poemas, cartas, diários &c. André Vallias (Org.)
Perspectiva // 640 pp // R$ 149,90

O poeta, designer e tradutor paulistano vencedor do Jabuti percorre seis fases da vida do escritor inglês Lord Byron, a partir de sua poética profunda e outros textos, como as cartas que impressionaram Virginia Woolf. Inclui uma introdução em que Vallias percorre toda a trajetória de Byron.


A culpa é do diabo: o que li, vivi e senti nas encruzilhadas do racismo religioso. Carolina Rocha.
Oficina Raquel // 290 pp // R$ 68,90

Em uma análise etnográfica que se soma às memórias pessoais da autora, o livro destrincha a formação do racismo religioso no Brasil, desde os seus primórdios durante a colonização europeia até a atual dinâmica de poder predominante no país. Examinando a relação entre o tráfico de drogas, as igrejas evangélicas e as tradições afro-brasileiras, a pesquisadora Carolina Rocha mostra como a criminalização sofrida pelos povos de terreiro reflete as estruturas racistas e coloniais vigentes no Brasil.

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O sombrio coração da inocência. Débora Ferraz.
DBA // 262 pp // R$ 76,90

Em seu retorno ao romance, a escritora e jornalista pernambucana intercala a narração do passado e a do presente dos personagens para tecer uma reflexão sobre as consequências de tragédias e o trauma não elaborado pelos indivíduos. Aqui, a vencedora dos prêmios Sesc e São Paulo de Literatura por Enquanto Deus não está olhando (Record, 2014) narra a busca do protagonista por explicações sobre duas irmãs que misteriosamente morreram afogadas na Paraíba, na década de 2000.


Em dezembro todos os sonhos terminam. Atheer Abdullah Al-Nashmi.
Trad. Mohamed Elshenawy // Rua do Sabão // 124 pp // R$ 60

Primeiro romance da escritora saudita publicada no Brasil, narra o conflito de um jornalista com a própria família e o abandono do lar na Arábia Saudita, em direção a Londres. Em vinte anos de refúgio, ele tenta conciliar a busca por uma pátria acolhedora e uma sociedade menos preconceituosa.


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+ novidades quentinhas

Como é para você?. Sophie Kinsella.
Trad. Adriana Fidalgo // Record // 128 pp // R$ 49,90
A romancista best-seller tece uma novela com traços autobiográficos, na qual descreve a jornada de uma escritora ao enfrentar o diagnóstico de um tumor no cérebro.

Mulheres na História: as heroínas desconhecidas. Philippa Gregory.
Trad. Cristina Yamagami // HarperCollins // 624 pp // R$ 129,90
A escritora e romancista britânica resgata o papel fundamental de mulheres ao longo dos séculos na Inglaterra.

Galápagos. Kurt Vonnegut.
Trad. Livia Koeppl // Aleph // 304 pp // R$ 79,90
O autor do romance Matadouro-cinco (Intrínseca, 2019) em uma especulação sobre o futuro da humanidade e uma nova espécie humana, originada dos sobreviventes de uma crise financeira global.

Olha-me e narra-me: filosofia da narração. Adriana Cavarero.
Trad. Milena Vargas // Bazar do Tempo // 224 pp // R$ 79
Primeiro livro da filósofa e professora italiana publicado no Brasil, no qual analisa a identidade de cada humano como resultado das histórias que ouvem e contam..

O lama branco. Alejandro Jodorowsky e Georges Bess.
Trad. Eduardo Nasi // Conrad // 288 pp // R$ 169
Edição integral da saga criada pelo escritor e cineasta chileno e pelo artista francês sobre um órfão de exploradores brancos criado para assumir a função de líder espiritual Tibete.  

Romances campestres. George Sand.
Org, trad. e intr. Mônica Cristina Corrêa // Penguin-Companhia // 520 pp // R$ 89,90
Três romances de folhetim de George Sand, pseudônimo da escritora e jornalista francesa Amantine Aurore Lucile Dupin de Francueil (1804-1876).

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Quem escreveu esse texto

Iara Biderman

Jornalista, editora da Quatro Cinco Um, está lançando Tantra e a arte de cortar cebolas (Editora 34)

Jaqueline Silva

É estudante de Jornalismo na ECA-USP e assistente editorial na Quatro Cinco Um.