A cobertura especial d’A Feira do Livro, que acontece de 14 a 22 de junho, é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras
MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS APRESENTAM


A FEIRA DO LIVRO 2025,
Risadas com Antonio Prata, rimas esquisitas e passeios por biomas e pelo fundo do mar animam o feriado dos pequenos
Cronista lotou o Espaço Rebentos; palco infantil d’A Feira também teve a participação de imortal da ABL e do podcaster mais ouvido do Norte, entre outros
19jun2025A manhã desta quinta (19) foi agitada para os pequenos que foram à A Feira do Livro 2025. O escritor e cronista Antonio Prata lotou o Espaço Rebentos ao lado da jornalista Marilia Neustein e divertiu crianças e adultos com o bom-humor das suas histórias. Durante a tarde, a área reservada aos pequenos recebeu os escritores Maickson Serrão e Ciça Pinto; uma mesa com Paulo Henriques Britto, Fabrício Corsaletti e Caco Galhardo; e conversa entre Estevão Azevedo e Vitor Bellicanta.
Na mesa Criança bem-humorada, Prata divertiu crianças e adultos lendo dois de seus títulos infantis: Jacaré, não! (2016) e Esconde-esconde (2021), ambos publicados pela Ubu. A leitura foi intercalada com um bate-papo descontraído com a jornalista Marilia Neustein e com o público, no qual Prata revelou a fonte das melhores sacadas dos livros: “Meus filhos que me dão as ideias. Vejo o que eles gostam e escrevo como se fosse para eles”.
Assim como Prata, Caco Galhardo e Paulo Henriques Britto também decidiram se aventurar na literatura infantil por influência das crianças que tinham em casa. Britto, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), que unto com o cartunista escreveu As incríveis aventuras do super-herói Cupcake Gigante e seu fiel escudeiro Jarbas (Editora 34), tirou risadas do público ao contar a inspiração para o livro lançado em abril deste ano: “Meu neto pediu um cupcake, fui tirar uma foto e ele ficou pequenininho na foto, e o cupcake saiu gigante”.
Os dois estiveram no Espaço Rebentos junto com o poeta Fabrício Corsaletti para um bate-papo mediado por Sofia Mariutti, editora da Tinta-da-China Brasil. Na mesa, Corsaletti explicou a forma dos limeriques — poemas de cinco versos em que os dois primeiros e o último têm a mesma métrica e rimam entre si — e revelou o processo de criação das rimas que arrancaram gargalhadas do público: “Eu faço qualquer coisa pra dar certo. Se pudesse comprar, eu comprava. Até olho no dicionário de rimas, mas tento evitar rimas que sejam óbvias. Fico procurando palavras um pouco estranhas”, contou.
Histórias da mata e do fundo do mar
Mais Lidas
As conversas no Espaço Rebentos também dialogaram com o meio-ambiente. Estevão Azevedo e Vitor Bellicanta, autores de Submersos (Caixote, 2024), contaram o processo de produção do livro-imagem, que foi selecionado pela Braw Amazing Bookshelf, da Feira de Bolonha.
Azevedo disse que a ideia surgiu no caminho até o Aquário de São Paulo: “Se os animais vivem para nos entreter, fiquei imaginando como seria a vida deles”. A partir daí, Bellicanta acrescentou suas ideias como agroecologista e ilustrador, e os dois criaram um livro em plano-sequência sobre um mundo em que humanos e animais convivem.
A conversa teve a participação da jornalista Gabriela Romeu, que interagiu com as crianças mostrando as imagens do livro e perguntando o que elas viam em cada uma. “Os peixes estão invadindo as cidades porque os humanos invadiram a casa deles”, interpretou uma pequena leitora.
Maickson Serrão e Ciça Pinto (Camila Almeida)
Já o bate-papo entre o autor e podcaster Maickson Serrão e a escritora Ciça Pinto, mediado pela cineasta Rita Carelli, passeou pela Amazônia e pelo Pantanal e se aprofundou nas crenças e nos valores dos povos da região. Enquanto Pinto explicou a história de Marechal Rondon, presente em seu livro Rondon: menino Cândido (Documenta Pantanal, 2025), ilustrado por Ziraldo, o autor de A Mãe da Mata (Caixote, 2025) discutiu a necessidade de desmistificar estereótipos da região amazônica. “Muita gente vê as nossas crenças como lendas ou folclore, mas na verdade é algo em que nós acreditamos”, disse.
Seu podcast, Pavulagem, é o mais ouvido da região Norte do país. Segundo Serrão, o projeto é uma forma de impedir que as histórias da sua região caiam no esquecimento: “A ideia é fazer com que essas histórias se mantenham vivas. A oralidade é muito rica, mas se a gente não transmitir, ela se perde”.
A quarta edição d’A Feira do Livro 2025 acontece de 14 a 22 de junho, na praça Charles Miller, no Pacaembu. Realizado pela Associação Quatro Cinco Um, pela Maré Produções e pelo Ministério da Cultura, o festival literário paulistano, a céu aberto e gratuito, reúne mais de duzentos autores e autoras do Brasil e do exterior em uma programação com mais de 250 atividades, entre debates, oficinas, contações de histórias e encontros literários. Confira a programação e outras notícias do festival.
A Feira do Livro 2025 · 14 — 22 jun. Praça Charles Miller, Pacaembu
A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais, e em parceria com a Prefeitura de São Paulo.