A cobertura especial d’A Feira do Livro, que acontece de 14 a 22 de junho, é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras
MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS APRESENTAM

A FEIRA DO LIVRO 2025,
Nova identidade visual d’A Feira do Livro ‘escreve’ imagens
Com ilustrações, logo e linguagem renovadas, o festival literário paulistano reforça seu compromisso com a diversidade editorial
11jun2025 • Atualizado em: 12jun2025Feira de rua que se preze tem de tudo: frutas, verduras, legumes, pastel com caldo de cana… De 14 a 22 de junho, a praça Charles Miller, no Pacaembu, recebe mais uma vez uma versão literária desse clássico paulistano.
Em seu quarto ano, A Feira do Livro reúne em 2025 mais de duzentos autores convidados e 150 expositores em nove dias de programação gratuita, com conversas e debates em torno da cultura do livro. Nesta edição, o evento busca demonstrar a relação direta entre bibliodiversidade e circulação de livros, representados graficamente por uma nova identidade visual assinada pelo Estúdio Campo.
Responsável por projetos de instituições como Masp (Museu de Arte de São Paulo) e Sesc São Paulo, o estúdio foi procurado para renovar a identidade do festival literário em fevereiro deste ano. A ideia era manter os elementos das edições anteriores, associados às feiras de rua paulistanas, mas ampliá-los e reforçar o compromisso do evento com a diversidade de histórias, de acordo com Isadora Bertholdo, designer da Associação Quatro Cinco Um. A solução encontrada pelo Estúdio Campo foi transformar imagem em escrita, literalmente.
Legumes ‘escritos’
A partir de programas de computação gráfica que produzem imagens com letras, foram criadas ilustrações (de produtos encontrados na feira) compostas por signos (%, @ e outros elementos tipográficos), como acontece com os pixels de uma fotografia ou obras de arte que, a distância, parecem um retrato, e, de perto, vemos que são compostas por vários elementos menores. Mais ou menos como acontece com a fruta não identificada que você pode ver a seguir:
Mais Lidas
“Quanto mais letrinhas e menores, mais nuances a imagem ganha. Quando usamos letras maiores, e em menor quantidade, o desenho fica mais chapado”, explica Roderico Souza, um dos sócios do estúdio.
O mais importante era que o público entendesse quais alimentos estavam ali representados. Isso guiou certas decisões: o camarão, a lula (novidades deste ano) e o abacaxi, por exemplo, entraram na identidade por serem facilmente reconhecidos pela silhueta, mesmo que preenchidos por texto. Já o pastel, infelizmente, teve que ficar de fora — ao ser transformado em escrituras, virava apenas um retângulo.
Além destes produtos de feira, uma lista extensa de frutas, legumes e verduras estão distribuídos pela sinalização d’A Feira do Livro, como caju, pimentão, rabanete, cebola, tomate, abóbora, banana, melancia, berinjela, pimenta dedo de moça e muitos outros. Elementos da identidade foram aplicados nos fundos de palco, nos totens de sinalização, nos produtos d’A Feira (camisetas, bonés, cangas etc.), no site e nas redes do festival literário, também em relógios digitais de rua e anúncios de metrô, uma novidade na divulgação deste ano.
Para o arquiteto Alvaro Razuk, diretor-geral e criativo do festival, a “grande virada” da nova identidade foi compor imagens a partir de escrituras. Em 2024, a identidade visual trazia um abecedário de alimentos, que definiu as verduras e legumes da edição. Neste ano, os ingredientes foram escolhidos justamente para se manterem legíveis quando transformados em texto.
Razuk conta que, ao ver a nova identidade, lembrou dos caligramas (poemas que formam figuras) do poeta francês Guillaume Apollinaire, um dos grandes nomes das vanguardas do início do século 20. Embora não tenha sido uma referência para o projeto gráfico, para o diretor-geral, essa associação reforça como a identidade visual d’A Feira do Livro conseguiu traduzir os pilares do evento: ser um espaço que põe a cultura do livro em evidência de forma diversa e aberta.
Pluralidade
As cores, à pedido da organização d’A Feira, são variadas e vibrantes, uma tentativa de representar a multiplicidade de tons que uma feira de rua tem. Pensada pelo estúdio, a paleta com tons de laranja, verde, amarelo, rosa, azul e marrom foi desdobrada de diferentes maneiras na comunicação.
Por exemplo, na sinalização das tendas dos expositores: dispostas em um grande círculo, em volta do gramado central da praça Charles Milles, elas foram divididas em quatro quadrantes, e cada um recebeu uma cor – amarelo, verde, roxo e laranja – para ajudar o público a se situar no espaço. Veja mais no Mapa d’A Feira do Livro.
O compromisso com a bibliodiversidade apareceu também no novo logo do festival literário paulistano, construído com sinais gráficos variados, todos da mesma família tipográfica, chamada Roobert. Uma fonte clara e acessível, segundo Paula Tinoco, também sócia do Estúdio Campo. “Queríamos brincar com a pluralidade, as diferenças e a impermanência, sem abrir mão da clareza.”
Na edição anterior d’A Feira do Livro, a fonte do logo lembrava letras de rua, eram mais compridas, pesadas e condensadas. Agora, tudo foi pensado para ser mais versátil: “É uma fonte sem serifa com diferentes pesos, bom para criar hierarquia de informações, e caracteres sempre em caixa baixa, para garantir a leitura mesmo com a multiplicidade de signos”, explica Isadora Bertholdo. “A ideia é que o logo seja mutável, funcione de muitos jeitos, ao mesmo tempo confortável de bater o olho e entender o que está escrito mesmo à distância.”
A Feira do Livro 2025
A quarta edição do festival literário paulistano a céu aberto e gratuito reúne mais de duzentos autores e autoras do Brasil e do exterior em uma programação com mais de 250 atividades, entre debates, oficinas, contações de histórias e encontros literários. Todos sem cobrança de ingresso e de livre acesso ao público.
Ao todo, serão seis palcos, uma livraria oficial com sessões de autógrafos, 120 tendas, 16 ilhas e 44 bancadas ocupadas por editoras, livrarias e demais expositores, além de duas tendas de oficinas e outras de serviço e mais atividades.
Realizada pela Associação Quatro Cinco Um, pela Maré Produções e pelo Ministério da Cultura, A Feira do Livro de 2025 terá três palcos oficiais: o Palco Petrobras, no meio da praça Charles Miller; o Auditório Armando Nogueira, no Museu do Futebol; e o novo Espaço Rebentos, dedicado ao público infantil.
E, além deles, três palcos menores — os Tablados Literários, com uma programação paralela organizada pelos expositores e parceiros. Confira mais detalhes na programação do festival.
Junto com as novidades da literatura, alguns temas presentes nos encontros literários são os quarenta anos da redemocratização do Brasil, o meio ambiente, cultura afro-brasileira e indígena, ciência, jornalismo, alimentação, política e cultura pop, entre outros.
Serviço
A Feira do Livro
14 a 22 de junho de 2025
Praça Charles Miller – Pacaembu – São Paulo/SP
Entrada gratuita
A Feira do Livro 2025 · 14 — 22 jun. Praça Charles Miller, Pacaembu
A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais, e em parceria com a Prefeitura de São Paulo.
Porque você leu A FEIRA DO LIVRO 2025
Tablados Literários d’A Feira do Livro 2025
Além dos encontros e debates literários da programação oficial — que acontece no Palco Petrobras, montado em frente ao estádio do Pacaembu;
JUNHO, 2025