A cobertura especial d’A Feira do Livro, que acontece de 14 a 22 de junho, é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras
MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS APRESENTAM
A FEIRA DO LIVRO 2025,
Futebol de autoras e autores n’A Feira do Livro tem dois empates emocionantes
Escritores, editores, jornalistas e convidados do festival literário entraram em campo no Pacaembu em partidas de confraternização no último dia do evento
22jun2025 • Atualizado em: 23jun2025Bem distante, em muitos sentidos, dos jogos da Copa do Mundo de Clubes que transcorre nos Estados Unidos, a manhã deste domingo (22) também foi de bola n’A Feira do Livro. Em vez de grandes craques, o evento levou para o gramado da Mercado Livre Arena Pacaembu jogadoras e jogadores menos acostumados às chuteiras — mas nem por isso o que se viu em campo deixou de ser emocionante.
Em uma partida feminina e outra masculina, escritoras, escritores, editores, jornalistas e outros convidados do festival literário paulistano levaram para o estádio, aberto ao público, o clima de confraternização em torno dos livros que marca o evento. Tanto a partida feminina quanto a masculina terminaram empatadas em 2 a 2, com recuperações empolgantes do time que estava atrás no placar e boas risadas para quem estava dentro e fora de campo.
O jogo entre mulheres reuniu convidadas d’A Feira, como a apresentadora Roberta Martinelli, que mediou alguns debates, e a escritora Julia Codo, que falou no festival literário sobre Caderno de ossos (Companhia das Letras, 2025). Os primeiros gols do jogo foram marcados por Marcela Dantas e Luana Maluf, que estavam no time vestido de preto. Nathalie Cappelletti e Suleima Sena empataram para o time de azul. “Sempre quis fazer um gol, foi meu primeiro gol”, festejou Sena.
Bons de caneta
A partida masculina contou com escritores como Antonio Prata, Bruno Paes Manso e Guilherme Wisnik; o maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Roberto Minczuk; o poeta sírio-palestino Ghayath Almadhoun; os juristas Conrado Hübner Mendes e Rafael Mafei; e o ator Lázaro Ramos, que no festival falou sobre seu mais recente lançamento literário, Na nossa pele: continuando a conversa (Objetiva, 2025).
Mais Lidas
O placar foi aberto pelo editor da Quatro Cinco Um Vitor Pamplona, que estava no time vestido de branco. Mas a equipe rival, de preto, virou no segundo tempo com gols do repórter da TV Globo Plácido Berci e do escritor Felipe Poroger, que ao final da partida declarou: “Descobri jogando que foi para isso que escrevi esse livro [Alguém sobrevive nesta história], então tudo valeu a pena”.
Marcelo da Silva Antunes, escritor e editor da Borboleta Azul, fez o gol de empate do time branco, que no momento perdia de virada: “Foi um gol made in Zona Norte”, brincou ele, que citou a assistência de Rodrigo Casarin.
O poeta sírio-palestino Ghayath Almadhoun, que mora em Berlim, veio de Damasco para participar d’A Feira do Livro e jogou no gol. “Eu fui goleiro porque sou preguiçoso, não quero correr. Goleiro é a única posição em que você pode ficar parado”, brincou. “Jogar no Brasil é uma grande honra, acho que vou dizer para o meu neto que joguei futebol no Brasil”, disse ainda o poeta celebrando, mas desapontado com a qualidade da partida. “Eu esperava que o brasileiro fosse bem melhor no futebol. Mas é como sempre, escritores não são bons em nada.”
Declarações
Se com a bola nos pés os autores não se destacaram exatamente pela habilidade, na hora das entrevistas falaram como autênticos profissionais. “O individual não é nada, o que vale é o coletivo”, disse Antonio Prata, personificando um jogador e cuspindo em campo. “Me colocaram numa posição que não é a minha, o professor sabe, mas eu dei tudo de mim e se Deus quiser vou vir aí.”
O jornalista Fernando Luna, colunista da revista Gama e da Quatro Cinco Um, que jogou de óculos escuros, somou ao coro: “Dei o sangue pelo jogo, você também”, disse ele, apontando o joelho ralado de Prata.
“Acho que o time todo estava muito concentrado, treinamos a semana toda, e o resultado todo mundo pôde ver em campo. Equipe bem organizada, articulando as jogadas”, brincou Pamplona. Já o revisor Luis Campagnoli foi mais realista: “Parecia que eu tinha que revisar coisas dentro de campo também, isso aqui tá errado, aquilo ali tá errado”, comentou sobre a partida engraçada.
Superação
Para Lázaro Ramos, que jogou na equipe vestida de branco, a partida já era de superação no intervalo. “Primeiro tempo foi sofrido, apesar da vitória. A pessoa que é sedentária não pode ficar vinte minutos num campo. O problema é que a gente não tem nem reserva para trocar, vou ter que ficar até o fim.”
No final do jogo, ele celebrou o encontro, sem deixar de reclamar de uma pequena diferença no número de jogadores de cada time. “Foi uma confraternização incrível com os profissionais da literatura, nem sempre a gente consegue se encontrar desse jeito. Foi divertido, mas foi injusto. O outro time tinha dezessete jogadores e o nosso, treze”, apontou.
O professor de direito constitucional Conrado Hübner Mendes também brincou sobre o fairplay da partida: “Fui escalado ontem às onze da noite. Cheguei sem chuteira, me emprestaram, condições adversas”, disse o jurista, que se animou a jogar na véspera.
Celebração
Já Plácido Berci, que marcou pelo time de preto, foi um dos que mais festejou. “Vou botar no currículo que já fiz um gol no Pacaembu, um dos melhores momentos da vida”. Minczuk compartilhava da alegria: “Estou muito feliz que estou vivo, nem me lembro de quando foi a última vez que joguei futebol”, disse o maestro.
Márvio dos Anjos, jornalista e goleiro do time preto, que circulava pelo festival em seu traje de atleta por horas após o jogo, celebrou: “É bonito essa confraternização do esporte com as letras. Se não fizemos aqui um grande espetáculo, pelo menos foi muito divertido.”
Rafael Carneiro de Carvalho, diretor da concessionária Allegra Pacaembu, jogou no time branco e também celebrou a partida: “Foi um prazer receber todo mundo aqui, espero que isso se perpetue, esse jogo festivo, tanto o masculino como o feminino, que aconteça em todas as edições d’A Feira do Livro.
O autor Thiago Ferro arrematou: “Acho que escritor tem que falar menos e jogar mais”.
Escalação
Partida feminina: Amanda Alves, Amanda Porfirio, Ana Christe, Ariadne Tavares, Bianca Molina, Clara Saraiva, Gabriela Almeida, Giovanna Rahhal, Gisele Pina, Giselly Corrêa, Jéssica Gomes, Jessica Soler, Julia Codo, Laura Basilio, Leide Marques, Lilly Nascimento, Luana Maluf, Marcela Dantas, Mari Pereira, Mari River, Maria Beatriz Teves, Maria Guimarães, Marina Bufon, Milla Garcia, Nathália Ferrão, Nathalie Cappelletti, Raisa Rocha, Roberta Martinelli, Sabrina Santana, Suleima Sena e Tatiana Vasconcellos.
Partida masculina: Andre Whoong, Antonio Prata, Bruno Paes Manso, Caco Galhardo, Cido Bacci, Conrado Hübner Mendes, Emilio Fraia, Fábio Fávaro Igaki, Felipe Poroger, Fernando Luna, Ghayath Almadhoun, Giba Alves, Guilherme Wisnik, Lázaro Ramos, Leandro da Mata, Luis Capagnoli, Marcelo Antunes, Marvio dos Anjos, Mauricio Maas, Mauro Beting, Murilo Cleto, Plácido Berci, Rafael Mafei, Roberto Minczuk, Rodrigo Alvarez, Rodrigo Bueno, Rodrigo Casarin, Samuel Seibel, Tiago Ferro, Victor Feffer e Vitor Pamplona.
A quarta edição d’A Feira do Livro 2025 acontece de 14 a 22 de junho, na praça Charles Miller, no Pacaembu. Realizado pela Associação Quatro Cinco Um, pela Maré Produções e pelo Ministério da Cultura, o festival literário paulistano, a céu aberto e gratuito, reúne mais de duzentos autores e autoras do Brasil e do exterior em uma programação com mais de 250 atividades, entre debates, oficinas, contações de histórias e encontros literários. Confira a programação e outras notícias do festival.
A Feira do Livro 2025 · 14 — 22 jun. Praça Charles Miller, Pacaembu
A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais, e em parceria com a Prefeitura de São Paulo.
Porque você leu A FEIRA DO LIVRO 2025
Quarta edição d’A Feira do Livro celebra, ao longo de nove dias, a literatura e a liberdade
Reunindo milhares de leitores no espaço público, festival literário paulistano entrou para o calendário oficial da cidade e celebrou 40 anos de democracia com mais de 250 atividades gratuitas
JUNHO, 2025