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Monica de Bolle passa a assinar coluna e nova editoria de economia

Quatro Cinco Um amplia cobertura de livros e debates ligados a desigualdade e à política econômica

10dez2020

A economista e escritora Monica Baumgarten de Bolle é a nova colunista da revista dos livros. Ela passa a publicar duas vezes por mês no site e na edição impressa, e ao mesmo tempo vai coordenar uma nova cobertura de livros e temas ligados à economia, às políticas públicas, aos direitos humanos e ao combate à desigualdade.

Sob o chapéu Rupturas — Economia, livros, literatura, autoras e autores brasileiros e estrangeiros vão publicar, a convite de Monica, resenhas, artigos e outros textos sobre economia e temas relacionados, como política, direitos humanos, políticas públicas e algumas doses de literatura. Dessa maneira, a Quatro Cinco Um amplia e aprofunda o espaço dedicado aos problemas e desafios da sociedade brasileira, conciliando a urgência do debate político e econômico ao tempo mais lento da reflexão intelectual, sempre a partir de livros recentes, grandes autores e grandes leitores.

Monica vai publicar sua coluna às quartas, duas vezes por mês — hoje, excepcionalmente uma quinta-feira, foi publicado o primeiro texto, que fala sobre o aniversário de 72 anos da Declaração dos Direitos do Homem e o discurso de José Saramago ao receber o Nobel, há 22 anos, uma dura cobrança para que façamos valer o que está escrito na Declaração.

"A pandemia de COVID-19 evidenciou a necessidade de juntar diferentes áreas do conhecimento para pensar sobre os novos desafios, as tantas rupturas, que atravessamos hoje e que enfrentaremos nos próximos anos", explica ela. "Diante da necessidade de lançar novas perspectivas sobre a orientação das políticas públicas, a nova editoria Rupturas oferecerá aos leitores esse olhar multidisciplinar. Os temas interrelacionados são diversos: da economia à saúde, da política ao meio ambiente, das vacinas à desigualdade socioeconômica, das relações entre pandemias e sindemias."

Segundo ela, serão discutidas as questões que permeiam o debate econômico brasileiro – as divergências sobre o teto de gastos, a necessidade do auxílio emergencial, as discussões sobre o desenho de programas de renda básica – tanto quanto as grandes questões globais: "Como reconstruir a economia mundial? Como melhorar os sistemas de saúde? Como pensar as redes de proteção social, as relações de trabalho, as oportunidades e as desvantagens de um mundo digital? Como elaborar medidas para preservar o meio ambiente?". 

Monica de Bolle foi finalista do Prêmio Jabuti com Como matar a borboleta-azul: Uma crônica da era Dilma (Intrínseca), livro que abriu caminho para um filão até então pouco explorado pelo mercado editorial brasileiro — e que hoje é habitué das listas de mais vendidos: o de livros que unem conhecimento, didatismo e boa escrita para explicar, para o grande público, os problemas econômicos enfrentados pelo país nas últimas décadas. Com o aprofundamento da crise política e econômica, o livro e as colunas de Monica na imprensa se tornaram imprescindíveis para compreender os dilemas do debate econômico brasileiro e encontrar saídas fora dos velhos clichês ideológicos.

Na pandemia do novo coronavírus, Monica de Bolle foi das primeiras vozes a alertar para a necessidade de uma ação mais incisiva do Estado para debelar a crise econômica e enfrentar o aprofundamento das desigualdades que a Covid-19 vem causando. Neste ano, ela publicou, também pela Intrínseca, Ruptura: Livro I da série Pilha de Areia, que sintetiza sua análise sobre os efeitos iniciais da pandemia e a necessidade de uma reação do Estado por meio de medidas econômicas especiais e políticas públicas, como a renda básica universal. O título da seção que ela passa a coordenar na Quatro Cinco Um é inspirado no título do livro. 

Independente e sem temor de discordar de consensos, Monica chegou a incomodar analistas econômicos e agentes do mercado financeiro, que foram surpreendidos, em investigação realizada por iniciativa dela, em tentativas anônimas de difamação: colegas e ex-colegas, conhecidos e até mesmo maridos de amigas foram descobertos como responsáveis por perfis falsos em redes sociais, criados para contestar e depreciar as ideias dela. A Quatro Cinco Um publicou o texto em que ela revelou essa descoberta, que fez cessar os ataques.

Monica de Bolle acumula em seu currículo vasta experiência em diversas vertentes da carreira de economista: universidade, mercado financeiro, imprensa e organizações internacionais. Atualmente é pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics, em Washington, e professora na School for Advanced International Studies da Johns Hopkins University. Já trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças, think thank carioca voltado ao pensamento econômico, na PUC-Rio e como sócia-diretora da Galanto MBB Consultoria.