Quixote
Com uma lança e um escudo em mãos, Dom Quixote encara os pedestres. Muitas vezes a escultura é encarada de volta: durante o período em que permaneci na livraria, vi duas pessoas parando para tirar fotos ao lado do herói. Os que passam pela sentinela e entram na loja encontram, além de milhares de livros, dezenas de peças de arte que também remetem ao personagem de Miguel de Cervantes.
Fundada em 2002, a livraria Quixote pertence ao casal Alencar Perdigão e Cláudia Masini. “A literatura e a paixão pelo livro têm uma influência muito grande na vida do Quixote. Ele resolve corrigir as injustiças do mundo depois de ler. Era a loucura ou a lucidez do Quixote?”, questiona Alencar. A escolha do nome, feita antes mesmo do casal sonhar em ter uma livraria, também tem outro significado: quando abriram o negócio, os dois encararam a aventura quixotesca de apostar nos livros físicos num mundo em digitalização — e, ainda por cima, numa rua onde já existiam outras livrarias.
Hoje, a Quixote é quase um ponto turístico da Fernandes Tourinho, a “rua das livrarias” de Belo Horizonte. Além da escultura do “cavaleiro da triste figura” na porta, outra coisa que chama a atenção é a vitrine, onde livros de casas editoriais independentes ganham destaque. “A gente não tem best-seller. Nossos dez livros mais vendidos não batem em nenhum momento com os ‘dez mais’ das grandes listas do país”, conta Alencar, explicando que o acervo busca retratar temas e gêneros como negritude, diversidade de gênero, a causa palestina, poesia e humanidades.
Embora os best-sellers não sejam o foco da Quixote, um dos maiores sucessos da literatura brasileira nos últimos anos nasceu ali. A editora Quixote, que surgiu dez anos depois da livraria, publicou em 2014 a primeira edição do romance Tudo é rio, de Carla Madeira, e vendeu dez mil exemplares. O segundo livro da escritora, A natureza da mordida, também foi lançado pela Quixote, em 2018, numa parceria com a editora Do — os dois títulos hoje fazem parte do catálogo da editora Record.
Além de também funcionar como um café, outra marca da livraria é a organização de eventos. O Clube do Livro Quixote Falante se reúne uma vez por mês, com mediação da professora de português Cleide Simoes. E, em 2024, começou a série de encontros Violão na Quixote, que promove recitais de violonistas. Para Alencar, o livreiro de hoje tem um papel diferente do livreiro do passado: “Eu me sinto um promotor cultural. A ideia é que a livraria seja uma experiência, um espaço para acolher leitores e começar conversas”.
Muitas delas têm início aos sábados, às onze horas da manhã, o horário oficial dos lançamentos na loja. Caso você pretenda lançar um livro por lá nesta faixa nobre, fica o aviso: reserve a data com antecedência, porque elas esgotam meses antes.
Informações atualizadas em 25/04/2025
Instagram www.instagram.com/quixotelivraria
Endereço Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi - Belo Horizonte - MG - 30112-000
Porte Pequeno
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