Lovely House

No primeiro andar da Galeria Metrópole, no centro de São Paulo, entre estúdios de design e de moda, lojas de objetos decorativos autorais e escritórios de arquitetura, fica uma pequena livraria especializada em fotolivros, catálogos de exposição e livros de artista — nos quais obras de artes visuais e plásticas são concebidas em forma de livro. 

Fundada pela designer Luciana Molisani e pelo fotógrafo José Fujocka, a Lovely House nasceu em 2018 em outra galeria, a Ouro Fino, nos Jardins. Logo ganhou um público cativo e viu seu espaço de dezesseis metros quadrados ficar muito apertado para a programação vibrante de palestras e lançamentos que já tinha estabelecido.

Entusiasmados com o movimento de revitalização cultural do centro paulistano, em 2023 os fundadores se mudaram para o ponto atual na Galeria Metrópole. Ocuparam parte do que um dia fora um restaurante, juntaram um espaço extra para o estoque e um escritório no mezanino e chegaram a uma área de setenta e quatro metros quadrados no total, um ganho e tanto em comparação ao antigo endereço. Além disso, fizeram eles mesmos o desenho do mobiliário e o projeto de reforma completa do espaço.

Mesas e cadeiras facilitam a pesquisa de fotolivros e livros de artista na Lovely House

“Estar no Centro para a gente é importante, e se mostrou a escolha certa”, diz Fujocka, frisando que boa parte das vendas da livraria acontece presencialmente — existe ainda a loja on-line, responsável pela outra parcela.

Na história do negócio, um salto importante foi dado quando a Lovely House recebeu a missão de comercializar o precioso acervo da Livraria Madalena, criada pelo fotógrafo, editor e curador Iatã Cannabrava e que fechou suas portas em 2019. “O Iatã tinha ali um material magnífico, muitos livros importados, receber esses livros acabou dando um boom”, lembra Fujocka. 

Pouco a pouco, o casal começou a ser convidado a participar de feiras e festivais em diferentes países da América Latina, como Chile, Uruguai e Argentina. A experiência ajudou a fomentar o que se tornaria uma de suas expertises: o trânsito e a circulação internacional de fotolivros.

Boa parte deles pode ser encontrada nas prateleiras de madeira da livraria, onde estão edições limitadas de obras como Anotações visuais, de Dalton Paula, caderno desenvolvido a partir dos esboços que o artista plástico brasiliense criou para mostras como a 32ª Bienal de São Paulo, em 2016, e a Trienal de 2018 do New Museum, de Nova York. Outro título de destaque no acervo é Caminhos do grande sertão, do fotógrafo José Diniz, em edição de apenas seis unidades numeradas e assinadas pelo autor, que fotografou o roteiro da expedição de Guimarães Rosa pelo norte de Minas Gerais que resultou no clássico Grande sertão: veredas

A casa também ostenta seu próprio selo editorial, que já publicou fotolivros e outros trabalhos de artistas como Guto Lacaz e Rochelli Costi. Para completar, organiza um festival anual cada vez mais respeitado no circuito da fotografia e da editoração, a Imaginária – Festa do Fotolivro.

“Em 2020 nós ganhamos um edital da [Lei] Aldir Blanc. Fizemos uma primeira edição online, bem na pandemia, e três presenciais aqui no Centro, com gente de várias regiões e de outros países”, conta o fundador. “A ideia é em algum momento transformar num festival latino-americano.”

Quem escreveu esse texto

Gabriela Longman

Jornalista e editora, é doutora em literatura pela USP

Informações atualizadas em 25/04/2025

Endereço Avenida São Luís, 187 - Galeria Metrópole - 1º andar - Sala 30 - República - São Paulo - SP - 01046-912

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