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Casa da Árvore – Tijuca
A Casa da Árvore nasceu na pandemia. Enquanto tantos empreendimentos fechavam, os sócios da livraria viram uma janela de oportunidade pelo fato de os aluguéis estarem mais baixos e as pessoas mais disponíveis para a leitura, em casa. Seu primeiro pouso, em outubro de 2020, no respiro que se seguiu ao término do confinamento, foi na Casa Omolokun. O centro cultural localizado na Pedra do Sal, numa área de importância histórica da Gamboa, na zona portuária do Rio, é dedicado à valorização da religiosidade de matriz africana e comporta restaurante e café, além da livraria.
A Casa da Árvore segue firme no local, com um negócio mais nichado, focado em livros voltados à temática de raiz africana. Em maio de 2021, seus proprietários decidiram dobrar a aposta e inaugurar uma nova loja. O pequeno espaço escolhido tem algo de estratégico: fica em frente ao Bar Madrid, reduto da boemia tijucana conhecido pelos quitutes, mas também por abrigar aulas públicas do historiador Luiz Antonio Simas — por isso, não é raro que visitantes da livraria cheguem achando que Simas é um dos sócios.
Nada que incomode os verdadeiros donos, Eduardo Ribeiro e Fabio Brito — o livreiro Ivan Costa, que chegou a ser o terceiro sócio, optou por concentrar esforços em sua própria livraria, a Belle Époque, no Méier.
Ribeiro e Brito sabem que para atrair público é preciso bolar eventos na loja, e participar de outros tantos fora dela. Em outubro de 2024, por exemplo, a Casa da Árvore esteve na Flip pela primeira vez, firmando parceria com a vermuteria La Finca, de Paraty, e promoveu encontros com nomes como o próprio Simas. Nos demais meses do ano, as vendas ganham o reforço de feiras literárias no Rio mesmo, como a de Realengo, ou de rodas de samba, como a realizada na Muda em homenagem ao compositor e escritor Aldir Blanc (1946-2020). Em novembro de 2024, a loja da Tijuca ganhou a companhia do Café Madura, de Madureira, o que também ajuda a atrair clientes.
A dupla por trás da livraria se reveza na administração das duas casas, sem funcionários. Com experiências prévias em outras livrarias e sebos, os dois optaram por focar em livros novos sobre ciências sociais, história, música, política e literatura infantil. "Preferimos não trabalhar com obras usadas, porque é um trabalho a mais correr atrás de livros de qualidade e em bom estado", explica Ribeiro.
O nome Casa da Árvore surgiu em um churrasco, entre amigos, e foi escolhido por remeter a um lugar onde se pode ler e refletir longe da confusão da cidade. A ideia de refúgio também está numa placa na entrada, com a frase “Só o livro expulsa o algoritmo das pessoas". Pelos eventos que promovem, Ribeiro conta que a loja costuma atrair um público bem definido: "Não gosto de dizer que é uma livraria de esquerda, mas com CNPJ político”, brinca.
(Helena Aragão visitou a livraria em outubro de 2024)
Endereço Rua Almirante Gavião, 6, loja C, Tijuca, Rio de Janeiro (RJ)
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