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A cobertura especial d’A Feira do Livro, que acontece de 14 a 22 de junho, é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras

MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS APRESENTAM

(Flavio Florido)

A FEIRA DO LIVRO 2025,

Manifestantes fazem ato pró-Palestina n’A Feira do Livro

Protesto organizado pela Frente Palestina de São Paulo pediu a Lula rompimento de relações com Israel

15jun2025

Manifestantes pró-Palestina organizaram um ato neste domingo (15) na capital paulista pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que rompa as relações do Brasil com Israel, a quem acusam de genocídio do povo palestino. O trajeto do protesto, iniciado pela manhã na praça Roosevelt, no centro de São Paulo, foi encerrado em frente à praça Charles Miller, no Pacaembu, onde acontece A Feira do Livro 2025.

O plano era que o trajeto terminasse na praça Cinquentenário de Israel, no bairro de Higienópolis, mas após negociação com a Polícia Militar a rota foi desviada para as proximidades da praça Charles Miller.

Após o fim do protesto, intitulado “Basta de genocídio na Palestina”, um grupo de pouco mais de vinte manifestantes circulou n’A Feira do Livro carregando bandeiras palestinas e cartazes contra Israel. Eles entoaram dizeres como “chega de chacina, PM na favela e Israel na Palestina” e “Palestina livre do rio ao mar”.

Manifestante durante ato pró-Palestina n’A Feira do Livro (Flavio Florido)

Os manifestantes interromperam brevemente uma mesa que transcorria no Palco Petrobras, um dos três da programação oficial do festival literário. Uma pessoa questionou por que não estavam discutindo a Palestina.

Alguns visitantes do evento literário filmaram e tiraram fotos do ato, outros aplaudiram. Expositoras da editora Tabla, com foco em autores do Oriente Médio e Norte da África, convidaram o grupo para conhecer o estande. Depois, os manifestantes se juntaram à mesa Processos editoriais e o fazer poético nas periferias, com Maria Nilda de Carvalho Mota (Dinha), Nivaldo Brito e Vilma Lia de Rossi Martin, que ocorria no Tablado Literário das Bancadas.

Convidado por Brito para subir ao palco, o poeta Cuti, que pouco antes havia participado da mesa Conexão afro-atlântica, comparou o genocídio sofrido pela população negra no Brasil à situação de palestinos, apontando o colonialismo como uma barreira que impede uma visão do cosmos e uma fraternidade humana, em lugar de rivalidades nacionais.

Solidariedade a ativista

A manifestação deste domingo foi organizada pela Frente Palestina Paulista, de modo unificado com movimentos sociais, partidos políticos e outras entidades. De um carro de som próximo d’A Feira do Livro, lideranças prestaram solidariedade a Thiago Ávila, ativista brasileiro detido por Israel e deportado depois de tentar chegar a Gaza numa embarcação que também levava a ativista sueca Greta Thunberg. Os manifestantes também pediram a liberdade de outras pessoas detidas por se posicionarem contra Tel Aviv e denunciaram o que veem como crimes de guerra cometidos por Israel, acusado de colonialismo e de sustentar um regime de apartheid.

“O ato de hoje foi uma demonstração de solidariedade importante e manda um recado urgente ao governo brasileiro: temos que romper com Israel imediatamente porque o genocídio não vai parar sozinho”, disse à Quatro Cinco Um Pedro Charbel, integrante do MTST e da Frente Povo Sem Medo. “Se o Brasil reconhece que ali há um genocídio, não pode seguir comprando e vendendo armas, fornecendo petróleo nem mantendo relações diplomáticas normais. É dever moral, ético e jurídico romper com o regime isralense”, acrescentou.

A Feira do Livro 2025 · 14 — 22 jun. Praça Charles Miller, Pacaembu

A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais, e em parceria com a Prefeitura de São Paulo.