
Infantojuvenil,
Salinger revisitado
O jovem Sartre, 17, de Sabará, em Minas Gerais, escreve sobre o clássico “O apanhador no campo de centeio”
01out2019 | Edição #27 out.2019Por que ler O apanhador no campo de centeio? O livro conta uma semana da vida de Holden Caulfield. Ele é um jovem de dezesseis anos que estuda em um colégio interno e acaba “tomando bomba” em todas as matérias, menos em línguas. Para fugir das consequências disso, Holden sai um pouco antes do término das aulas para o recesso natalino e passa quatro dias em Nova York. O livro se passa nesse curto período de tempo, e é o bastante.
Holden é um grande observador e crítico (alguns diriam até chato). Ele fala sobre como os adultos vivem e como são obrigados a crescer do nada. Com seu chapéu de caça vermelho e seu cigarro no canto da boca, solta pensamentos sobre tudo isso de uma forma bem íntima com o leitor.
O apanhador no campo de centeio é um dos romances queridinhos dos eua. Acredito que ele deve ser lido quando você estiver perdido na vida, não souber o que fazer, aquela coisa pela qual todos passamos na adolescência. Um livro essencial para os jovens leitores e um clássico para os mais experientes.
O meu objetivo é fazer você, leitor, ir atrás desse incrível livro. E se nada do que eu disse antes tiver tido efeito, aqui vai uma citação: “Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto — quer dizer, ninguém grande — a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar aonde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice”.
Este texto foi realizado com o apoio do Itaú Social
Matéria publicada na edição impressa #27 out.2019 em setembro de 2019.