Literatura,
“Greve do clima” é eleito o termo do ano 2019
Veja 5 livros para entender melhor a expressão escolhida por dicionário britânico
20dez2019A cada doze meses, o dicionário britânico Collins elege o termo do ano. Em 2019, o grande vencedor foi "greve do clima". Segundo a publicação, a expressão foi registrada pela primeira vez em novembro de 2015, mas ganhou relevância e se tornou um fenômeno global ao longo de 2019, sobretudo com a atuação da estudante sueca Greta Thunberg. Os lexicógrafos, diz o site do Collins, registraram ao longo do ano um aumento de cem vezes no uso do termo.
O Collins, publicado pela editora HarperCollins, também divulgou a lista das expressões finalistas, dentre as quais se encontram "influenciador", "não-binário" e "hopepunk" — um movimento literário e artístico que celebra a busca de objetivos positivos diante das adversidades. Nos anos anteriores, os termos escolhidos foram "single-use" (2018), "fake news" (2017) e "Brexit"(2016).
Outra publicação que elege expressões anualmente é o também britânico Oxford Dictionary, cuja escolha para 2019 está em sintonia com a de seu conterrâneo: "emergência climática". Os eleitos nos anos anteriores foram "tóxico" (2018), "youthquake" (2017) e "pós-verdade" (2016). Em 2015, o dicionário, provocou polêmica ao escolher uma imagem como termo do ano: o "emoji" com lágrimas de alegria.
Confira abaixo cinco livros lançados em 2019 que tratam do assunto da crise climática e de seus desdobramentos.
Mais Lidas
Thunberg, Greta e outros
Nossa casa está em chamas: ninguém é pequeno demais para fazer a diferença
Trad.: Sonia Lindblom
Best Seller • 336 pp • R$ 39,90
Considerada a personalidade do ano 2019 pela revista norte-americana Time, Thunberg narra, com a ajuda da família, sua trajetória de ativismo contra a crise climática. O que começou como uma greve escolar às sextas culminou no movimento Fridays for Future, em greves estudantis mundiais pela crise climática e na indicação da pequena ativista ao Nobel da Paz. Destaque para os discursos impactantes que fez ao redor do mundo, reunidos na obra.
Eduardo Gudynas
Direitos da natureza: ética biocêntrica e políticas ambientais
Trad.: Igor Ojeda
Elefante • 340 pp • R$ 45
O sociólogo uruguaio analisa os caminhos conceituais e as lutas sociais que vêm abrindo espaço para que comecemos a tratar a natureza como sujeito de direitos, e não mero objeto da exploração humana. O autor oferece argumentos para construir uma nova ética de convívio entre seres humanos e o mundo natural que não passa pelo romantismo de manter os ecossistemas puros e intocados, mas pelo respeito a seus ciclos, a suas capacidades e a seus povos originários.
Jose Eli da Veiga
O antropoceno e a ciência do sistema Terra
Ed. 34 • 152 pp • R$ 43
Um dos principais estudiosos brasileiros do desenvolvimento sustentável questiona se a humanidade estaria comprometendo a biosfera do planeta de maneira irreversível. Ele analisa a emergência do Antropoceno — o novo período geológico em que o homem passou a ser o principal vetor de mudanças biogeoquímicas no planeta — e discute os parâmetros epistemológicos que poderão ajudar no desenvolvimento de uma nova e promissora ciência, a Ciência do Sistema Terra.
David Wallace-Wells
A Terra inabitável: uma história do futuro
Trad.: Cassio de Arantes Leite
Companhia das Letras • 376 pp • R$ 54,90
Convidado da Flip neste ano, na qual criticou a política ambiental de Jair Bolsonaro, Wallace-Wells escreve sobre como o ritmo lento atribuído à mudança climática é um mito. Ele expõe os problemas que ainda teremos que enfrentar neste século por conta do aquecimento global, como falta de alimentos, emergências em campos de refugiados, enchentes, destruição de florestas e desertificação do solo.
Fabio Rubio Scarano
Regenerantes de Gaia
Ilust.: Lua Kali
Dantes • 128 pp • R$ 38
As crises do clima, da biodiversidade e humanitária têm levado a ciência ocidental a reconhecer a indissociabilidade e interdependência dos componentes do planeta, que seria um supra-organismo conectado. O engenheiro florestal Fabio Rubio Scarano revisita essa teoria, cunhada como a Hipótese de Gaia nos anos 70, e argumenta ainda que o planeta pode se reproduzir por meio do DNA, e que o advento do tecnoceno pode permitir a colonização de outros planetas, criando uma população de planetas sujeita aos princípios da seleção natural. Além disso, defende que boa parte da solução pode residir nas plantas, por formarem 99% da biomassa da Terra.
Bônus
Para junho de 2020, está previsto o lançamento do livro Como evitar um desastre climático — as soluções que já temos e os avanços de que ainda precisamos (ainda sem editora brasileira), escrito pelo magnata bilionário Bill Gates.
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