Listão da Semana,
‘A lei da bala, do boi e da Bíblia‘, Jorge Carrión, Kafka e mais 15 lançamentos
Livro de pesquisadoras do Laut examina a figura populista de líderes mundiais, além das ligações da política com a indústria armamentista, agronegócio e religião
12dez2024As estratégias dos grupos que defendem interesses ligados à indústria armamentista, ao agronegócio e a denominações religiosas e os efeitos na erosão da democracia constitucional são analisados por pesquisadores do Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo) em A lei da bala, do boi e da Bíblia, que chega esta semana às livrarias.
A seleção de lançamentos também traz um romance de Jorge Carrión sobre IA; um poema sobre a mentalidade colonialista, de Patrícia Lino; uma novela de Franz Kakfa; um romance do crítico de cinema Inácio Araújo; a biografia do físico Cesar Lattes, por Marta Goés e Tato Coutinho; a trajetória do quadrinista japonês Junji Ito; uma graphic novel de Rutu Modan; as memórias de José Trajano sobre o Rio de Janeiro em 1960; um livro-objeto com as artes de Nelson Cruz; e mais novidades quentinhas.
Viva o livro brasileiro!
Veja os lançamentos de semanas anteriores.
A lei da bala, do boi e da Bíblia: cultura democrática em crise na disputa por direitos. Adriane Sanctis de Brito, Luciana Silva Reis, Ana Silva Rosa e Mariana Celano de Souza Amaral.
Pref. Renáta Uitz // Tinta-da-China Brasil // 232 pp // R$ 84,90
Mais Lidas
Pesquisadoras do Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo) analisam as práticas antidemocráticas e autocráticas inseridas nos três poderes governamentais. Além disso, identificam estratégias que líderes políticos em todo o mundo vêm adotando para continuar seguindo as métricas da autocracia, como a linguagem populista e a aproximação à política de inspiração religiosa.
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Membrana. Jorge Carrión.
Trad. Michelle Strzoda // Relicário // 200 pp // R$ 68,90
No primeiro romance do escritor e crítico cultural espanhol publicado no Brasil, a narração parte de uma inteligência artificial que guia o leitor ao ano 2100 para o autor examinar assuntos como ética, identidade, as ideias de progresso e de tecnohumanos e o futuro da espécie.
“Cada capítulo curto do livro, então, é precedido de uma pequena lista de objetos do museu — reunindo itens reais e inventados, desde o Pinóquio da Disney e uma cruz usada na primeira missa de Brasília até um carro carbonizado e obras futuras de arte-ativismo. A heterogeneidade arbitrária da coleção é um dos aspectos mais divertidos do livro, justapondo detalhes do passado com detritos da sua convoluta trama.”
Leia na íntegra a resenha de Vinícius Portella
Trecho de Jorge Carrión “Membrana”
Saiba mais sobre o livro
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O kit de sobrevivência do descobridor português no mundo anticolonial: consideravelmente revisado e devidamente ampliado. Patrícia Lino.
Posf. Anna M. Klobucka // Círculo de Poemas // 352 pp // R$ 94,90
A poeta, ensaísta e tradutora portuguesa transforma a mentalidade colonialista persistente de Portugal em uma coleção de setenta objetos envoltos por poesia visual e humor que refletem criticamente sobre os traumas e as heranças da violência colonial.
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Leia também: Paella, poema inédito de Patrícia Lino
[A construção]. Franz Kafka.
Trad. Sofia Mariutti // Posf. Christian Dunker // Ubu // 88 pp // R$ 89,90
Originalmente publicada em 1931, a novela escrita seis meses antes da morte de Kafka, em uma única noite, traz observações do escritor perante a angústia, a solidão, a alienação e o luto que percorrem a vida humana. Por meio do narrador-protagonista, vê-se a evolução de uma obsessão corrosiva e intensa para finalizar o projeto de um refúgio subterrâneo, que gradativamente se torna mais inseguro devido à aproximação de “inimigos”.
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Leia também: Diários revelam como o autor de A metamorfose se sentia dividido entre um emprego no escritório e a vocação para a literatura
Utopia 3: últimas notícias do século 25. Inácio Araújo.
Apres. Alcino Leite Neto // Iluminuras // 254 pp // R$ 98
O roteirista e crítico de cinema da Folha de S.Paulo narra uma ficção científica futurista, no Brasil do século 25, durante o período pós-guerras mundiais que tornaram o planeta uma mega-organização voltada ao lucro e à superprodução. Explorando a dualidade utopia e distopia, Araújo especula sobre o futuro da ciência, a existência humana, o controle e a política.
Ouça também: O historiador Hilário Franco Júnior e a escritora Luisa Geisler conversam sobre o Brasil distópico em que vivemos e se ainda há espaço para sociedades utópicas na atualidade
Cesar Lattes: uma vida — visões do infinito. Marta Góes e Tato Coutinho.
Org. Maria Cristina Lattes Vezzani e Jorge Luis Colombo // Record // 320 pp // R$ 109,90
Panorama biográfico do físico paranaense Cesar Lattes (1924-2005), um dos responsáveis pela descoberta da partícula subatômica méson-π, feito que concedeu o Nobel de Física de 1950 ao britânico e líder da pesquisa Cecil Frank Powell. Com a co-organização da filha de Lattes, os jornalistas revisitam sua infância, a formação na USP, as pesquisas, o diagnóstico de transtorno bipolar e os desafios que enfrentou durante a ditadura militar, além de sua contribuição para a ciência e educação no país.
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Buracos da estranheza: 35 anos da carreira de Junji Ito. Junji Ito.
Pipoca e Nanquim // 308 pp // R$ 129,90
Autobiografia do mangaká japonês, duas vezes vencedor do Prêmio Eisner — pela adaptação de Frankenstein em mangá e por Planeta demoníaco Remina (Devir, 2024) — em que rememora seus 35 anos de carreira e o território do bizarro e do sobrenatural que o inspira desde a infância. Inclui desenhos inéditos, rascunhos e um flipbook.
Leia também: O primeiro mangá de Shintaro Kago publicado no Brasil traz mescla de erotismo, grotesco e escatologia do gênero ero-guro
Túneis. Rutu Modan.
Trad. Lígia Azevedo // WMF Martins Fontes // 286 pp // R$ 139,90
A ilustradora e quadrinista duas vezes vencedora do Prêmio Eisner, autora de A propriedade (WMF Martins Fontes, 2015), traça um romance gráfico satírico em que reconta o conflito Israel e Palestina. Durante uma busca pela Arca da Aliança, personagens palestinos e israelenses envoltos em preconceito e desconfiança cavam lado a lado em busca de um artefato que os levaria a Deus.
1960: quando as estrelas ficaram vermelhas. José Trajano.
Onze Cultural // 232 pp // R$ 89
O jornalista e escritor carioca narra a conquista pelo America da primeira taça da Guanabara em 1960, contra o Fluminense. Entre a melodia e a bossa nova no Rio de Janeiro, Trajano rememora as próprias lembranças do ocorrido em meio a obras cinematográficas, guias dos jornais, diários e cantos de torcida.
Deztroços. Nelson Cruz.
Maralto Edições // 128 pp // R$ 79,90
O artista e ilustrador mineiro reúne vinte obras visuais feitas com objetos descartados no dia a dia e reciclados, e mescla as imagens com pequenos poemas, criando a sua coleção de “quinquilharia crítica”.
Leia também: Estreia de Stênio Gardel na literatura infantil, com cordel ilustrado por Nelson Cruz, é canto de permanência à memória — individual e coletiva
Vapt-vupt
+ novidades quentinhas
Pérolas negras, outras voltas: experiências artísticas e culturais nos fluxos entre África e Brasil. Roberto Conduru. Relicário // 424 pp // R$ 85,90
O historiador retorna às primeiras investigações de Pérolas negras, primeiros fios (EdUERJ, 2013) com ensaios críticos acerca das artes e cultura nos fluxos entre Brasil e África.
A intensa palavra: crônicas inéditas do Correio da Manhã, 1954-1969. Carlos Drummond de Andrade. Org. Luís Henrique Pellanda // Record // 364 pp // R$ 119,90
Seleção inédita em livro de 150 crônicas do escritor e poeta mineiro, publicadas originalmente entre 1954 e 1969 no jornal carioca Correio da Manhã.
Capitalismo gore. Sayak Valencia.
Trad. Igor Peres // Pref. Alana Moraes // Sobinfluencia edições // 224 pp // R$ 78
A ativista e artista queer investiga a violência contemporânea como mercadoria do capitalismo neoliberal e do consumismo exacerbado e reflete sobre a política de morte e impunidade perpetrada pelo Estado.
It’s a long way: o exílio em Caetano Veloso. Márcia Fráguas.
Garota FM Books // 224 pp // R$ 79
A historiadora examina as perseguições da ditadura militar aos artistas brasileiros, principalmente os compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, a partir dos álbuns escritos em exílio.
Joel Rufino dos Santos: humanista, inquieto, um homem livre. Luís Pimentel.
Moderna // 56 pp // R$ 87
O escritor e jornalista baiano investiga as origens do escritor e professor carioca Joel Rufino dos Santos (1941-2015) e sua contribuição à literatura brasileira e infantojuvenil.
Amanhã talvez o futuro: escritoras e rebeldes na guerra civil espanhola. Sarah Watling.
Trad. Tamara Sender // Âyiné // 520 pp // R$ 189,90
A escritora analisa diários, cartas e manifestos de mulheres influentes da década de 30, durante a guerra civil na Espanha, e as obras de Virginia Woolf, Martha Gellhorn e Josephine Herbst.
Rabo de foguete: os anos de exílio. Ferreira Gullar.
José Olympio // 256 pp // R$ 69,90
Memórias do período em que o poeta maranhense viveu exilado em países da América Latina e na ex-URSS, bem como de sua prisão no DOI-CODI, em 1977. Inclui imagens do exílio e documentos apreendidos pela SNI.
Vivendo de brisa: a história inventada do compositor Geraldo de Matos. Fernando Marques.
Posf. Diógenes Maciel // Perspectiva // 176 pp // R$ 52,40
O escritor, compositor e professor da UnB traça um panorama do Rio de Janeiro entre as décadas de 1930 e 1940, momento de ascensão e popularização do rádio, através da figura do sambista Geraldo de Matos.
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JANEIRO, 2025