Bons espaços (gratuitos) de leitura em São Paulo

Bagagem literária,

Bons espaços (gratuitos) de leitura em São Paulo

A Quatro Cinco Um reuniu uma lista de bibliotecas e espaços públicos para quem quer variar os ares na hora de ler, estudar ou trabalhar fora de casa

09ago2024 • Atualizado em: 14ago2024
Biblioteca Mário de Andrade (Reprodução)

A falta de espaço, o barulho de uma obra no quarteirão ou simplesmente a vontade de conhecer lugares novos podem ser bons motivos para estudar fora de casa. E em São Paulo não faltam opções para quem quer afundar o rosto nos livros sem ser incomodado ou organizar um dia de estudos em grupo com amigos.

“Vou em muitos lugares, toda semana. Os Sescs são meus preferidos. A biblioteca do IMS [Instituto Moreira Salles] fica em segundo. E também gosto muito da Biblioteca Mário de Andrade, mesmo que lá não tenha tantas tomadas”, diz Giovanna Salatine, de 23 anos. Estudante de história, ela foi descobrindo seus lugares para se concentrar pela cidade. Segundo Giovanna, o silêncio das bibliotecas é útil não só para estudar para provas: “É o momento de fazer meu planejamento pessoal também”.

Em São Paulo não faltam opções para quem quer ler sem ser incomodado ou estudar com os amigos

O atual campeão em sua lista — que é sempre atualizada — é o Sesc 14 Bis, unidade recém-aberta na Bela Vista. A dica de Giovanna para quem quer se aventurar em novos lugares de trabalho: explorar o prédio. “Na Biblioteca Mário de Andrade, demorou até eu descobrir os lugares menos óbvios — o segundo e o terceiro andares — e lá é um silêncio”, conta a estudante.

Além das bibliotecas, refúgios em meio ao caos da cidade, há locais para quem prefere estudar na companhia de amigos ou trocar ideias sobre livros, como Priscila Domingos, 18, que está se preparando para o vestibular. O CCSP (Centro Cultural São Paulo) é para onde ela e os colegas vestibulandos costumam ir quando enjoam das paredes do cursinho.

O CCSP tem biblioteca para leituras em silêncio e mesas externas para estudos em grupo

Seja para leituras silenciosas ou para trabalhos em grupo, conheça alguns lugares para estudar, de graça, em São Paulo.

Biblioteca Mário de Andrade

A maior biblioteca pública de São Paulo — e segunda maior do país — fica bem no centro da cidade, entre as estações de metrô República e Anhangabaú. Com uma imponente fachada de pedra, a biblioteca fica aberta de domingo a domingo e revela novos espaços conforme você explora o prédio. A maior seção (e mais concorrida) é a circulante, com grandes janelas de vidro de um lado, estantes de madeira recheadas de livros do outro e mesas de uso coletivo no meio. Também há salas de estudo menores que abrigam coleções específicas, sala infantil e até um terraço com banquinhos onde é possível aproveitar os dias de sol e ler ao ar livre.

(Divulgação)

Para acessar as áreas do acervo da biblioteca, é preciso apresentar um documento com foto e deixar a mochila e os pertences num guarda-volumes. Há também salas com mesas e cadeiras que podem ser acessadas sem precisar guardar suas coisas. A internet é disponibilizada pelo programa WiFi Livre SP, que garante o acesso em toda a praça Dom José Gaspar, onde fica a biblioteca. O serviço gratuito, segundo usuários, às vezes apresenta problemas de conexão.

(Divulgação)

Endereço: R. da Consolação, 94 – República (próximo às estações de metrô Anhangabaú e República, na Linha 3 – Vermelha)
Horários: segunda a sexta-feira das 9h às 21h; sábado e domingo das 9h às 18h.

Biblioteca Parque Villa-Lobos

Localizada dentro do parque estadual na zona oeste da cidade, a biblioteca com teto envidraçado é bem iluminada, ampla e tem vista para as árvores. O espaço conta com pufes, bancos, poltronas e mesas para quem quiser ler ou jogar jogos de tabuleiro, salas fechadas para estudo e computadores com acesso à internet, com wi-fi gratuito. A variedade de eventos e atividades, no entanto, faz com que o lugar não seja o mais silencioso, principalmente nos finais de semana, dias de maior movimento no parque. A biblioteca também tem onde guardar bicicleta, skate ou patins.

Biblioteca Parque Vila Lobos (Mike Peel/Reprodução)

Endereço: Av. Queiroz Filho, 1205 – Alto de Pinheiros (o acesso ao Parque Villa-Lobos também é possível pela estação Villa-Lobos-Jaguaré, na Linha 9 – Esmeralda da Via Mobilidade)
Horários: De terça-feira a domingo e feriados, das 9h30 às 18h30.

Biblioteca de Fotografia do IMS

O Instituto Moreira Salles de São Paulo, na avenida Paulista, oferece um respiro em meio a uma das avenidas mais movimentadas da cidade. A biblioteca não é muito grande, mas conta com uma parede envidraçada que deixa entrar a luz natural, mesas coletivas, sofás e pufes disponíveis para estudar ou ler um livro, além de internet gratuita. Seu acervo é composto por publicações de e sobre fotografia. A paz do ambiente, no 1º andar do prédio, só é perturbada em dias nos quais a instituição está mais movimentada, geralmente por conta de alguma exposição ou evento. O acesso dos frequentadores se dá por escadas que passam ao lado da sala de leitura. Para entrar na biblioteca, é preciso guardar a mochila no balcão de atendimento, no 5º andar. 

Endereço: Av. Paulista, 2424 – Bela Vista (próximo às estações Consolação, na Linha 2 – Verde do metrô, e Paulista, na Linha 4 – Amarela da ViaQuatro)
Horários: De terça-feira a domingo e feriados, das 10h às 20h.

Biblioteca de São Paulo

Em um prédio moderno e cheio de janelas, a iluminada biblioteca do Parque da Juventude, onde antes funcionou a Casa de Detenção de São Paulo (mais conhecida como Carandiru), abre as portas para diferentes públicos e atividades: há jogos de tabuleiro, computadores para jogar videogame, poltronas confortáveis para ler um livro, área infantil com brinquedos e mesas de estudo. Essa variedade, principalmente os jogos, fazem com que o lugar não seja de todo silencioso. Ainda assim, a biblioteca é grande e é possível encontrar cantinhos mais sossegados.

Biblioteca de São Paulo (Peter Louiz/Reprodução)

Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana (ao lado da estação de metrô Carandiru, na Linha 1 – Azul)
Horários: De terça-feira a domingo e feriados, das 9h30 às 18h30.

Biblioteca José Paulo Paes

No primeiro andar do Centro Cultural da Penha, localizado próximo ao Shopping Penha, encontra-se esta pequena biblioteca, com algumas mesas e uma sala de estudos. O lugar é simples, mas oferece o necessário: mesas, cadeiras, tomadas e, é claro, estantes de metal cheias de livros. É preciso guardar os pertences na entrada para acessar o local, e a internet é disponibilizada através da rede da prefeitura WiFi Livre SP. Por fazer parte do Centro Cultural, o silêncio nem sempre é absoluto — dependendo da hora, o som vaza pelas janelas e é possível ouvir pessoas ensaiando teatro, declamando poesia ou crianças brincando.

Endereço: Largo do Rosário, 20 – Penha de França (a estação de metrô mais próxima é a Penha, na Linha 3 – Vermelha, a 1,5 km de distância)
Horários: De terça a sexta-feira, das 10h às 19h. Sábados, das 10h às 16h e aos domingos, das 10h às 14h.

Centro Cultural São Paulo

Um dos principais espaços culturais da capital, o CCSP acolhe grupos de dança e de música. Ainda assim, é possível achar cantinhos silenciosos explorando o prédio. Para quem precisa se concentrar, há a biblioteca; para aqueles que gostam de conversar, é possível sentar nas mesas externas ao lado de um jardim repleto de árvores, ou visitar o restaurante entre uma discussão e outra. O acesso ao wi-fi é gratuito em todas as áreas do prédio. Para descer a rampa que dá acesso à Biblioteca Pública Municipal Sérgio Milliet — a segunda maior de São Paulo, com mesas e cadeiras de madeira e inúmeras estantes — é preciso deixar bolsas e mochilas no guarda-volumes. As mesas externas são de livre acesso. 

Centro Cultural São Paulo (Paulisson Miura/Reprodução)

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade (ao lado da estação Vergueiro, na Linha 1 – Azul do metrô)
Horários do CCSP: De terça a sexta-feira, das 10h às 21h. Sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h.
Horários da Biblioteca Pública Municipal Sérgio Milliet: De terça a sexta-feira, das 10h às 20h. Sábado e domingo, das 10h às 18h. 

Fundação Japão

Menos conhecida na avenida Paulista, a fundação divide o endereço com a Japan House, mas não se trata do mesmo espaço. A entrada para a Fundação Japão, que ocupa o terceiro andar do prédio, se dá por uma portinha de vidro discreta, ao lado do banco Bradesco. O acervo da biblioteca reúne diversos títulos sobre o Japão, e a instituição também oferece conteúdos sobre Cultura Japonesa, Estudo da Língua Japonesa e Estudos Japoneses on-line. O pequeno espaço tem algumas mesas e cadeiras. Também conta com internet gratuita — no entanto, quando está cheio, a rede costuma funcionar mal. Para acessar a biblioteca, é preciso deixar bolsas e mochilas na entrada.

Endereço: Av. Paulista, 52 – 3º andar – Bela Vista (próximo ao metrô Brigadeiro, na Linha 2 – Verde)
Horários: De terça a sexta-feira, das 10h30 às 19h30.

Bibliotecas e Espaços de Leitura dos Sescs

Boa parte das unidades do Sesc oferecem bibliotecas e espaços de leitura, além de acesso à internet com wi-fi gratuito. Na Grande São Paulo, dezenove unidades têm pelo menos um dos dois serviços.

Na Grande São Paulo, dezenove unidades do Sesc têm bibliotecas e espaços de leitura

Confira quais unidades aqui e lembre de checar o horário de funcionamento da unidade escolhida antes de ir.

Teia

Iniciativa da prefeitura de São Paulo que disponibiliza espaços de coworking públicos em todas as regiões da cidade. As unidades do Teia contam com internet grátis, mesas e cadeiras em espaços de convivência e salas fechadas para reuniões, além de equipamentos como computadores e projetores. O acesso é gratuito, basta apresentar um documento com foto e se cadastrar na plataforma online da Adesampa (disponível aqui). As reservas têm quatro horas de duração e o agendamento, no qual é possível escolher uma sala ou uma mesa com ou sem computador, pode ser feito on-line. Embora o agendamento não seja obrigatório, é recomendado para garantir a disponibilidade do lugar. Confira todas as unidades do Teia em São Paulo e seus horários de funcionamento aqui.

Quem escreveu esse texto

Fernanda Silva

É jornalista.