Susan Sontag: a entrevista completa para a revista Rolling Stone
Jonathan Cott
Trad. Paula Carvalho // 192 pp • R$ 74
Como marco pelos vinte anos da morte da filósofa, ensaísta e escritora Susan Sontag (1933-2004), a edição traz na íntegra a entrevista que ela concedeu ao jornalista Jonathan Cott, para a revista Rolling Stone, em 1978. Na conversa memorável que durou cerca de doze horas, a nova-iorquina debate suas principais visões sobre fotografia, literatura e filosofia, além de assuntos de sua vida pessoal.
Trecho:
“Antes, você chegou a dizer que existe uma sintonia entre pessoas doentes, assim como os idosos. Você falou também sobre a polaridade masculino-feminino como uma espécie de prisão, então por que uma mulher, que sente estar presa a esses conceitos, desejaria alinhar-se a um certo tipo de feminismo?
Não sou contra isso, mas me entristeceria se a escrita começasse a ser segregada sexualmente. Já estive nessa posição. Digamos que um filme meu tenha sido selecionado para participar de um festival de cinema voltado para cineastas mulheres. Não recusaria enviar o filme – pelo contrário, fico muito contente de exibir meus filmes, mas isso só está acontecendo nesse caso porque sou uma mulher. Mas, no que concerne ao meu trabalho como cineasta, não acho que tenha alguma relação com o fato de eu ser mulher – tem a ver comigo, e uma das coisas sobre mim é que sou uma mulher.”