Bicho-preguiça desenhado por Gerda Brentani. Sobre ele Paulo Vanzolini escreveu: "Os enormes parentes das preguiças, tão numerosos na América do Sul de um milhão de anos atrás, ou talvez menos, sumiram sem deixar rastro ou explicação. A lerda, abúlica, desamparada preguiça está aí, comuníssima"
Uma harpia: sobre ela Vanzolini não escreveu uma crônica específica, mas observou que, "tirante o gavião-de-penacho, aos rapaces brasileiros falta-lhes estampa"
Onça (Jaguatirica): "Esta onça está visivelmente amolada. Talvez não tenha gostado de ser empacotada em uma Terra papagalorum. Mas, é isso aí"
Um pernalta: "Os pernaltas residem ou migram. Na seca somem. Nas águas voltam"
Piranhas em ação: "A piranha, mesmo atentando-se para o fato de que existem várias espécies, é um bicho misterioso. Às vezes, ataca mesmo, e reduz um corpo a esqueleto em minutos. Outras vezes, mesmo na presença de sangue, nada faz. Por exemplo, em um igarapé em que um esqueleto de jacaré fora por elas preparado em minutos, as piranhas vinham roubar tripas de boi das mãos do menino que as estava lavando, e não mordiam"
Desenho de um sinimbu: "O sinimbu ou camaleão mora nas árvores de beira de rio, e mergulha com habilidade quando precisa. É um dos poucos lagartos vegetarianos. Ele e seus primos próximos são indispensáveis à indústria cinematográfica. Com alguns efeitos de papelão e fotografados de perto, são os astros dos filmes pré-históricos. São verdes em vida, muito bonitos quando de pele recentemente trocada"
Içás: "Formigas por toda a parte. Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil. Tentação de criar saúva. As fêmeas aladas, de abdômen túrgido de ovos, são torradas e comidas pelos índios e caboclos. Rústicos bombons, não muito gostosos. A formiga-de-fogo não deixa colher o arroz em lugares onde ele daria muito bem"