Capa,
Por trás da cor
Conhecida por suas obras gráficas e coloridas com conteúdo crítico, a artista Nina Chanel Abney estampa a capa de julho
14dez2018 | Edição #3 jul.2017“Fácil de engolir, difícil de digerir.” É assim que a artista norte-americana Nina Chanel Abney (@ninachanel) descreve seu trabalho. Repleta de cores vivas e figuras geometrizadas, a estética alegre de sua obra se contrapõe à temática que apresenta – o tratamento brutal de afro-americanos pela polícia, a sexualização e objetificação dos corpos femininos, o efeito negativo das redes sociais, a cultura da celebridade e o desequilíbrio financeiro perpetrado por megacorporações são alguns dos temas abordados por ela.
É um detalhe de sua obra Where (2015), em acrílico e spray sobre tela, que estampa a capa da revista #3, de julho de 2017, criada por Celso Longo e Daniel Trench (@cldt.design). A literatura militante de Lima Barreto, escritor negro do subúrbio carioca e homenageado da Flip neste ano, a prosa ácida de Paul Beatty, que inflama o debate racial nos Estados Unidos, e o genocídio de Ruanda, narrado pela sobrevivente Scholastique Mukasonga, estão entre os temas tratados na edição.
Entre a representação e a abstração, as pinturas de Nina capturam o ritmo caótico da cultura contemporânea. Entre suas referências estão ícones medievais, a natureza morta renascentista e as obras de Henri Matisse e John Wesley. Seu trabalho figura em museus e coleções ao redor do mundo, como o Brooklyn Museum (EUA) e a Burger Collection (Hong Kong).
Matéria publicada na edição impressa #3 jul.2017 em junho de 2018.
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